O arquitetura corporativa é um dos espaços que mais evoluiu em decorrência das novas tecnologias de construção que foram surgindo ao longo do século XX e XXI, do escritório Taylorista em inícios do século XX, até meados do século XXI com as tendências ao “industrial style”, revisitando a estética industrial.

A VMCA é um escritório de advocacia com perfil de atuação em mercados tradicionais e em setores de economia digital. Essa característica guiou o partido estético do projeto, de forma a mesclar a tradição da escola moderna do concreto aparente com as vanguardas escandinavas (uso de madeira em tons claros) e estética industrial, originando uma personalidade baseada no despojamento, transparência e presença de vegetação, que está presente na recepção, biblioteca e varandas. O escritório foi instalado em uma laje de 250 m2 em edifício corporativo situado no bairro do Paraíso, em São Paulo.

O forro modular que existia e confinava o pé direito foi removido, assim como as divisórias de gesso e abriu-se espaço para divisórias leves de vidro e aço, permeado pelo piso vinílico, e a laje aparente, o que conferiu a desejada integração dos espaços e um maior pé direito.

A planta foi organizada em duas alas: a da diretoria, com salas privadas e a outra com planta livre para a equipe de advogados, ambas interligadas na entrada pela recepção. Nesta, dois muros verdes foram construídos de cada lado fechando o fundo com divisória de aço e mescla de vidros, proporcionando a entrada de luz natural através da biblioteca.

Na ala da diretoria, duas circulações paralelas organizam os fluxos, a de visitantes e a de profissionais para conferir a privacidade necessária. Ambas são conectadas pela biblioteca, espaço de descompressão criado com puffs e iluminação decorativa pensado para concentração e pausas periódicas.

A sala de reunião principal, acessada pela circulação de visitantes, possui uma antesala de espera específica que pode ser a ela integrada por meio de portas pivotantes leves, além de servir de passagem para um dos conjuntos de sanitários. Esta sala de reunião abriga mesa retangular com infraestrutura para vídeo conferência (som e TV) e conta também com área de sofá e varanda, de forma a poder abrigar reuniões gerais com o time ou com clientes.

Na parede da TV foi utilizada chapa metálica perfurada e no teto placas flutuantes foram implantadas como recurso estético e atenuador de som.

No outro lado, na ala dos advogados, o espaço é composto por plataformas de trabalho que podem comportar até dezesseis profissionais e possui o mesmo recurso de forro aplicado na reunião principal. Para reuniões menores ou pequenas teleconferências, foram criadas duas salas segregadas que podem ser fechadas por meio de portas deslizantes de aço e vidro leitoso, o qual pode servir de lousa para anotações durantes as conversas. Integrado à área de trabalho e junto ao acesso à outra varanda, foi projetada uma copa com detalhe de forro rebaixado confeccionado em MDF.

O tom final alcançado constituiu uma mescla da tradição do modernismo com as vanguardas das escolas escandinavas, resultado da mescla da madeira clara, juntamente aço, concreto e vidro.