Influenciada pelas mudanças tecnológicas e da sociedade propostas pela Revolução Industrial, a arquitetura moderna assimilou esses conceitos e definiu um novo estilo de criação.
Nesse contexto, a palavra de ordem era utilizar novas e criativas propostas para criar, planejar e arquitetar obras por meio de ideias originais e de vanguarda e, também, por rejeitar o caráter tradicional dos movimentos anteriores.
Com certeza, alguns dos projetos que você mais gosta fazem parte da arquitetura moderna, afinal, ela trouxe características fundamentais que são utilizadas em grande parte das obras que vemos hoje.
Neste artigo, vamos explicar quais são as principais vertentes da Arquitetura Moderna e as suas principais características. Acompanhe!
Mas, afinal, o que é Arquitetura Moderna?
A Arquitetura Moderna é um marco na própria história da humanidade, já que ela rompe com todos os padrões estabelecidos até o momento e propõe um conceito inovador de relacionar o homem com o meio em que ele vive.
Esse mesmo modernismo que estava gerando burburinho entre artistas e designers, rapidamente se espalhou pelo mundo da arquitetura, atingindo em cheio arquitetos já saturados por estilos anteriores e sedentos por novas ideias.
O surgimento da indústria e as novas tecnologias proporcionaram aos arquitetos a utilização de novos materiais, especialmente o aço, o ferro, o vidro e o concreto armado. Diante de uma nova realidade social e com materiais totalmente novos, os arquitetos tiveram pela primeira vez a oportunidade de criar obras com liberdade de formas, estruturalmente mais leves, altas e fortes.
A arquitetura passa agora a ser funcional, fluida, orgânica e, acima de tudo, humana. Ficou curioso para conhecer um pouco mais sobre as vertentes do modernismo? Veja abaixo!
Arquitetura Expressionista
Esse estilo arquitetônico se desenvolveu em paralelo às artes visuais do expressionismo, durante o período pré, durante e pós Primeira Guerra Mundial. Neste contexto político, a comunidade artística estava disposta a fornecer respostas para uma sociedade em transformação, buscando assim novas soluções, especialmente na arquitetura.
As tendências desse período marcam uma busca maior por experimentação, quebras de paradigmas, distorção de elementos, cores e formas e uso de novos materiais como o vidro. Tudo com o intuito de oferecer novas possibilidades arquitetônicas e artísticas para uma sociedade em profunda transformação.
Entre as características da arquitetura expressionista estão a experimentação, a inovação formal e os volumes extremamente incomuns.
Apesar de tentar evitar os dogmas estéticos, é possível estabelecer alguns critérios em comum nas construções da arquitetura expressionista, entre eles estão:
- distorção de elementos, formas e cores para um efeito emocional;
- esforço para alcançar algo novo, original e visionário;
- tendência para o gótico;
- apropriações da arte e arquitetura mourisca, islâmica, egípcia, indiana, romana e grega;
- concepção da arquitetura como obra de arte;
- visão emocional e subjetiva do mundo;
- dissolução de normas clássicas de composição;
- exploração da plasticidade do concreto;
- monumentalidade;
- uso de tijolo, aço e vidro.
Construtivismo
O construtivismo na arte foi o último e mais importante movimento de arte moderna russa do século XX. Ele iniciou em 1915, mas ganhou força, de fato, dois anos depois, com a Revolução Russa.
Apesar de influenciada por outras vanguardas europeias, como o cubismo e o futurismo, a arte construtivista teve ideias e narrativas totalmente inovadoras.
Foi um movimento que buscou romper com a preocupação artística tradicional em compor obras orientadas pela estética, substituindo essa ideia pela construção, combinando imagens industriais e composições geométricas. O construtivismo negava o papel decorativo da arte e enaltecia a modernidade e o uso de técnicas avançadas.
Muito mais focada no espaço do que na matéria, a arte construtivista era mais técnica do que criativa. Esse aspecto era tão valorizado que os pintores do movimento eram conhecidos como engenheiros. Já seus pincéis funcionam não só como instrumentos artísticos, mas como ferramentas sociais.
A estética da corrente apresentava uma linguagem abstrata e composições geométricas, trazendo cores e linhas que pareciam vibrar e dançar entre si, o movimento exaltava a narrativa analítica e valorizava o caráter funcional das obras.
Principais características do construtivismo:
- predomínio dos elementos geométricos;
- valorização da tridimensionalidade;
- forte presença de cores primárias;
- aversão à arte tradicional;
- enaltecimento do uso de materiais modernos e tecnológicos;
- prevalência dos temas sociais;
- valorização da funcionalidade;
- a criação de pinturas e esculturas conectadas com a arquitetura;
- propagação do novo e do dinamismo da vida moderna.
Movimento De STIJL
Liderado pelo pintor modernista Piet Mondrian e pelo arquiteto e também pintor Theo van Doesburg, o De Stijl foi um movimento que teve origem na Holanda, em 1917.
Essa corrente de vanguarda foi influenciada pela estética da arte cubista e se estendeu para a arquitetura, o design, o mobiliário, a moda, a literatura e a fotografia. Teve como base de seus ideais a valorização da pureza das formas, o uso de cores primárias e a inserção de figuras geométricas.
Sendo assim, buscou desenvolver uma linguagem totalmente abstrata e que se opunha à representação da arte figurativa, devido ao seu caráter tradicional.
No entanto, muito se engana quem pensa que as formas e linhas eram colocadas ao acaso. Isso porque o De Stijl de Mondrian funcionava com base em regras e na exploração de diversas possibilidades. Entre as principais características do De Stijl, podemos destacar:
- o purismo, a clareza e as formas simples;
- o domínio das cores primárias azul, vermelho e amarelo;
- o forte idealismo e o viés místico;
- a presença de figuras geométricas e traços;
- a prevalência do ângulo reto (que se tornou símbolo da corrente);
- a redução das formas para chegar aos seus elementos essenciais, como cubos e linhas;
- a saturação das cores;
- o racionalismo por trás da elaboração das obras;
- a valorização do equilíbrio.
O funcionalismo arquitetônico
A primeira metade do século XX conheceu uma das maiores revoluções na arquitetura e no urbanismo – o nascimento do Funcionalismo.
A Revolução Industrial abriu caminho à inovação, introduzindo nos edifícios fabris o ferro, o aço, o concreto e o vidro em larga escala e chamando a atenção para a necessidade de construir habitações operárias de qualidade.
A criação da escola Bauhaus fez com que se estudasse exaustivamente a relação entre a forma e a função na produção de diversos objetos e nos edifícios arquitetônicos. Da reflexão sobre a forma e a função nasceu a arquitetura moderna, sob o paradigma funcionalista.
O arquiteto francês Le Corbusier defendeu o Funcionalismo (ou Racionalismo) com base nos seguintes princípios:
- sentido prático dos espaços;
- volume simples da casa;
- eliminação dos elementos puramente decorativos;
- janelas rasgadas de grandes dimensões, graças ao uso de concreto armado;
- coberturas em terraço;
- colunas que parecem sustentarem o edifício;
- flexibilidade no uso dos espaços interiores.
Escola Bauhaus
Foi uma escola de artes fundada em 1919 pelo arquiteto Walter Gropius, em Weimer, Alemanha. Ela revolucionou o design moderno ao buscar formas e linhas simplificadas, definidas pela função do objeto.
Bauhaus é a junção de “bauen” (para construir, em alemão) e “haus” (casa). Lá, os alunos encontravam uma visão interdisciplinar pioneira, já que todas as artes eram apresentadas de maneira interligada.
A Bauhaus unificou disciplinas como arquitetura, escultura, pintura e desenho industrial. E não desprezava nem as artes consideradas “menores” na época, por sua ligação direta com trabalhos mais manuais, como cerâmica, tecelagem e marcenaria.
A escola introduziu ainda o uso de novos materiais pré-fabricados, a simplificação dos volumes, geometrização das formas e predomínio de linhas retas, em tudo que era produzido.
Especificamente na arquitetura, a Bauhaus ficou conhecida pelas paredes lisas e, geralmente, brancas, abolindo a decoração. Outra marca da escola foi a abolição das paredes internas (como nos lofts), somadas a amplas janelas e fachadas de vidro.
Nem os telhados resistiram às inovações da Bauhaus, que popularizou as coberturas planas, transformadas em terraços.
Entre as principais características da escola Bauhaus, destacam-se:
- a utilização de materiais como aço, vidro e madeira;
- a junção do artesanato e da arte;
- a arquitetura integrada ao urbanismo;
- a funcionalidade dos produtos;
- a influência do construtivismo.
Arquitetura Minimalista
O minimalismo é um movimento que não abrange só a arquitetura, mas também a arte e o design, assim como não deixa de ser também um estilo de vida.
Valorizando o vazio dos espaços, a simplicidade e a limpeza estética, a arquitetura minimalista foi inspirada nos movimentos do cubismo de De Stijl e Bauhaus da década de 1920.
Foi em 1947 que a filosofia do estilo minimalista foi cunhada na célebre frase do arquiteto Ludwig Mies Van der Rohe: “menos é mais”. Essa expressão faz referência à aplicação de formas geométricas simples e à sofisticação de obras compostas de aço e vidro.
Além de ser influenciada por Bauhaus e De Stijl, a arquitetura minimalista também apresenta forte conexão com a arquitetura tradicional japonesa. Afinal, o conceito do design tradicional japonês se concentra na remoção do que é supérfluo, valorizando a essencialidade dos elementos.
No decorrer dos anos, o minimalismo tornou-se bastante popular tanto como estilo de vida como conceito de design. Com o objetivo de representar um design de alto padrão, a arquitetura minimalista se baseia na simplicidade dos elementos, valorizando esse conceito tanto na forma como no espaço e nas cores.
Entre as principais características do minimalismo na arquitetura, destacam-se:
- iluminação natural;
- simplicidade dos espaços;
- estruturas limpas;
- pouca ornamentação;
- formas geométricas simples;
- uso de materiais para dar personalidade e gerar interesse visual;
- o conceito de “menos é mais”.
Arquitetura Brutalista
A Arquitetura Brutalista nasceu nos anos 1950, inspirada na Arquitetura Moderna e Minimalista, e esteve presente com força em alguns países até o fim dos anos 1970.
Ela nasceu após a 2ª Guerra Mundial, época em que os países Europeus precisavam se reerguer depois de tanta devastação. Nesse contexto, havia a necessidade de usar materiais mais baratos na construção de grandes obras, focando em sua funcionalidade ao invés da estética rebuscada.
O termo brutalismo vem do termo francês “béton brut”, que significa “concreto bruto”. Quem batizou e consolidou os ideais do estilo foi Le Corbusier, que o aplicou pela primeira vez na Unité d’Habitation da França, inaugurada em 1946.
As principais características do estilo são:
- a aparência inacabada das construções;
- o uso de materiais pesados, como o concreto, e de elementos como o tijolo, o aço e o vidro;
- o caráter funcional;
- a prevalência de linhas retas de formas geométricas e inusitadas, como pequenas janelas;
- o contraste estético com outros estilos considerados mais “bonitos”, como o neoclássico;
- a praticidade e a aversão aos detalhes e aos excessos;
- o uso de recursos resistentes e baratos;
- a presença de estruturas suspensas;
- a grandiosidade das construções.
Movimento Metabolista
O metabolismo é um movimento de arquitetura moderna originado no Japão, na década de 1960. A grosso modo, o movimento defendia uma cidade toda estruturada por arranha-céus, conectados entre si por passarelas. Tudo estaria de alguma forma ligado em uma espécie de imensa e única obra.
Formalizado na década de 60, com a publicação do manifesto intitulado “Metabolismo 1960: As propostas para um novo urbanismo”, o metabolismo sintetiza um dos lemas da arquitetura japonesa até hoje.
O pensamento dominante entre os jovens arquitetos japoneses que impulsionaram o movimento era, de certa forma, reproduzir o processo metabólico aplicado aos edifícios, como se fossem seres vivos.
O objetivo era desafiar as velhas ideias europeias sobre o urbanismo estático, daí o nome Metabolismo, o que faz muito sentido para a população oriental.
Na rota de constantes desastres naturais e o histórico com guerras, os japoneses aprenderam a crescer sob constante espírito de reconstrução. Mas, como todo movimento visionário demais, muitas das ideias de seus fundadores, entre eles o arquiteto Kenzo Tange e Arata Isozaki, o designer gráfico Kiyoshi Awazu e o critico Noboru Kawazoe, não foram para frente.
Porém, a escola metabolista continua a exercer uma influência bastante significativa na arquitetura atual. A explicação para essa popularidade vem da forma como os japoneses sempre conseguiram aliar o eterno apreço pela novidade com as regras da tradição.
Além disso, enquanto o movimento deixou de existir como tal, muitos outros arquitetos adotaram alguns de seus princípios para desenvolver projetos, incluindo a vontade de criar edifícios mais sustentáveis.
A arquitetura moderna está em todos os lugares do mundo, refletindo a evolução das ideias em construções que buscam solucionar os problemas de habitação e crescimento urbano, além de trazer o olhar humano para a saúde, bem-estar e sustentabilidade.
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