Crise energ\u00e9tica, h\u00eddrica e mudan\u00e7as clim\u00e1ticas s\u00e3o alguns dos motivos que reacendem os debates sobre sustentabilidade. Para acompanhar as demandas ambientais e sociais, projetos de constru\u00e7\u00e3o imobili\u00e1ria precisam estar alinhados \u00e0s novas pautas.<\/p>\n
As chamadas \u201cConstru\u00e7\u00f5es Verdes\u201d s\u00e3o assim conhecidas por aliar tecnologia e inova\u00e7\u00e3o em seus projetos, integrando a constru\u00e7\u00e3o \u00e0 natureza. Esse tipo de empreendimento proporciona menores custos e melhor sa\u00fade, conforto e produtividade para seus ocupantes.<\/p>\n
A novidade vai ao encontro de um novo perfil de consumidor, que est\u00e1 cada vez mais exigente e espec\u00edfico em suas necessidades e objetivos, como tamb\u00e9m a uma crescente preocupa\u00e7\u00e3o com o meio ambiente e uso racional dos recursos.<\/p>\n
Como a constru\u00e7\u00e3o civil j\u00e1 est\u00e1 h\u00e1 alguns anos de olho nos impactos causados a natureza, o segmento tem desenvolvido tecnologias e processos que permitem ter alta qualidade de vida, mas sem agress\u00e3o ambiental.<\/p>\n
Construtoras e incorporadoras t\u00eam oferecido em seus empreendimentos diferenciais que incluem o reaproveitamento de \u00e1gua, uso da energia solar para gera\u00e7\u00e3o de eletricidade ou at\u00e9 mesmo implanta\u00e7\u00e3o de energia e\u00f3lica.<\/p>\n
O US Green Building Council (USGBC), criador do sistema LEED, divulgou recentemente o ranking dos 180 pa\u00edses em que o certificado est\u00e1 presente, com base em dados de 2020. O Brasil aparece na quinta posi\u00e7\u00e3o no estudo, com mais de 1,5 mil constru\u00e7\u00f5es sustent\u00e1veis, 641 delas j\u00e1 certificadas, e 50 milh\u00f5es de metros quadrados em busca da Certifica\u00e7\u00e3o GBC Brasil Condom\u00ednio.<\/p>\n
As constru\u00e7\u00f5es verdes come\u00e7aram a se popularizar no Brasil a partir de 2010, deixando de ser um privil\u00e9gio dos projetos de alto padr\u00e3o. Chegando, inclusive, aos empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida, at\u00e9 escolas, hospitais e resid\u00eancias, al\u00e9m das edifica\u00e7\u00f5es p\u00fablicas.<\/p>\n
E a procura por im\u00f3veis sustent\u00e1veis segue em constante crescente, j\u00e1 que \u00e9 uma necessidade e uma exig\u00eancia do novo comprador.\u00a0\u00c9 o que aponta outra pesquisa, publicada recentemente pela Brain Intelig\u00eancia Estrat\u00e9gica. O levantamento traz as principais tend\u00eancias do comportamento dos consumidores frente ao mercado imobili\u00e1rio e, entre as quest\u00f5es abordadas, destaque para a sustentabilidade:<\/p>\n
80% dos entrevistados que buscam um empreendimento para morar t\u00eam a quest\u00e3o do meio ambiente entre as prioridades. Para eles, por exemplo, \u00e9 indispens\u00e1vel o im\u00f3vel ter sacada e \u00e1reas verdes no quintal ou no entorno.<\/p>\n
Grandes empresas do setor v\u00eam, h\u00e1 alguns anos, centrando esfor\u00e7os para atender \u00e0 essa demanda sustent\u00e1vel. Atualmente, aceleraram esse processo de transforma\u00e7\u00e3o investindo cada vez mais em projetos e tecnologias de constru\u00e7\u00e3o para mitigar impactos ambientais e est\u00e3o criando, ou ampliando, a\u00e7\u00f5es de governan\u00e7a.<\/p>\n
De acordo com um levantamento do portal Research & Markets, o mercado global de edif\u00edcios verdes n\u00e3o residenciais deve crescer de US$69 bilh\u00f5es em 2020 para US$79,47 bilh\u00f5es em 2021, e a expectativa \u00e9 que o mercado dever\u00e1 atingir US$110 bilh\u00f5es em 2025.<\/p>\n
Esses n\u00fameros, por si s\u00f3, j\u00e1 s\u00e3o estimulantes, mas ainda h\u00e1 mais. A previs\u00e3o \u00e9 de que a constru\u00e7\u00e3o de pr\u00e9dios sustent\u00e1veis gere mais de 6,5 milh\u00f5es de postos de trabalho no mundo at\u00e9 2030, segundo a Organiza\u00e7\u00e3o Internacional do Trabalho (OIT).<\/p>\n
Com o conhecimento e o direcionamento das certifica\u00e7\u00f5es ambientais para embasar os projetos, as constru\u00e7\u00f5es t\u00eam uma redu\u00e7\u00e3o do consumo e dos custos de mat\u00e9rias-primas. Isso porque, o conjunto das estrat\u00e9gias citadas anteriormente, sugere um melhor aproveitamento dos recursos, prevenindo o desperd\u00edcio e incentivando o reuso e utiliza\u00e7\u00e3o de materiais que se preocupem com a sustentabilidade desde sua extra\u00e7\u00e3o at\u00e9 seu descarte.<\/p>\n
Por terem regras bastante claras a serem seguidas, as obras tamb\u00e9m s\u00e3o mais \u00e1geis, com o atendimento de todos os prazos e recursos, e h\u00e1 uma redu\u00e7\u00e3o na produ\u00e7\u00e3o de res\u00edduos s\u00f3lidos e seu descarte correto, n\u00e3o s\u00f3 na constru\u00e7\u00e3o, mas ao longo de sua exist\u00eancia.<\/p>\n
H\u00e1 tamb\u00e9m a necessidade de reduzir os gastos energ\u00e9ticos com ilumina\u00e7\u00e3o e climatiza\u00e7\u00e3o. Projetos apropriados permitem que os ambientes sejam mais agrad\u00e1veis e atraentes, al\u00e9m de serem sustent\u00e1veis. Al\u00e9m disso, tamb\u00e9m se preocupam com a redu\u00e7\u00e3o e facilidade da opera\u00e7\u00e3o e manuten\u00e7\u00e3o do empreendimento considerando todo o seu ciclo de vida.<\/p>\n
Para quem ainda duvida dos impactos econ\u00f4micos destes empreendimentos, o estudo HEALTHfx,<\/a> feito por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos EUA, aponta que os pr\u00e9dios verdes geraram US$ 6 bilh\u00f5es em benef\u00edcios combinados para a sa\u00fade e o clima ao longo de 16 anos.<\/p>\n Considerando os aspectos econ\u00f4micos, pesquisas realizadas pela FGV mostram a valoriza\u00e7\u00e3o deste tipo de empreendimentos em compara\u00e7\u00e3o com empreendimentos padr\u00e3o e taxas de vac\u00e2ncia at\u00e9 7% menores.<\/p>\n