Quando se pensa em construir em regiões rurais, regiões de montanhas e áreas com florestas nativas, a questão das construções sustentáveis e a sustentabilidade propriamente, torna-se uma questão fundamental, seja pelo impacto das técnicas construtivas, o impacto nos recursos naturais e os detritos gerados.
As transformações do clima já perceptíveis pela ação humana, com consequências muitas vezes desastrosas, tornam urgente repensarmos a construção, ainda mais se falarmos em regiões mais delicadas do ponto de vista ambiental. Nesse sentido, é fundamental, antes de tudo, termos uma filosofia de pano de fundo que norteie o design e as intervenções que direcionem a técnicas construtivas que estejam alinhadas aos princípios da sustentabilidade. Acreditamos assim que a permacultura pode ajudar muito nesse sentido.
Duas abordagens que se destacam nesse contexto são a Madeira Laminada Colada (MLC) e a Taipa de Pilão. Ambas as técnicas possuem vantagens significativas ao utilizar materiais provenientes de fontes responsáveis e locais, resultando em construções sustentáveis eficientes e harmoniosas com o meio ambiente.
Madeira Laminada Colada: Sustentabilidade e Eficiência Energética
A MLC consiste em peças de madeira coladas, formando elementos estruturais resistentes e duráveis. Ao empregar essa técnica em regiões rurais e montanhas, é possível utilizar madeira proveniente de fazendas específicas, criando uma fonte de matéria-prima sustentável que não subtrai espécies de florestas nativas. A certificação dessas fazendas assegura a gestão responsável e a reposição adequada das árvores colhidas.
A utilização da MLC também se destaca pela eficiência energética, pois a produção e montagem dessas estruturas demandam menos energia quando comparadas a outras opções construtivas. Além disso, a madeira é um material renovável e de baixo impacto ambiental, alinhando-se aos princípios de conservação e redução de resíduos preconizados pela permacultura.
Taipa de Pilão: Construções sustentáveis com a Terra Local
A Taipa de Pilão é uma técnica ancestral que utiliza a terra local para erguer paredes maciças e resistentes. Ao empregar o solo do próprio terreno na construção, reduz-se a necessidade de materiais externos, diminuindo a pegada de carbono da obra e promovendo a harmonia entre a construção e o ambiente natural. Regiões rurais e montanhosas geralmente possuem solo adequado para a taipa, tornando-a uma opção ideal para essas localidades.
Aderência aos Princípios da Permacultura
Tanto a MLC quanto a Taipa de Pilão estão em total sintonia com os princípios da permacultura. Ao utilizar materiais provenientes de fontes locais e responsáveis, essas técnicas contribuem para a conservação do meio ambiente e para o fortalecimento da economia regional. Além disso, ao demandarem menos energia e recursos externos, promovem a autossuficiência das comunidades locais e estimulam a participação ativa das pessoas no processo construtivo.
Resiliência e Adaptabilidade às Condições Locais
Em regiões rurais, montanhosas e com florestas nativas, a resiliência das construções é de extrema importância devido às condições climáticas e geográficas adversas. Tanto a MLC quanto a Taipa de Pilão oferecem alta resistência e durabilidade, tornando-as ideais para enfrentar os desafios desses ambientes.
Além disso, ambas as técnicas são adaptáveis às particularidades de cada local, permitindo que as construções se integrem harmoniosamente ao entorno, valorizando as características da paisagem e respeitando a biodiversidade existente. Essa capacidade de adaptação e harmonização com o ambiente é um dos pilares da permacultura.
Construindo um Futuro Sustentável
Em um mundo cada vez mais consciente da importância da sustentabilidade, as técnicas da Madeira Laminada Colada e da Taipa de Pilão se destacam como soluções inovadoras para a construção em regiões rurais, montanhas e áreas com florestas nativas. Ao relacioná-las aos princípios da permacultura, é possível criar edificações eficientes, belas e em equilíbrio com o meio ambiente, contribuindo para a construção de um futuro mais sustentável e resiliente para as gerações presentes e futuras.