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Você decidiu fazer algumas reformas na sua casa, ou começar o projeto de uma nova moradia do zero? Uma das primeiras coisas que precisa decidir é se vai contratar um arquiteto para ajudar a conquistar o seu lar ideal.

Você pode achar que a contratação de um profissional de arquitetura não é necessária, até descobrir que existem vários fatores a serem levados em consideração, como legislação e códigos do plano diretor da sua cidade, taxas, burocracias, cálculos e muito planejamento. É nesta hora que você repensa.

Se você ainda tem dúvidas em relação ao serviço e sobre quais são as responsabilidades da profissão, continue a leitura deste artigo! Conversamos com o arquiteto Gustavo Garrido, que deu algumas dicas essenciais para ajuda-lo a trabalhar com um profissional desse tipo. Confira!

O que faz o arquiteto?

Esses profissionais auxiliam na escolha das melhores soluções para as necessidades do cliente. Com formação multidisciplinar, possuem conhecimentos e habilidades técnicas para elaborar projetos de arquitetura, paisagismo, urbanismo, interiores e restauro.

Além de todas essas qualificações, o arquiteto também oferece uma gama de outros serviços. Eles vão desde a elaboração inicial de um layout, até acompanhamento e gerenciamento de obras.

O apoio do arquiteto na obra é fundamental durante toda a concepção e execução, pois nós é que temos uma visão do todo. Se você deixa para o mestre de obras ou para quem está tocando a obra tomar decisões, com certeza serão decisões que não vão levar em consideração todo o histórico que foi traçado com o cliente”, explica Garrido.

Vale ressaltar que os empreiteiros, mestres de obras e pedreiros não projetam, mas constroem sob a supervisão de arquitetos ou engenheiros.

De acordo com o conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU), as atividades e atribuições do arquiteto e urbanista consistem em:

– Supervisionar, coordenar, fazer a gestão e orientação técnica de uma obra;

– Coletar  dados, estudar alternativas, realizar o planejamento e especificações;

– Elaborar estudo de viabilidade técnica e ambiental para a intervenção no terreno;

– Prestar assistência técnica, assessoria e consultoria;

– Realizar vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria e arbitragem;

– Desempenhar o cargo e função técnica em empresas, instituições privadas e públicas;

– Conduzir treinamento, ensino, pesquisa e extensão universitária;

– Solicitar, estudar e equalizar  orçamentos;

– Proceder com a  produção e divulgação técnica especializada;

Quais são as etapas do trabalho realizado pelo arquiteto?

Apesar da complexidade de cada obra  exigir mais ou menos etapas para a elaboração de um projeto arquitetônico,  há uma linha de raciocínio lógico que orienta todos aqueles que buscam a excelência e a riqueza em detalhes, trazendo elementos que devem, essencialmente, ser considerados.

O planejamento é fundamental para orientar e gerenciar a execução do projeto. É onde serão previamente analisadas diversas questões envolvidas no empreendimento que, sem um planejamento, poderiam gerar transtornos ao chegar a execução e perceber, somente ali, que havia algum impeditivo ou barreira.

É no planejamento que são previstas questões de viabilidade legal da construção em determinado local, são feitas as visitas e medidas no espaço e diversos outros fatores, principalmente, legais e burocráticos que vão orientar e embasar todo o projeto dali para frente.

  1. Entendendo as necessidades

A primeira fase constitui em entender todas as necessidades e expectativas do cliente com o imóvel que será construído ou reformado, bem como do espaço hábil e viabilidade legal para a construção.

Tem todo um tempo de conversa com o cliente, análise do espaço e pesquisa de tendências envolvido para a elaboração do que será proposto no projeto”, explica.

Para isso, são realizadas visitas ao local voltadas à realização de estudos prévios e análises minuciosas, além de entrevistas com pessoas que vão usufruir da obra ou aquelas que estão envolvidas com o ambiente, caso seja um escritório, por exemplo, onde pessoas vão trabalhar. Este é um passo importante para executar um planejamento adequado às necessidades do cliente.

  1. Levantamento

Durante as visitas ao local da obra, questões relacionadas a medições, níveis, condições topográficas e ambientais e orientação solar devem ser analisados e registrados. Nesta etapa, os arquitetos podem prever e até se antecipar a determinados ajustes, decorrentes dessas análises de campo antes de dar prosseguimento ao projeto.

Normalmente realizamos visitas em equipes para colher essas informações e também tirar fotos e medidas do local. Todos esses dados serão utilizados para a concepção do estudo preliminar, que envolve os desenhos de criação de como será a caracterização futura daquele espaço”, detalha o arquiteto.

  1. Estudo de viabilidade

Há três documentos completos que são essenciais durante um planejamento e projeto de arquitetura, que são o Plano Diretor da cidade, sua Lei de uso e Ocupação do Solo  e o Código de Obras.

O primeiro define algumas políticas de desenvolvimento do município, estabelecendo algumas diretrizes de forma macro, tais como diretrizes de expansão urbana, áreas de proteção de rios mananciais, por exemplo. O segundo estabelece os parâmetros para  construções  e seus usos– como altura máxima de construções na região, taxa de ocupação, zoneamento, etc. – para orientar tanto o poder público, quanto à inciativa privada à forma de construção em espaços urbanos e rurais.

Já o Código de Obras é um documento que determina um conjunto de procedimentos administrativos para qualquer tipo de construção no município – como aprovar um projeto, quando se pode iniciar uma obra, como recorrer em caso de paralisação e como comunicar o término de uma obra. O objetivo é garantir o direito de se construir em harmonia com o bem-estar e segurança das pessoas.

Precisamos realizar cálculos de área construída, de ocupação e uma série de indicações com notas técnicas. Tudo isso precisa ser documentado e aprovado nos órgãos competentes, mediante a apresentação de documentos do proprietário, do profissional e do terreno, além do pagamento de taxas. É uma etapa extremamente burocrática, que exige tempo e conhecimento técnico, além, é claro, de soluções criativas”, explica Gustavo.

  1. Estudo preliminar

Com todas as definições em mente, é hora de iniciar os primeiros esboços do que vai ser o imóvel ou de como ficará a reforma. Para isso, diversos recursos podem ser utilizados, desde o desenho a mão livre, até a elaboração de maquetes físicas ou eletrônicas para passar a ideia de realismo ao cliente.

No início, a gente faz um layout, por exemplo, de como será a caracterização futura daquele espaço. Então, apresentamos algumas imagens de como a gente imagina cada ambiente, usando referências com base nos anseios do cliente”, afirma. Este croqui deve ser aprovado por todos os envolvidos para que possa dar continuidade, então à elaboração dos projetos que de fato irão para a obra.

  1. Licenciamento

Trata-se de providenciar o projeto com a representação gráfica em formato específico e com as documentações exigidas pela prefeitura para a análise. É necessário um acompanhamento junto aos órgãos municipais no sentido de responder a eventuais questionamentos (os chamados “comunique-ses”), revisando o projeto no que for apontado e acrescentando documentação adicional que for solicitada. Em determinados casos, a aprovação se estende também a órgãos de preservação histórica, órgãos de proteção ambiental, muitas vezes exigindo a contratação de consultores específicos pelo proprietário, para cada especialidade.

  1. Projeto executivo

Nesta etapa final, são definidos todos os materiais e serviços que serão necessários, indicando itens a serem demolidos, construídos, medidas, acabamentos, bem como a solicitação de orçamento com fornecedores de forma a se chegar ao custo total da obra. Após essa etapa é dada a largada à obra, em termos de documentações necessárias para sua liberação.

O arquiteto vai fornecer, como se fosse, a receita do bolo: vai especificar qual piso será usado e onde, prever o posicionamento de bancadas, determinar as medidas e alturas exatas, bem como instalações hidráulicas e elétricas”, conta Gustavo.

Caso haja divergências nas especificações do que os profissionais envolvidos na construção precisam fazer, pode haver necessidade de refazer determinadas instalações, o que acarreta em maior custo e atraso na entrega final.

É imprescindível fazermos todo esse acompanhamento, porque sempre acontecem imprevistos. Quem está na obra vê parte do processo, mas o arquiteto enxerga como um todo, então conseguimos prever situações e propor soluções. Numa reforma, por exemplo, se ao demolirmos descobrimos vigas e pilares em locais não imaginados, é preciso colocar no projeto e analisar se atrapalhará a passagem, ou dificultará um layout anteriormente aprovado e propor soluções.  Por isso precisamos estar atentos ao processo todo, do início ao fim, para que a obra tenha orientação e seja executada com sucesso ”, acrescenta.

Lidando com imprevistos

Auxiliar o cliente a ter seu projeto executado corretamente e da maneira como foi previsto é uma das principais obrigações do arquiteto à frente da obra. Esse acompanhamento é fundamental para apontar qualquer divergência do projeto original, corrigindo o problema a tempo e sem maiores prejuízos.

Gustavo explica que uma obra é realizada em diversas etapas, com equipes de trabalho e tempos diferentes. “Quem esta executando a alvenaria, por exemplo, não sabe necessariamente como vai ser a bancada. É por isso que a gente fornece as medidas já descontando os recuos necessários, de forma que as coisas se encaixem em cada etapa, dando o efeito esperado”.

Por isso o acompanhamento com o projeto e visitas técnicas são tão importantes durante a execução do projeto.

Às vezes acontecem imprevistos. Tem casos em áreas livres, por exemplo, onde você vai escavar a piscina e tinha uma árvore próxima, mas você só conseguiu ver que a raiz daquela árvore estava chegando ao espaço depois de escavar, aí tem que modificar a posição da piscina”, conta. “Ao modificar a posição da piscina, precisa modificar o projeto de arquitetura conversando com o projeto de estrutura. A gente consegue produzir desenhos e modificações que são pertinentes e respeitam toda a história que foi criada desde o começo. Evitando algo que fique totalmente descaracterizado ou sem conexão com o que foi proposto inicialmente”, conclui.

Outras contribuições do arquiteto

Além de cuidar dessas etapas, o arquiteto também realiza o planejamento da compra de produtos e de insumos para a obra. É nesse momento que ele define quais peças e materiais vão revestir as paredes, divisórias, muros, fachadas, pisos, forros e até mesmo partes do mobiliário presente na construção.

Nós gostamos de elaborar mock ups, que são pequenos exemplos de parte da construção, onde pegamos pisos diferentes e aplicamos em uma pequena área do local para o cliente ver e aprovar. Da mesma forma com as tintas que serão usadas. Por mais que a gente especifique o código da tinta, ela aplicada naquela parede, naquele espaço, com aquela luz natural ou artificial que bateu,ás vezes  traz uma sensação que não corresponde ao desejado. Dessa forma, conseguimos tomar decisões mais assertivas para manter a harmonia entre todos os elementos da obra”, destaca Gustavo.

A contribuição do profissional não se limita a escolher um produto que é apenas tendência no mercado. A principal preocupação na verdade é adequar o revestimento às exigências de ambientes externos e internos, ao orçamento disponível e, principalmente, ao gosto do cliente. Por ter conhecimento, o arquiteto é capaz de atender a todos esses objetivos sem precisar abrir mão da funcionalidade, qualidade e da estética.

O acompanhamento precisa ser feito em cada detalhe, com cada fornecedor para que tenha as soluções exatas. Nós auxiliamos a selecionar os fornecedores que têm disponível os materiais ou produtos que vão dar o efeito que a gente pretende. Por isso é importante ressaltar as especificações do arquiteto, porque elas interferem não só no visual, mas também no desempenho, segundo as exigências de uso em cada situação ou ambiente”.

O arquiteto cita como exemplo típico a escolha do piso: “tem pessoas que acham que pode aplicar o mesmo piso na casa inteira. Na área do banheiro, principalmente no box, deve-se aplicar um revestimento anti-derrapante e, se essa especificação não for seguida, há risco da pessoa cair e, até mesmo, quebrar uma perna”.

O arquiteto também pode contribuir com um projeto de iluminação, levando em consideração cada ambiente e o seu uso, com base nos critérios necessários para que as pessoas que utilizarão aquele ambiente tenham uma boa qualidade de vida. “Há uma iluminação recomendada para cada tipo de ambiente e cada tipo de iluminação ajuda a desempenhar uma tarefa no dia-a-dia com melhor qualidade”, explica Gustavo.

Existem parâmetros e normas técnicas para estabelecer os níveis saudáveis de iluminação para cada atividade. “Você não pode, por exemplo, usar no local de estudo uma luz branca centralizada no meio do ambiente. A pessoa, principalmente se estuda à noite, vai começara a desenvolver problemas de visão por conta da falta de qualidade de iluminação”, ressalta.

Contratar um arquiteto é caro?

Caro ou barato, é relativo, pois é impossível precisar um valor único. Porém, o CAU  dispõem de tabelas para consulta com preços de honorários mínimos, de acordo com o estado em que atuam.

Para Gustavo Garrido, há um grande desconhecimento sobre o que é o trabalho do arquiteto. “Acho que isso, muitas vezes, causa uma sensação na pessoa de não saber se está pagando o correto ou não por determinado trabalho”, pontua. Assim como qualquer prestação de serviço, os valores são calculados com base na hora de trabalho das pessoas envolvidas, além de demais custos fixos. “Tem todo um custo de back office, que faz o escritório funcionar: a secretária, o aluguel da sala, a energia, seguros que o arquiteto precisa ter, tudo isso, somado aos impostos e, obviamente o lucro, é o que compõem o valor cobrado”, detalha.

A pessoa que trabalha no projeto é um profissional graduado em arquitetura, ou seja, tem curso superior e preparo para desenvolver projetos. “No fim das contas, a gente pode até ter um indicador de reais por metro quadrado como um indicador de mercado, mas o verdadeiro custo é hora/homem, ou quanto tempo cada profissional ocupa para fazer determinado projeto”.

Na hora de pensar em uma obra, é comum que certos custos como o projeto arquitetônico, não esteja contemplado, mas esse é um fator importante e que deve constar no orçamento. O valor de um projeto costuma variar entre 5 e 15% do custo total de uma obra, variando conforme o tamanho. É um percentual muito baixo, já que a presença de um profissional de arquitetura garante maior segurança na sua obra, bem como redução de desperdícios e otimização de tempo.

Além disso, um projeto realizado por uma equipe de arquitetos como da ARCHSCAPE garante um resultado que vai atender exatamente às suas expectativas.

Entre em contato e conheça mais sobre nosso trabalho!

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