{"id":6302,"date":"2022-01-25T21:43:16","date_gmt":"2022-01-26T00:43:16","guid":{"rendered":"https:\/\/archscape.com.br\/2024\/?p=6302"},"modified":"2022-05-23T20:24:04","modified_gmt":"2022-05-23T23:24:04","slug":"10-tendencias-para-o-design-e-paisagismo-em-2022","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/archscape.com.br\/2024\/10-tendencias-para-o-design-e-paisagismo-em-2022\/","title":{"rendered":"10 tend\u00eancias para o design e paisagismo em 2022"},"content":{"rendered":"

Todo ano que se inicia traz aquele sentimento de que h\u00e1 algo a ser renovado, no design e paisagismo isso n\u00e3o \u00e9 diferente. A palavra renova\u00e7\u00e3o em si, exprime duplo significado: inspira a mudan\u00e7a e ao mesmo tempo traz consigo a persist\u00eancia da tradi\u00e7\u00e3o, da continuidade de tudo que est\u00e1 dando certo.<\/p>\n

Na arquitetura, paisagismo e decora\u00e7\u00e3o, assim como na moda e alguns outros nichos que trazem arte embarcada, \u00e9 hora da observa\u00e7\u00e3o cr\u00edtica e profissional para vislumbrar o horizonte das mudan\u00e7as, as tend\u00eancias!<\/p>\n

Alguns \u00edtens como a aten\u00e7\u00e3o com a sustentabilidade, o design biof\u00edlico<\/a>, o olhar atento ao pedestre, s\u00e3o quest\u00f5es que persistem, pois ainda est\u00e3o no ciclo de ado\u00e7\u00f5es. Contudo, entram no radar do horizonte pr\u00f3ximo, as novas tecnologias e datas importantes para as profiss\u00f5es que orbitam o design e a arquitetura.<\/p>\n

O centen\u00e1rio da semana de arte moderna incentivar\u00e1 novamente a quebra de paradigma atrav\u00e9s da arte, o bicenten\u00e1rio da independ\u00eancia refor\u00e7ar\u00e1 a reafirma\u00e7\u00e3o de nossa cultura, flora e costumes.<\/p>\n

Dito isso tudo, seguem as principais tend\u00eancias para o paisagismo em 2022, especialmente elaboradas pela equipe da Archscape.<\/p>\n

1- Comemora\u00e7\u00e3o do centen\u00e1rio da Semana de Arte Moderna de 1922.<\/h2>\n

A semana de arte moderna foi um intento realizado em 1922 que trouxe grandes quebras de paradigma no trabalho art\u00edstico. O culto a brasilidade e a ruptura com o academicismo e o tradicionalismo<\/a>, assim como a aceita\u00e7\u00e3o das influ\u00eancias art\u00edsticas europeias, formaram um caldo que movimentou para sempre as artes brasileiras. Um grande destaque foi o quadro Abaporu de Anita Malfatti, cuja ruptura com padr\u00f5es vigentes ficou n\u00edtida.<\/p>\n

O primeiro impacto nas artes pl\u00e1sticas, logo se espalhou pela arquitetura e pouco depois para o\u00a0 paisagismo.<\/p>\n

Apostar na arte para quebrar paradigmas nos projetos ser\u00e1 um caminho interessante a ser explorado. Imagine bancos com formas esculturais, os pisos com grafismos elaborados, trazer o colorido para as quadras esportivas, como fez o artista americano Scott Albrecht<\/a> em uma interven\u00e7\u00e3o no Lincoln Park em Nova York. Bem, as possibilidades s\u00e3o infinitas, mas uma coisa \u00e9 certa: a arte invadir\u00e1 m\u00faltiplos espa\u00e7os.<\/p>\n

2- A flora nativa como centro das aten\u00e7\u00f5es.<\/h2>\n

A reafirma\u00e7\u00e3o de nossa flora estar\u00e1 em alta como nunca. A explora\u00e7\u00e3o meticulosa da flora nativa nos projetos, observando o bioma onde se est\u00e1 inserido ser\u00e1 muito valorizado. Isso n\u00e3o se restringe s\u00f3 \u00e0 Mata Atl\u00e2ntica, mas tamb\u00e9m Cerrado, Restinga, Caatinga. Estudar estes biomas para elaborar novas composi\u00e7\u00f5es paisag\u00edsticas ser\u00e1 um caminho extremamente interessante.<\/p>\n

3- Costumes brasileiros ditando os layouts para os projetos.<\/h2>\n

Explorar layouts com redes de balan\u00e7o, espa\u00e7os com fog\u00f5es a lenha, \u00e1reas avarandadas estar\u00e3o em grande \u00eanfase nos novos projetos. \u00c9 o culto \u00e0s tradi\u00e7\u00f5es centen\u00e1rias invadindo os espa\u00e7os modernos. As t\u00e9cnicas tradicionais ser\u00e3o fortemente valorizadas na escolha de pe\u00e7as de mobili\u00e1rio de design que exprimem brasilidade. Estar\u00e3o em alta n\u00e3o s\u00f3 os cl\u00e1ssicos de S\u00e9rgio Rodrigues , Zanine Caldas, Lina Bo Bardi, mas tamb\u00e9m talentos emergentes como Rodrigo Silveira<\/a>, Pedro Petry<\/a> ,Eduardo Miguel Pardo, dentre outros.<\/p>\n

4- Valoriza\u00e7\u00e3o da mistura de madeiras nativas e de proced\u00eancia<\/h2>\n

A explora\u00e7\u00e3o de um s\u00f3 tipo de madeira como tend\u00eancia, levou \u00e0 extin\u00e7\u00e3o de muitas esp\u00e9cies. Isso ocorreu pelo fato da madeira espec\u00edfica ser explorada direto de matas nativas, sem nenhum cuidado de manejo. Ou seja, para se derrubar um s\u00f3 Jacarand\u00e1, por exemplo, o trator arrasta cerca de 50 outras \u00e1rvores, totalmente ignoradas. Alguns designers, como Maur\u00edcio Azeredo, foram precursores na pesquisa das esp\u00e9cies nativas que antes eram descartadas e descobriu um sem fim de cores e texturas, aplicando-as a seus projetos. Esse trabalho tem inspirado muitos designers hoje a buscar um extrativismo seletivo, procurando por projetos de reflorestamento nativo e realizando trabalho com comunidades locais e ind\u00edgenas.<\/p>\n

O p\u00fablico consumidor de paisagismo est\u00e1 cada vez mais conscientizado desses impactos na natureza e se preocupar com a proced\u00eancia da madeira e tirar partido da riqueza das combina\u00e7\u00f5es nos projetos est\u00e1 cada vez mais em voga.<\/p>\n

Al\u00e9m de ser tend\u00eancia, virou lei desde 2019 para a madeira nativa usada em obras, servi\u00e7os e aquisi\u00e7\u00f5es na administra\u00e7\u00e3o p\u00fablica.<\/p>\n

6- Mosaicos e caquinhos voltam ao design e paisagismo<\/h2>\n

De volta para a casa da av\u00f3. Um verdadeiro cl\u00e1ssico da arquitetura brasileira das d\u00e9cadas de 1940 e 1950, o piso<\/b> em mosaico de caquinhos<\/b> cer\u00e2micos est\u00e1 de volta. O visual \u00e9 formado por pedacinhos de revestimentos cer\u00e2micos que se completam dando a sensa\u00e7\u00e3o de mosaico. Ainda hoje s\u00e3o encontrados em pisos<\/b> e paredes de muitas casas brasileiras, sobretudo nos bairros antigos e residenciais. Estes pisos sempre foram lembrados, agora pouco a pouco t\u00eam sido introduzidos em projetos modernos e prometem agitar o visual. E vale tamb\u00e9m sofisticar: azulejos artesanais, como os da Lurca ou do Est\u00fadio Mosaico, por exemplo, trazem este toque retr\u00f4 e art\u00edstico, criando bel\u00edssimas composi\u00e7\u00f5es art\u00edsticas, bem em sintonia com o tempo em que vivemos.<\/p>\n

7- Composi\u00e7\u00e3o de vasos com estruturas aramadas<\/h2>\n

Tamb\u00e9m direto da d\u00e9cada de 50, os suportes met\u00e1licos voltaram com toda for\u00e7a e com muito mais riqueza para suspender os v\u00e1rios tipos de vasos dispon\u00edveis no mercado: vasos ovais, oblongos, jardineiras com cantos arredondados, remetendo ao art deco, etc. A regra de qualquer forma \u00e9: tirar os vasos do ch\u00e3o. E na composi\u00e7\u00e3o vegetal, utilizar plantas com folhagens grandes e pendentes. Muito al\u00e9m dos espa\u00e7os interiores, montar composi\u00e7\u00f5es de vasos suspensos em pisos externos cai muito bem, somente tomando cuidado na correta especifica\u00e7\u00e3o da planta de acordo com a incid\u00eancia solar.<\/p>\n

8- Maior \u00eanfase no valor do espa\u00e7o ao ar livre<\/h2>\n

As pessoas dar\u00e3o maior valor aos espa\u00e7os ao ar livre como lugares para se exercitar, relaxar, conhecer, jantar e recrear. As ind\u00fastrias (especialmente artes e entretenimento) come\u00e7ar\u00e3o a ver eventos menores ao ar livre como formas de levar as pessoas a comparecer confortavelmente. Isto pode sobrecarregar os parques e espa\u00e7os abertos nas cidades.
\nOs arquitetos paisagistas precisar\u00e3o planejar e projetar mais espa\u00e7os abertos que possam facilitar usos m\u00faltiplos.<\/p>\n

9- Conservar e restaurar os ecossistemas<\/h2>\n

A conserva\u00e7\u00e3o e restaura\u00e7\u00e3o de matas, independente de sua extens\u00e3o, \u00e9 uma tend\u00eancia que seguir\u00e1 por gera\u00e7\u00f5es. Em algumas partes do mundo ser\u00e1 necess\u00e1ria a a\u00e7\u00e3o de arquitetos paisagistas, ecologistas e outros planejadores ambientais a seguir com a conscientiza\u00e7\u00e3o de governos e empresas sobre a import\u00e2ncia do tema.<\/p>\n

N\u00e3o\u00a0 h\u00e1 mais espa\u00e7o para o desenvolvimento excessivo. A necessidade agora \u00e9 a de aumentar a biodiversidade, n\u00e3o apenas de plantas, mas tamb\u00e9m a conserva\u00e7\u00e3o do solo, para o surgimento de ecossistemas mais saud\u00e1veis para pessoas e animais.<\/p>\n

10- Cidades de 15 minutos<\/h2>\n

A ideia foi desenvolvida por Carlos Moreno<\/a>, urbanista e docente de Sorbonne na Fran\u00e7a, ele foi o primeiro a divulgar os conceitos de “hiper proximidade” e “crono-desenvolvimento” . O foco principal consiste em planejar cidades em que seja poss\u00edvel fazer praticamente tudo a 15 minutos de dist\u00e2ncia<\/a> a p\u00e9 ou bicicleta, em detrimento dos modelos atuais que concentram moradias distantes e perif\u00e9ricas, ruas entupidas de carros, etc.<\/p>\n

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo usou o argumento como principal bandeira em sua campanha. Como os olhos voltados para Paris nas olimp\u00edadas de 2024 e planos j\u00e1 em curso inspirados nas cidades de 15 minutos, podemos apontar como uma tend\u00eancia a ser acompanhada e desenvolvida em outras partes do mundo.<\/p>\n

Gustavo Garrido \u00e9 arquiteto e dirige a Archscape, escrit\u00f3rio de arquitetura que tem em seu portf\u00f3lio uma extensa lista de grandes cases nas \u00e1reas de paisagismo, arquitetura biof\u00edlica, urbanismo inteligente e espa\u00e7os diversos.<\/p><\/blockquote>\n

Um exemplo inspirador em nossa foto de destaque! As quadras fant\u00e1sticas que existem nos EUA, concebidas por Scott Albrecht
\nArtwork: Scott Albrecht
\nPhoto: Daniel Peterson\/
Project Backboard<\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

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