Desde Glaziou, que popularizou no Brasil a linguagem da interação entre arquitetura urbana e botânica, a integração dos projetos arquitetônicos, da arquitetura paisagística à condição nativa do espaço vem se tornando fator preponderante e ao mesmo tempo desafiador para designers, arquitetos e demais profissionais da área.
O número crescente de pessoas com interesse específico em contato direto com a natureza vem contribuindo com o surgimento de hotéis, condomínios, espaços públicos e pontos turísticos.
Resorts com preocupação ambiental, como os eco resorts voltados para esta temática, cada vez em maior quantidade.
Mas ao elaborar um projeto paisagístico, seja ele residencial, ou para espaços voltados para o turismo e áreas públicas, o designer deve se cercar de preocupações, sendo a principal delas, a viabilidade da execução fiel do que foi planejado. Mesmo para quem almeja passar alguns momentos em contato com a natureza, afastado dos grandes centros, itens como conforto e segurança são prioridade.
Tudo deve ser pensado e planejado visando em primeiro lugar às demandas de quem desfrutará desses espaços: atentando especialmente para acessibilidade em interiores, terrenos acidentados, aclives, etc. E é neste momento em que se apresenta um verdadeiro exercício de imaginação, criatividade e praticidade para arquitetos e designers.
Áreas verdes planejadas em hotéis e áreas de lazer
Num momento de intenso stress planetário, a procura por refúgios e a busca pela reconexão à natureza se mostra como tendência crescente entre pessoas que residem e trabalham nos grandes centros urbanos e o menor resquício de vida natural passa a ser alvo de desejo, como um santuário.
É notório o poder do impacto da conexão com áreas verdes na saúde física, e, especialmente na saúde mental. O simples contato com elementos que remetam à natureza ou o uso de peças de mobiliário ou decoração alternativas, com apelo voltado para sustentabilidade, já trazem ao cliente sensação de conforto, relaxamento e bem estar.
A escolha de plantas nativas do local onde será implementado o projeto é de extrema relevância, por já serem naturalmente adaptadas às condições climáticas e de solo, facilitando o cultivo e manutenção, além de da preservação e proteção das espécies e respectivos ecossistemas, pois favorecem o aparecimento de pássaros e pequenos animais silvestres, o que acaba por se tornar uma atração a mais.
Áreas verdes internas e externas inseridas em projetos paisagísticos também cumprem a função sustentável, de regular a temperatura do ambiente, a qualidade do ar, proporcionando conforto térmico e filtrando a iluminação de maneira natural, o que colabora com economia do consumo energia.
Aproveitar a topografia local
Pensar um projeto sustentável, muito mais que tecnologias, começa desde a implantação das construções no terreno, minimizando bota-fora e tirando partido dos desníveis como forma de enriquecer o espaço. E quando falamos em construção, não se trata apenas das edificações, mas principalmente do programa de lazer dos espaços externos. Dependendo da topografia local, um campo de futebol provavelmente demandará muito mais movimentação de terra do que o edifício hoteleiro. E aproveitando ao máximo o terreno natural pode-se criar espaços ricos em experiências sensoriais, em conjunto com os maciços de vegetação.
Assim, além do ponto de vista estético, que enriquece e valoriza tornando o espaço funcional, o planejamento de áreas verdes pensadas e posicionadas com o intuito de amenizar os impactos de implantação e o desconforto e a agressividade do caos urbano, promovem igualmente qualidade de vida e ambiental.
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