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Preços no paisagismo

Até antes da pandemia, a demanda por paisagismo (projeto e execução) estava restrito a empreendimentos imobiliários e residências de alto padrão, com preços no paisagismo pouco ocilando. Quando iniciou a quarentena, nos primeiros dois meses as empresas ficaram sem movimento, uns pararam de produzir e muitos faliram. O confinamento contudo trouxe um novo olhar para a casa e o jardim e criou uma demanda sem precedentes por plantas, em especial folhagens. Foi a situação perfeita para um aumento desenfreado de preços das plantas.

Muito embora as condições sanitárias tenham melhorado hoje em dia, outras variáveis não colaboraram para o equilíbrio dos preços, seja a alta dos fertilizantes e principalmente dos combustíveis, que cria uma reação em cadeia afetando todas as etapas do processo. Projetos nossos orçados em 2020 hoje quase dobraram de preço, inviabilizando muitos projetos. Então, o que o arquiteto paisagista pode fazer para mitigar essa situação a conseguir viabilizar seus projetos, sem perder a exuberância?

1-Analise de orçamentos dos preços no paisagismo por meio da curva ABC.

Consiste em uma metodologia de classificação baseada na teoria de Pareto, que diz que 80% dos restados provém de 20% das causas. Assim, no orçamento classificamos os 20% dos totais das espécies mais caras, que serão objeto de análise, seja para exclusão ou substituição.

2-Verificação de portes de árvores e palmeiras.

O porte influencia diretamente no custo de implantação do projeto, pois plantas arbóreas mais desenvolvidas envolvem a utilização de maior número de trabalhadores e mesmo o uso de maquinário pesado, como muncks e gruas, cujo custo de mobilização precisa ser agregado ao preço no paisagismo e na execução. Uma boa alternativa é verificar o maior porte possível que não necessite de maquinário, as plantas de qualquer forma vão crescer e em pouco tempo atingirão os portes inicialmente imaginados.

3-Maior espaçamento entre espécies.

A estratégia funciona para arbustos mas tem seu efeito mais efetivo na redução do custo das forrações e herbáceas de pequeno porte. Uma grama amendoim por exemplo, geralmente plantada com densidade de 100 mudas/ m2 (espaçamento de 10 cm) pode tranquilamente ser espaçada em 15 cm, obtendo uma economia de 55% no custo! É importante contudo que o arquiteto paisagista tenha familiaridade e conheça profundamente cada planta para não exagerar no espaçamento e perder o efeito pretendido.

4-Gramado por semeadura ao invés de placas

Um gramado que custava cerca de R$15/m2 antes da pandemia hoje chega a mais de 40. Com essa situação é necessário pensar em alternativas mais viáveis para o caso de grandes extensões. Nesse sentido o plantio por semeadura torna-se uma excelente alternativa para redução de custos, necessitando apenas de cuidados especiais na preparação das camadas de solo e de contar com sistema de irrigação bem pensado para garantir seu crescimento de maneira uniforme.

5-Busca de plantas com efeitos semelhantes.

Algumas espécies de plantas que apresentam um custo elevado podem ser facilmente substituídas no projeto por outras muito semelhantes em termos de efeito. Uma Raphis pode tranquilamente entrar no lugar de uma Pleomele verde, se o critério for volume e cor, por exemplo.

6-Aproveitamento da terra local

Quando se vai proceder com trabalhos de terraplanagem em um terreno, é importante que a camada superficial do solo seja separada e armazenada para posterior utilização no plantio, já que se trata da camada que contém os nutrientes necessários para o desenvolvimento da vegetação e minimiza a onerosa importação de terra marrom. Isso nem sempre é fácil de se fazer pois afeta a dinâmica da etapa de serviços civis e nem sempre se dispõe de espaço adequado para estocagem. Uma alternativa é enriquecer o solo proveniente das covas escavadas para as árvores e palmeiras.

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