As Smart Cities podem ser definidas como sistemas de pessoas que estão interagindo e aplicando serviços e energia no propósito de acelerar o desenvolvimento e qualidade de vida nos centros urbanos.
Não é um conceito novo no mundo, mas tem ganhado destaque nos últimos anos , com a demanda por desenvolvimento sustentável e consumidores e cidadãos mais exigentes, que querem impactar o futuro do planeta.
Smart Cities: o que esperar nos próximos anos?
Muitos centros urbanos, acima de cem mil habitantes, já estão aderindo a iniciativas e investimentos para que possam progredir para serem consideradas de fato como “Smart Cities”. Mas como isso é alcançado na prática?
O conceito engloba alguns pilares que podem direcionar as ações da gestão pública e da população.
• Aspectos Sociais
O acesso à cultura e à educação são essenciais para o progresso de qualquer sociedade. Assim, o número de universidades, museus, ambientes de lazer como parques e atividades abertas para a população fazem parte das Smart Cities.
Sistemas de saúde eficientes, segurança e qualidade de vida devem se tornar mais acessíveis a todos. E essa é uma das premissas dos aspectos sociais das smart cities.
|
A coexistência de indivíduos com rendas, idade e contextos diferentes permite a troca de experiência e a capacidade de se colocar no lugar do outro.
• Desenvolvimento econômico
As cidades inteligentes precisam fomentar o desenvolvimento econômico. Planejamento e incentivos para a indústria local, inovação tecnológica e empreendedorismo movimentam a economia e trazem mais oportunidades para a população.
O intuito é que ocorra a desburocratização destes processos para pequenos a médios empreendedores e quanto mais fácil for abrir um negócio, mas eficiente será o ambiente.
• Meio Ambiente
O desenvolvimento urbano não pode deixar de lado o meio ambiente. É preciso suprir as necessidades da população existente sem prejudicar as gerações futuras. Para isso é essencial um planejamento urbano adequado.
O planejamento urbano deve englobar ações que previnam a poluição, permita o acesso à água potável, promova o saneamento básico igualitário e garanta a expansão dos grandes centros respeitando a natureza.
• Mobilidade
A mobilidade é essencial nas Smart Cities, pois considera que a cidade tem como função promover qualidade de vida aos seus habitantes e eles devem ter a capacidade de se locomover e transitar entre os espaços que ela oferece.
Além disso, a mobilidade é essencial para o dia a dia da população e o investimento em transporte público e alternativas de locomoção sustentáveis é imprescindível. O foco é permitir a locomoção de maneira segura, eficiente, rápida e acessível.
Assim, é cada vez mais comum que as cidades inteligentes tenham investimentos em cobertura de metrô, compartilhamento de bicicleta e outros meios que permitam a qualquer classe social se locomover rapidamente.
• Referência Global
Para as Smart Cities o impacto precisa ir além dos seus cidadãos. Embora o foco seja realmente a maior qualidade de vida para seus habitantes, a cidade precisa alcançar metas de sucesso que passam por planos estratégicos de turismo, número de aeroportos, congressos e conferências na cidade.
Desafios das Smart Cities no Brasil
Apesar do Brasil já contar com diversas metrópoles categorizadas como Smart Cities, como São Paulo, Florianópolis e Curitiba, ainda há muitos desafios para se alcançar o que é esperado.
A Smart City não se trata apenas de recursos tecnológicos, ela é um ambiente agradável e que tem o dever de ser diversa, aberta e sobretudo inclusiva. Neste último aspecto especialmente, o desafio é enorme.
O Brasil é um país que ainda tem muita desigualdade e trazer estas pessoas para que sejam parte da cidade e possam estar integradas é uma barreira a ser transpassada pelas Smart Cities nos próximos anos. Se você gostou desse texto e quer saber mais, acesse outros posts no nosso blog.
Gustavo Garrido é arquiteto paisagista e Head da Archscape