Em Recife existe um lugar imperdível para os amantes de arte, arquitetura e paisagismo, local que muito tempo abrigou a oficina de um dos maiores artistas brasileiros.

A Oficina Brennand teve início em 1971 ocupando as ruínas da Cerâmica São João da Várzea, uma olaria do início do século passado.apron wish lightweight golf shoes schuhe fila imiteret skind nederdel pantuflas hombre neon nylon

O que era uma antiga fábrica de tijolos e telhas, herança adquirida pelo pai do mestre Francisco Brennand (1927-2019), acabou se tornando o seu grande atelier. Brennand, que antes achava a cerâmica uma arte menor, passou a se interessar profundamente por esta arte após conhecer a obra desenvolvida em cerâmica por Pablo Picasso, durante sua estadia na Europa, período em que frequentou o atelier do pintor Fernand Léger.

Após seu recente falecimento, o espaço ainda permanece aberto a visitação, onde se pode conhecer um conjunto arquitetônico e paisagístico suntuoso e com intervenções artísticas que lhe atribuem requintes de originalidade.

O resultado é a fusão da obra escultórica de Brennand, unida à arquitetura do início do século XX do local, uma singela mas marcante contribuição de Paulo Mendes da Rocha e um belíssimo jardim de Burle Marx, conjunto que acaba proporcionando uma experiência visual única aos amantes da arte e da arquitetura.

A Oficina Brennand é arte em estado avançado pois são 15km2 de galerias com exposições diversas, esculturas ao ar livre que são a tônica reconhecida do artista, peças exclusivas, cerâmicas ornamentais, fontes e uma boa dose de história.

O Pátio das Esculturas

OFICINA BRENNAND ARCHSCAPE ARQUITETURAO universo criativo de Brennand pode ser visto em todo sua extensão em um dos ambientes mais notáveis e intrigantes do lugar, o Pátio das Esculturas. Nele o visitante percorre uma esplanada ladeada por tótens e arcadas na qual se alternam uma sequência de esculturas e obras artísticas do mundo imaginário do autor, que culmina num gazebo e um espelho d’água.

A Praça Burle Marx

Com um toque de dois mestres, a praça projetada pelo paisagista mais renomado da história brasileira, é totalmente composta de peças de Francisco Brennand. Constituiu-se em um presente do paisagista, com sua linguagem marcante de curvas e apresentando composição de texturas e espécies nativas.

Capela Nossa Senhora da Conceição

Com entrada separada, passando o acesso à Cerâmica, localiza-se quase despercebida uma inusitada capela de paredes brancas. Construídas sobre a estrutura de um casarão em ruínas do século 19, esta capela tem a especificidade de ter sido projetada por um dos maiores arquitetos brasileiros, Paulo Mendes da Rocha. Como a estrutura das paredes não aguentaria o peso de uma nova cobertura, o arquiteto idealizou uma nova cobertura que repousa em dois únicos pilares, distantes longitudinalmente, um servindo de altar e o outro de coro. Caprichosamente, a estrutura não toca as paredes, deixando um vão de alguns centímetros apenas e à noite, com as luzes acesas aparenta ser uma elegante luminária que irradia luz no entorno.

O local conta o cine teatro Deborah Brennand, uma lojinha de souvenirs e poderá conhecer ainda a Academia (uma espécie de Pinacoteca), o Anfiteatro, o Salão de Esculturas, o Templo Central, o Templo do Sacrifício, o Estádio, auditório, além da referida Capela.

A importância cultural do artista e do espaço é amplamente conhecida pelo seu valor cultural ao unir diversas artes com tanta magnitude. Poder fazer uma imersão na arquitetura industrial do começo do século XX com claras influências europeias, acervo gigante de obras de artes, jardim de Burle Marx, a arquitetura moderna e tantos outros ambientes de intensa qualidade arquitetônica é uma visita que merece ser programada.

Gustavo Garrido é arquiteto paisagista e head do Archscape Arquitetura

Se você está pensando em obra ou reforma, é bom que saiba já de antemão que contratar um arquiteto é mais que fundamental. Não se trata de argumentos comercialistas, são depoimentos colhidos ao longo de décadas de carreira. Um arquiteto é quem vai garantir que o projeto será bem executado e dentro das conformidades das normas de segurança.

Afinal, um projeto de arquitetura, para atender as exigências da legislação que regulamenta as construções, deve ser assinado por um profissional que esteja devidamente habilitado.

Mas existem mais alguns aspectos que devem ser considerados quando se pensa em contratar um arquiteto. Veja a seguir 5 dicas para contratar um profissional sem medo de errar

1 – Primeiríssimo passo: Qual é a sua demanda?

É preciso entender que para cada tipo de projeto pode haver um profissional específico, desde o que trabalha apenas na criação, os que gerenciam a obra, os que fazem interiores e paisagismo, aos que prestam apenas consultoria.

Se você estiver partindo para uma nova construção, o ideal é contratar aquele que realize o projeto e faça o acompanhamento da obra. Isso é garantia de especificações sejam cumpridas com rigor.

É interessante ressaltar que num processo de construção o arquiteto tem a visão global e crítica do conjunto da obra.

2 – Encontrar o profissional que se adeque ao seu projeto

Analise atentamente seus estilos e perfis e avalie qual deles terá a metodologia de trabalho na medida de suas necessidades. É importante verificar também se ele possui registro ativo no CAU.
Na dúvida, vale consultar a cartilha da Federação Nacional dos Arquitetos e Urbanistas (FNA), bem como os sindicatos de arquitetos e urbanistas de seu estado.

3- Custos ao contratar um arquiteto

Pesquise, faça orçamentos.

O arquiteto parte de duas premissas básicas para calcular o preço do serviço: o metro quadrado da área e, a complexidade da obra/reforma. A partir do orçamento, é interessante consultar a tabela de honorários do CAU e comparar os valores antes de decidir. Não existe um valor único, pois várias questões como a experiência, especialidade e visibilidade do arquiteto no mercado, podem incidir sobre o preço

4- Preto no branco

Formalize sempre, em forma de contrato, tudo o que foi conversado e combinado com o arquiteto contratado.

Especifique em detalhes o que foi tratado como valores, prazo e descrição dos serviços. O contrato é um importante documento para que os direitos e atribuições de todas as partes estejam assegurados, em caso do descumprimento de algum ponto.

Gustavo Garrido é arquiteto e Head da Archscape

O que faz o sucesso de um destino turístico? As atrações naturais ou urbanas? Os museus e monumentos? O que traz sensação de desconforto em pousadas, por exemplo? O que as pessoas buscam ao escolher um destino é acima de tudo a EXPERIÊNCIA. E isso se inicia exatamente na estadia que a pessoa escolheu.

Uma pousada ou hotel resort que queira se posicionar como referência precisa sobretudo se preocupar acima de tudo em proporcionar momentos inesquecíveis para seus hóspedes e aí é que a arquitetura, o paisagismo e o projeto de interiores entram para resolver a questão.

Quem nunca fez planos de férias, escolheu um destino e ficou decepcionado com a estadia? Pode ter sido a cama desconfortável, a comida mal preparada, que são itens mais fáceis de se lembrar mas, na maioria das vezes, são os mais difíceis de se descrever e que tem tudo a ver com nosso assunto.

Aqui listaremos dicas para se atentar na hora de empreender e montar uma pousada. O turismo não é um território muito amistoso para aventuras empreendedoras, mas com um pouco de planejamento e bons profissionais de arquitetura e paisagismo, é possível evitar tropeços previsíveis.

Claro que há muito mais ítens a ficar atentos, mas gabaritando nossa lista, as chances de sucesso em evitar a sensação de desconforto em pousadas aumenta muito. Detalhe: a lista serve para outros ramos hoteleiros e até mesmo residências.

Os itens mais comuns que trazem desconforto em pousadas e afins:

1- Arquitetura mal projetada

A má resolução da planta, o descuido com a orientação das aberturas e o detalhamento construtivo insuficiente são itens básicos mas fáceis de errar quando não se tem ajuda de um arquiteto. Muitas vezes, a adição de uma pequena varanda, para colocação de poltronas ou uma rede, já traz uma sensação muito boa de conforto.

2- Layout mal pensado dos aposentos

A TV posicionada – ou muito alta ou descentralizada, móveis desproporcionais causando falta de espaço nos lados da cama e para abertura de malas, são itens facilmente de ser corrigidos por um arquiteto experiente.

3- Materiais inadequados na construção e acabamento

Pisos escorregadios, cerâmicas de baixo desempenho, caixilharia sem esquadria, ferragens, louças e metais de má qualidade, são itens não óbvios para leigos mas que trazer grande sensação ruim na experiência.

4- Projetar a iluminação faz uma enorme diferença

Um dos itens mais fáceis de resolver e que menos é pensado é o projeto de iluminação. Quartos muito escuros ou muito claros, cor de luz errada, efeitos de ofuscamento, são itens que trazem imenso desconforto. Por outro lado, quando pensados adequadamente conferem um efeito realmente transformador no ambiente, por um custo relativamente baixo.

5- A decoração descuidada

Não querer investir em uma arquitetura de interiores causa prejuízos financeiros e de imagem, resumindo: desconforto em pousadas. A falta de cortinas, má escolha de quadros, descuido com objetos decorativos são alguns exemplos. Trabalhar com artesanato local, sob uma cuidadosa curadoria de um profissional, é um dos itens traz a desejável boa experiência numa estadia.

6- Ausência de critério na escolha das plantas ornamentais

É um item facilmente corrigido por um profissional,  compreende as questões de insolação, demanda de água e composição dos itens. Utilizar plantas da região, pensando criteriosamente na escolha dos vasos ajuda e muito. É importante ressaltar que quando se tem assessoria profissional desde a compra do terreno, se pode tirar partido da topografia, do percurso, das vistas, resolvendo desde o início muitos potenciais problemas.

Se a pousada fica em uma cidade histórica, adquirir um imóvel da época já é uma escolha que aumenta a taxa de acerto. Daí em diante, somente um profissional da área é que pode orientar sobre como intervir na estrutura do imóvel, como mobiliá-lo, como pensar os jardins, nos quartos, nas áreas comuns, iluminação apropriada, procurando transmitir a experiência genuína de passar alguns dias em um destino turístico.

Gustavo Garrido, Arquiteto, professor e head da Archscape

O arquiteto paisagista é um profissional que unifica a natureza e a arte, pois é da sua responsabilidade planejar projetos de paisagens e organizá-los de modo que a natureza faça parte dos espaços urbanos da melhor forma possível.

Então, para aqueles que amam arquitetura e adoram paisagens, com certeza esta é uma profissional que vale a pena ser seguida e que vem ganhando cada vez mais destaque.

No entanto, apesar da sua relevância, o trabalho desse profissional ainda gera dúvidas e há quem confunda a atuação dele com a jardinagem e decoração, o que não é bem assim. Então, abaixo você vai entender um pouco mais sobre. Continue a leitura!

O que é o paisagismo?

Antes de mais nada é interessante que se entenda do que se trata o paisagismo, que consiste na ação sobre a paisagem, desde o simples procedimento de plantio até o processo de concepção de projetos complexos de arquitetura paisagística, tudo isso sempre alinhados à preservação do ambiente e buscando a valorização dos espaços públicos e privados.

De maneira direta, é possível dizer que o objetivo principal do paisagismo é um só: organizar a paisagem para que ela se torne mais bonita e sem perder a sua funcionalidade.

Portanto, o arquiteto paisagista atua para além da estética, pois ele deve considerar outras características importantes na elaboração dos seus projetos, como questões geográficas e humanas.

Além disso, é válido mencionar aqui que o paisagismo não é jardinagem, pois esta última faz referência a uma atividade que se usa de estratégias de manutenção e plantios.

Mas afinal, o que faz um arquiteto paisagista?

O profissional que atua como paisagista tem como principal responsabilidade e objetivo desenvolver projetos sustentáveis, que funcionem de maneira social e que sejam harmoniosos esteticamente.

Dessa maneira, dentre as funções que ele exerce estão:

• Avaliação do impacto ambiental nos mais diversos projetos;
• Desenvolvimento e avaliação de planos de ordenamento do território;
• Cumprimento das leis de forma integral, obtendo e coordenando assim autorizações e licenciamentos necessários;
• Realizar perícias;
• Assinar e desenvolver projetos.

Formação do arquiteto paisagista

O arquiteto é aquele que tem a formação no curso de graduação de Arquitetura e Urbanismo. Então, para se tornar um arquiteto paisagista é importante, primeiramente, ter essa formação na Arquitetura.

Afinal, como visto, o profissional precisará assinar projetos e isso só é possível quando se tem registro junto ao CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo).

Em seguida, deve-se especializar na área de paisagismo, o que pode ser realizado através de uma pós-graduação, onde você aprenderá sobre biologia e botânica, além de diversos outros temas importantes.

Paisagismo X Jardinagem

Apesar de serem duas práticas interligadas e que trabalham com elementos vivos, existem diferenças entre o paisagismo e a jardinagem que devem ser de conhecimento de todos.

Assim, é fundamental ter consciência de que o arquiteto paisagista não é um jardineiro, pois a sua função é criar projetos de paisagens, supervisionar e conduzir a equipe que executará o projeto, o que inclui o jardineiro.

Por sua vez, o jardineiro é um dos profissionais que irá executar o projeto, responsável por manter o jardim sempre vivo e bonito. Portanto, ele fará manutenções, que envolvem adubação e plantio, bem como a rega. Ele conhece as necessidades específicas de cada planta e intervém constantemente para manter o jardim saudável e vigoroso.

O trabalho do arquiteto é sempre imprescindível nos casos onde o paisagismo exige cuidados estruturais, quando envolve gerenciamento de equipes e estudos corretos de impactos ambientais. Além há ainda a questão do conhecimento multidisciplinar e uso mais adequado dos espaços, incidência de luz , dentre outros.

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A arquitetura digital no Metaverso

Metaverso é a palavra da moda, no mundo da tecnologia atualmente. Muito se fala e pouco se sabe.
O termo metaverso foi criado por Neal Stephenson e constitui uma visão de como o mundo digital pode evoluir em um futuro próximo.

E por que isso importa aos arquitetos?

Estamos testemunhando uma grande mudança da economia real para a economia digital, e a integração das duas foi acelerada pela pandemia.

Várias lojas fecharam suas portas, proprietários de imóveis ficaram sem receber aluguel, escritórios buscaram novas formas de alocar seus funcionários.

Devemos aceitar que a pandemia mudou nossa cultura de trabalho, e ao mesmo tempo acelerou o crescimento do e-commerce e transformou a forma como as empresas operam. Não há outra opção a não ser entrar nesse jogo, caso contrário você não sobreviverá no mundo dos negócios.

Embora a arquitetura seja um negócio local, você pode fornecer produtos e serviços digitais em todo mundo. Você pode ganhar a vida fazendo o que ama, através da arquitetura digital.

Os arquitetos podem participar do metaverso, competindo com designers e desenvolvedores, mas mesmo assim podem agregar valores extras aos serviços.

Durante muito tempo, os arquitetos lideraram a construção de mundo físicos, atuando na gestão de projetos e colaborando com todas as disciplinas, enquanto outros profissionais se dedicam a partes específicas do trabalho.

A arquitetura digital pode aproveitar o metaverso para romper com os padrões vigentes

No mundo digital, os arquitetos podem atuar como ponte entre o mundo físico e virtual. Um duplo digital em construção pode ser uma réplica dinâmica e atualizada de um ativo físico ou conjunto de ativos, como um edifício, um campus, uma cidade ou ferrovia, que reúne dados do projeto e da construção, bem como os operacionais em tempo real ou, contrariando a direção mais óbvia, podem usar toda sua criatividade para criar um mundo totalmente totalmente fora dos padrões conhecidos mas que atende as necessidades do ambiente digital, desenvolvendo formas antes impossíveis de serem realizadas no mundo real.

Além de atender os clientes, os arquitetos tendem a colocar um impacto social e a responsabilidade, servindo a comunidade em primeiro lugar.

Afinal, a arquitetura é a manifestação e expressão da cultura. Embora o metaverso não seja específico de um lugar, usuários de diferentes origens culturais podem cohabitar uma mesma localidade independente de fronteiras, assim podemos pensar que o metaverso recebe toda essa diversidade.

E quanto aos valores? É preciso definir novos valores para arquitetura digital neta nova era tecnológica? Pois bem, assim como outras, essa é mais uma questão em aberto. Quanto melhor puder definir e implementar o valor da arquitetura, melhor será arquitetado o metaverso imaterial.

Sites de arquitetura são sempre muito bem-vindos, pois trazem inspirações e ideias incríveis para os arquitetos, assim é comum passar horas navegando neles.

Se você é arquiteto, estudante ou está em busca de boas referências para os seus projetos, além do nosso site (é claro!),
listamos 10 principais sites que trazem excelentes conteúdos sobre essa área. Confira abaixo!

1 – Archdaily

Com certeza um dos mais populares e famosos sites da área de arquitetura é o Archdaily, que traz uma série de projetos, artigos e conteúdos referentes a este universo.

Apesar de ser um site internacional, ele está disponível em vários idiomas, dentre eles o português, e é uma fonte de informação que vale a pena navegar.

2 – Dezeen

O site Dezeen, que também é uma das revistas de arquitetura mais famosas do mundo, nasceu em 2006 e exibe por lá uma série de conteúdos referentes às tendências desta área.

Logo, o Dezenn naturalmente é uma fonte de inspiração para muitos arquitetos e estudantes, pois conta com projetos de interiores, arquitetura e tecnologia.

Além disso, você encontra publicações, notícias e entrevistas com grandes nomes da área.

3 – e-Architect

Outro dos sites de arquitetura internacionais para se inspirar é o e-Architect, que é administrado de forma exclusiva por profissionais independentes. 

Assim como os demais sites citados aqui, por lá você encontra conteúdos, notícias, fotos, trabalhos e até mesmo eventos da área que irão acontecer ou aconteceram.

Aliás, um dos motivos do e-Architect estar presente nesta lista é que ele conta com referências de projetos arquitetônicos de diversos lugares do mundo.

4 – Designboom

Designboom é um dos sites referências na área de arquitetura e design, sendo um dos pioneiros do setor e que recebe milhares de acessos diariamente.

Então, ao navegar pelo site você vai encontrar projetos modernos, publicações e notícias de arquitetura, além de tópicos de discussões entre os profissionais que vai enriquecer bastante as suas referências.

5 – HomeDit

O HomeDit também entra nessa lista de sites de arquitetura internacionais para se inspirar, já que ele está ativo desde 2008 e assim conta com muitos projetos publicados, além de bons artigos.

Inclusive, o HomeDit se destaca por trazer ideias incríveis para os arquitetos e estudantes para desenhar em escala diversos ambientes, desde banheiros até escritórios.

6 – Architect Magazine

O Architect Magazine, apesar de ser uma revista, também conta com uma versão online, ou seja, um site onde você encontra fontes de inspirações de projetos modernos e sustentáveis.

Além disso, a revista ainda traz conteúdos diversos e aponta sempre os principais influenciadores da área, mostrando as suas contribuições para a arquitetura.

7 – The Cool Hunter

O The Cool Hunter é também um dos excelentes sites de arquitetura internacional, existente desde o ano de 2004 e visto como autoridade no mercado.

Isso porque, nele você encontra imagens de projetos criativos e conceituais, além de uma série de conteúdos enriquecedores para você ter ideias inovadoras e originais.

8 – Architectural Digest Magazine

O Architectural Digest Magazine existe desde o ano de 1920 e por lá você encontra conteúdos de arquitetos, designers e artistas que são referência, onde são publicados projetos incríveis e uma série de ideias usadas por eles.

Normalmente, a cada mês o site celebra um profissional e mostra um pouco do trabalho dele, contextualizando com viagem alguns dos temas abordados.

Por esse motivo, o Architectural Digest Magazine acaba sendo um dos sites de arquitetura internacionais para se inspirar.

9 – IGNANT

Se você está em busca de referências visuais, um dos melhores sites para se navegar e ter inspirações é o IGNANT, pois apresenta uma série de projetos arquitetônicos, além de conteúdos ricos e técnicos.

Inclusive, se você desejar, é possível entrar em contato com o site para publicar seus projetos por lá.

10 – Interior Design Magazine

Para finalizar esta lista de sites de arquitetura internacionais para se inspirar, você tem o Interior Design Magazine.

Como o próprio nome já deixa claro, o site acompanha as tendências de projetos interiores, mesclando o assunto com negócios e inovações e assim ele se torna uma fonte rica de conteúdos da área.

Aqui você conheceu os 10 sites de arquitetura internacionais para se inspirar. Então, agora é só acompanhar cada um deles para ter excelentes referências para os seus projetos! Ah! E não deixe de seguir os canais da Archscape pois sempre postamos nossos projetos e divulgamos conteúdos excelentes para quem é apaixonado por arquitetura e paisagismo.

+ 3 sites bônus, arquitetura é assim, quanto mais referências, melhor

No fechamento do nosso post, incluímos mais 3 sites de arquitetura badalados com nossa equipe.

https://landezine.com/
https://www.galeriadaarquitetura.com.br/
https://architizer.com/

Na imagem em destaque, um projeto da Archscape publicado no Archdaily.

O post de hoje inaugura nosso canal de entrevistas. Começaremos de dentro pra fora, entrevistando o arquiteto chefe da Archscape, Gustavo Garrido.

Gustavo Garrido é arquiteto, formado na FAU USP em São Paulo. Foi também nos tempos de faculdade, que descobriu o gosto pela arquitetura paisagística. Desde o primeiro ano seu interesse se formava no desenho do espaço livre. Como pesquisador na universidade, se aprofundou no tema até que começou a trabalhar com um renomado paisagista.

Logo depois de formado, integrou o time da DW/Santana, a filial brasileira da Design Workshop, renomado escritório americano de arquitetura paisagística. Conduziu trabalhos que passaram a moldar sua formação profissional. Entre os destaques: a Vila Pan-americana, o Rochaverá Corporate Towers e o Infinity Towers. Esses dois últimos em especial estão em São Paulo e se constituíram em cooperação junto a escritórios de arquitetura internacionais.

De lá para cá, vieram planos de urbanização em diversas cidades brasileiras, complexos hoteleiros e comerciais, além de projetos de arquitetura e paisagismo para residências e conjuntos de edifícios multifamiliares.

A habilidade de trabalhar e de intervir na paisagem é uma atribuição exclusiva do arquiteto paisagista?

Depende da abrangência que estamos falando. O arquiteto paisagista compartilha sua atuação com geógrafos no planejamento urbano. Compartilha com engenheiros agrônomos em se tratando de recomposição florestal. Contudo, o arquiteto é o único profissional com formação para moldar o espaço de forma adequada às necessidades das pessoas e isso faz toda a diferença.
Uma coisa é você dizer quantas e quais árvores serão plantadas, outra é dispor delas, juntamente com espaços de estar e lazer, pensando no uso pelas pessoas. É bem diferente, pois entram na pauta questões como ergonomia, acessibilidade, iluminação, desempenho de materiais, idealização de cenários, sensações e demais assuntos.

Nos Estados Unidos, por exemplo, existe inclusive uma formação especializada em arquitetura da paisagem, completando e aprofundando a formação do arquiteto para as questões específicas do espaço livre.

Cite algumas características que tornam o paisagismo um assunto tão evidente ultimamente.

A preocupação com a preservação ambiental e mais recentemente o confinamento causado pela pandemia, descortinou nas pessoas essa necessidade de desfrutar do espaço livre, de morar em uma casa, com quintal, jardim, ou mesmo de descobrir novos parques, praças, reforçar enfim o contato com a natureza . E isso tem tudo a ver com o trabalho de paisagismo. E Para nós que atuamos na área é necessário uma maior divulgação da importância deste trabalho que desenvolvemos e como podemos ajudar as pessoas a realizarem esse desejo de maior contato com a natureza.

Quais são suas principais referências estéticas? (podem ser outros arquitetos, obras e paisagistas).

Gosto muito da metodologia que os escritórios americanos utilizam e procuro fazer o mesmo, escritórios como a própria Design Workshop e a a SWA são empresas ativamente atuantes e com excelentes trabalhos.

Os holandeses da West 8 quebraram muitos paradigmas na virada do século, destacando o projeto Madrid Rio, na capital espanhola.

Temos também na China, o escritório do PHD em Harvard, Dr. Kongjian Yu, o Turenscape, com projetos com destaque para os elementos construídos, temos o Diller Scofidio & Renfro, autores do famoso High Line de Nova York e por último e não menos importante o fantástico trabalho de Roberto Burle Marx, seja no desenho elaborado ou no uso da vegetação nativa brasileira.

Trabalhar em uma cidade tão vertical e concreta como São Paulo favorece ou atrapalha a criatividade no paisagismo arquitetônico?

O fato de ser vertical não acredito que atrapalhe, pois temos muitos trabalhos para as áreas de lazer desses grandes condomínios.

Independente disso o mais importante no meu ponto de vista é o poder público incentivar a criação de áreas verdes, de estabelecer planejamento da paisagem urbana, de melhoria dos espaços para o pedestre, criando condições e incentivos para agentes privados participarem, abrindo mais oportunidades para os profissionais e trazendo mais qualidade de vida para as pessoas.

Ao pensar em paisagismo residencial ou corporativo, quando contratar um arquiteto e quando optar por jardinagem?

Quando falamos em planejar qualquer empreendimento torna-se obrigatória a atuação do arquiteto, ainda mais se temos uma utilização do espaço livre para o lazer. Se pensarmos apenas em contemplação e o jardim for implantado em terreno natural, o trabalho de jardinagem pode bastar. Contudo acredito que se perca uma oportunidade valiosa de contribuição do trabalho do arquiteto, para a pré visualização, trabalho com luz e sombra e toda conformação espacial que a vegetação agrega ao espaço.

A jardinagem sim é fundamental no sentido da manutenção dos espaços verdes depois de construídos.

O que você considera um grande diferencial competitivo do escritório de arquitetura Archscape?

Certamente a metodologia com que lidamos com os projetos, colocando a arte como ferramenta central do processo.

Enxergar o mundo com olhar artístico é um exercício mais trabalhoso porém com resultados muito acima da média, mas requer experiência e repertório. Desenhar a paisagem não é para nós um conceito abstrato, redesenhamos realmente a topografia de um terreno se necessário. Cuidamos para que esse desenho mantenha relação com os diversos elementos do projeto: edificações, piscinas, caminhos, vegetação se complementam e fazem sentido juntos, tanto artisticamente como funcionalmente. É como gostamos de trabalhar.

Quais os tipos mais comuns de projetos de paisagismo?

Os mais demandados para nós são os espaços de uso comum de loteamentos, condomínios e residências com grandes terrenos. Menos frequente mas muito empolgantes são os projetos de parques e resorts que também desenvolvemos.

Quais são os projetos que você mais gosta de trabalhar?

Sem dúvida são aqueles em que temos espaços generosos a tratar, como praças urbanas, parques e espaços turísticos. Contudo, uma residência com grande terreno ou uma fazenda também são desafios muito interessantes.

Como você descreveria a importância da arquitetura paisagística nas cidades em crescimento acelerado?

O crescimento acelerado gera problemas de congestionamento, degradação ambiental, ilhas de calor, insuficiência de infra estrutura, precariedade de habitação e tudo se torna muito urgente. As ferramentas para lidar com isso compreendem tanto medidas de médio prazo, por meio da promulgação dos planos diretores e lei de uso e ocupação do solo, como ações pontuais, tais como mecanismos de compensação ambiental, promoção de arborização urbana, criação de parques e áreas de lazer e promoção de turismo relacionado à natureza.

Podemos dizer assim que a arquitetura paisagística é fundamental para a promoção da qualidade de vida das pessoas já que seu foco principal é promoção da transformação do espaço livre em harmonia com o meio ambiente.

Como você enxerga o paisagismo arquitetônico como forma de valorizar imóveis e empreendimentos?

As pessoas hoje em dia compreendem mais do que nunca que uma vida saudável está intimamente relacionada a uma relação harmoniosa com a natureza e inclusive estão dispostas a investir mais para ter isso.

Assim quanto mais se investe na qualidade das áreas livres, mais valor é percebido pelas pessoas, tornando o empreendimento um objeto de desejo de estilo de vida.

Engana-se muito quem pensa que arquitetura sustentável se baseia apenas em prédios bonitos, com terraços verdes e iluminação natural. Construções sustentáveis vão além do paisagismo e preocupação com o consumo de energia e água. Esse tipo de tema é multidisciplinar, abrange várias áreas e tem papel fundamental de auxiliar na saúde e qualidade de vida de seus usuários.

Com a questão sustentável ganhando cada vez mais força pelo mundo, muito se discute sobre o que pode ser feito para preservar o meio ambiente. Somam-se também o desenvolvimento das relações sociais e interpessoais dos moradores, além de outro aspecto primordial da vida nas cidades: a mobilidade urbana.

Neste artigo vamos falar um pouco sobre a relação da arquitetura sustentável e a mobilidade urbana, entendendo como ambas se complementam. Acompanhe!

Responsabilidade ambiental em destaque

Você pode ter uma ideia geral, mas é importante definir o conceito acerca desse tema. A arquitetura sustentável está relacionada a projetos que buscam otimizar recursos naturais e diminuir os impactos ambientais que as obras geram.

Os princípios da arquitetura sustentável se confundem com os princípios da boa arquitetura: analisar os entornos, as condições climáticas e atender as necessidades do usuário, respeitando o meio ambiente.

Uma das prioridades é a utilização de recursos de origem natural, além de serem adquiridos de fornecedores que trabalhem de forma consciente. Os produtores locais também são valorizados, para evitar que o transporte vindo de longe cause mais emissão de CO2.

Neste âmbito, também há uma grande preocupação com o melhor uso da água, sensores em torneiras, aquecedores ou placas solares. Logo, sempre traz formas de reaproveitar o que já está disponível.

O Green Building Council (GBC) aponta o Brasil como o quarto país com mais construções sustentáveis. Estamos apenas atrás de países como os Estados Unidos, a China e os Emirados Árabes. O fato é que esse modelo de arquitetura não poupa apenas o meio ambiente. Ele vem trazendo mais qualidade de vida para os moradores e seus vizinhos, mostrando também um proveito social.

Dessa forma, a relevância da arquitetura sustentável começa na preservação do meio ambiente e avança para o bem-estar da comunidade. Pensar em arquitetura sustentável é uma forma de incentivar um equilíbrio social, favorecendo todos à volta da construção. Com isso, quando se usa apenas os recursos necessários, outras pessoas podem aproveitar também com o passar dos anos.

Podemos destacar os princípios da arquitetura sustentável como:

  • Observar o entorno;
  • Respeitar as limitações do local;
  • Planejar de forma integrada;
  • Se atentar às condições climáticas;
  • Promover praticidade ao usuário;
  • Seguir as normas e regulamentações vigentes;
  • Incentivar o uso consciente de recursos e materiais.

Como vemos, a implantação da arquitetura sustentável requer um amplo trabalho de pesquisa e planejamento, que acabam por orientar as decisões e promover sempre as melhores soluções, tanto para o meio ambiente, quanto para as pessoas envolvidas.

Para nossa saúde contudo, as vantagens de morar em uma edificação sustentável acabam quando se gasta horas tensas do dia no trânsito pesado dentro de um automóvel e poluindo o meio ambiente.

Facilidade para se mover

Você sabia que a Mobilidade Urbana é definida como a condição que permite o deslocamento das pessoas em uma cidade, com o objetivo de promover relações sociais e econômicas? Ônibus, metrô, outros transportes coletivos e carros fazem parte das soluções de mobilidade.

Ao pé da letra, mobilidade significa “facilidade para se mover”. Na teoria, traz a ideia de tornar esse movimento fluido e prático, mas o que pudemos perceber é que as cidades estão perdendo a capacidade de permitir que as pessoas se movam com qualidade.

É por isso que o tema mobilidade urbana passou a ser repensado. Muitos profissionais e pesquisadores do tema buscam trazer de volta o seu sentido primário e original, para melhorar a qualidade de vida das pessoas de forma sustentável.

Provavelmente você já ouviu falar em plano de mobilidade urbana: trata-se de um conjunto de diretrizes pensadas para melhorar o deslocamento sustentável das pessoas em uma cidade, sempre observando os resultados positivos na qualidade de vida das pessoas.

As propostas buscam garantir acessibilidade, segurança, eficiência, qualidade de vida e dinamismo econômico, além de inclusão social e preservação do meio ambiente. Este último aspecto é muito importante para diminuir os impactos sobre o meio ambiente em médio e longo prazo para as cidades.

O crescimento populacional e a alta concentração de pessoas nas cidades impõem grandes desafios à mobilidade urbana. Atualmente, metade dos sete bilhões de habitantes do planeta já vivem em metrópoles e a projeção da Organização das Nações Unidas (ONU) é que esse índice chegue a 70% em 2050.

Garantir que todas as pessoas consigam fazer seus deslocamentos diários de forma rápida, eficiente e sustentável ainda é um ideal longe de ser alcançado em muitos lugares do mundo.

O que é mobilidade urbana sustentável?

A mobilidade urbana sustentável busca mudanças e soluções ao transporte tradicional, envolvendo veículos particulares, transportes coletivos e também veículos não motorizados, como a bicicleta. Tudo isso, é claro, sem esquecer do pedestre. Afinal, nossos pés também são meio de transporte para curtas distâncias.

A necessidade de desenvolver e transformar a mobilidade urbana não é novidade. Porém, com o passar do tempo e o aumento da concentração de pessoas nos grandes centros, outro problema passou a fazer parte dessa discussão: a sustentabilidade.

A mobilidade urbana está diretamente ligada ao tipo de transporte usado para o deslocamento de pessoas. Somado a isso, está também a preocupação em facilitar trajetos, considerando amenizar impactos ambientais causados por combustíveis fósseis que degradam o ambiente, por exemplo.

Algumas das soluções apresentadas incluem a implementação de sistemas de deslocamento sobre trilhos, como metrôs, bondes e ônibus “limpos”, que alternam entre motor elétrico e a diese, e os VLTs (veículos leves sobre trilhos).

Essa estruturação abrange vários setores, como por exemplo, o ambiental, o de infraestrutura e o legal. Por isso, um esforço conjunto deve integrar as políticas de mobilidade, desenvolvimento, saneamento básico, planejamento e gestão urbana. O seu funcionamento também envolve:

  • Incentivo de energias renováveis;
  • Controle de circulação;
  • Planejamento cicloviário;
  • Carona corporativa;
  • Controle e emissão de gases;
  • Priorização de transportes coletivos;
  • Construção de esteiras rolantes;
  • Aumento de capacidade de elevadores;
  • Uso de teleféricos;
  • Calçadas mais amigáveis ao uso de cadeiras de rodas;
  • Planejamento da paisagem urbana, com foco no pedestre;
  • Menor poluição sonora por conta de motores barulhentos;
  • Desenvolvimento urbano integrado.

Os desafios da mobilidade urbana sustentável

Apesar de associado frequentemente apenas às questões ambientais, o conceito de mobilidade urbana sustentável engloba um tripé de ações, que incluem também aspectos sociais e econômicos.

Na América Latina, a maior fonte de emissão de gases de efeito estufa são os meios de transporte. Por isso, não é possível dissociar os problemas de mobilidade das mudanças climáticas.

Segundo os especialistas, os novos modais não são a solução para os problemas de mobilidade. Eles são parte da solução, é o caso da bicicleta, mas também de novos sistemas como o BRT (Transporte rápido por ônibus) – projeto desenvolvido em Curitiba que ganhou o mundo – ou o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) do Rio de Janeiro. O projeto carioca seguiu a tendência mundial de humanizar os grandes centros, tornando-os mais amigáveis para os pedestres.

A era dos automóveis parece que está chegando o fim, as novas gerações já não têm o mesmo sonho de ter um primeiro automóvel. Eles se viram muito bem com o Uber, taxi, caronas, de várias formas. Lentamente, a cultura está mudando e é necessário aproveitar essa mudança para traçar um projeto de futuro.

A relação da arquitetura sustentável com a mobilidade urbana

Nos últimos anos surgiu um conceito chamado “cidade de 15 minutos”, que se tornou a política oficial da prefeita de Paris, Anne Hidalgo. Trata-se da ideia de promover uma forte descentralização das atividades urbanas, de forma que cada áreas da cidade, acessível a 15 minutos de caminhada, seja autossuficiente para a vida cotidiana.

Ou seja, nesse entorno imediato, o cidadão conseguiria trabalhar, se alimentar, ter lazer, escola para os filhos, etc, tudo que evite o deslocamento motorizado e o uso desnecessário do automóvel.

Neste novo paradigma, cai por terra o conceito estabelecido de zoneamento que temos hoje na maioria das cidades, onde cada porção do território deve ter apenas um único uso (residencial, comercial, serviços). Para se tornar real o conceito da cidade de 15 minutos, é necessária uma abordagem diferente na arquitetura, considerando maior densidade populacional e maior variedade de usos em uma única edificação.

A cidade de São Paulo, por exemplo, promulgou em 2014 seu novo plano diretor que previu uma possibilidade de construção de mais andares, limitando tanto o tamanho dos apartamentos, quanto a quantidade de vagas de carros, com bonificação para mescla de usos residenciais com não residenciais e comércio no térreo.

Tais condições, contudo, foram permitidas apenas onde há corredor de ônibus e metrô, procurando assim cruzar o maior adensamento populacional com a oferta de transporte público. Os resultados desse modelo ainda estão sendo constatados, porém, já surgiram algumas críticas para esse modelo:

  • Haveria vocação de comércio e fluxo de veículos suficiente em todas essas localidades que viabilizasse as novas lojas?
  • Toda essa nova oferta de salas comerciais ou unidades hoteleiras seriam absorvidas?
  • Os miolos de bairros ficariam carentes de serviços e esquecidos no conceito de acessibilidade a 15 minutos?
  • Como entra nessa conta a oferta de novas áreas verdes e de lazer para as áreas carentes destas?

Ainda não podermos constatar plenamente o impacto dessas diretrizes na vida cotidiana da cidade São Paulo, já que os primeiros empreendimentos ainda estão sendo entregues. O que podemos, entretanto, já constatar é maior qualidade dos novos edifícios frutos desse conceito de cidade acessível e multiúso.

A diversidade de usos num mesmo edifício exige do arquiteto maior atenção na elaboração dos projetos para resolver esses volumes de construção distintos e para abrigar, por exemplo, uma loja de pé direito duplo no térreo, salas comerciais nos primeiros pavimentos e apartamentos residenciais acima.

Um exemplo simples, mas impactante é a concepção das janelas: sendo elas, em geral, maiores em usos não residenciais, os apartamentos residenciais acabam por usufruir de janelas igualmente generosas para que o edifício na totalidade tenha sua arquitetura devidamente resolvida.

Outras cidades têm se inspirado no modelo e com objetivos mais ambiciosos. Em Seul, na Coréia do Sul, por exemplo, um grupo de arquitetos está projetando um bairro “cidade 10 minutos”. O empreendimento está prestes a transformar uma antiga área industrial em uma nova cidade inteligente e conectada.

O espaço vai combinar um conjunto de edifícios residenciais, espaços para cowrkings e estudos, além de locais de treinamento, centros de fitness, piscinas e até mesmo fazendas urbanas hidropônicas.

Já imaginou viver em uma cidade onde tudo fica a 10 ou 15 minutos de distância andando? Deixe sua opinião nos comentários!

Crise energética, hídrica e mudanças climáticas são alguns dos motivos que reacendem os debates sobre sustentabilidade. Para acompanhar as demandas ambientais e sociais, projetos de construção imobiliária precisam estar alinhados às novas pautas.

As chamadas “Construções Verdes” são assim conhecidas por aliar tecnologia e inovação em seus projetos, integrando a construção à natureza. Esse tipo de empreendimento proporciona menores custos e melhor saúde, conforto e produtividade para seus ocupantes.

A novidade vai ao encontro de um novo perfil de consumidor, que está cada vez mais exigente e específico em suas necessidades e objetivos, como também a uma crescente preocupação com o meio ambiente e uso racional dos recursos.

Como a construção civil já está há alguns anos de olho nos impactos causados a natureza, o segmento tem desenvolvido tecnologias e processos que permitem ter alta qualidade de vida, mas sem agressão ambiental.

Mais do que uma tendência, uma exigência

Construtoras e incorporadoras têm oferecido em seus empreendimentos diferenciais que incluem o reaproveitamento de água, uso da energia solar para geração de eletricidade ou até mesmo implantação de energia eólica.

O US Green Building Council (USGBC), criador do sistema LEED, divulgou recentemente o ranking dos 180 países em que o certificado está presente, com base em dados de 2020. O Brasil aparece na quinta posição no estudo, com mais de 1,5 mil construções sustentáveis, 641 delas já certificadas, e 50 milhões de metros quadrados em busca da Certificação GBC Brasil Condomínio.

As construções verdes começaram a se popularizar no Brasil a partir de 2010, deixando de ser um privilégio dos projetos de alto padrão. Chegando, inclusive, aos empreendimentos do programa Minha Casa Minha Vida, até escolas, hospitais e residências, além das edificações públicas.

E a procura por imóveis sustentáveis segue em constante crescente, já que é uma necessidade e uma exigência do novo comprador. É o que aponta outra pesquisa, publicada recentemente pela Brain Inteligência Estratégica. O levantamento traz as principais tendências do comportamento dos consumidores frente ao mercado imobiliário e, entre as questões abordadas, destaque para a sustentabilidade:

80% dos entrevistados que buscam um empreendimento para morar têm a questão do meio ambiente entre as prioridades. Para eles, por exemplo, é indispensável o imóvel ter sacada e áreas verdes no quintal ou no entorno.

Grandes empresas do setor vêm, há alguns anos, centrando esforços para atender à essa demanda sustentável. Atualmente, aceleraram esse processo de transformação investindo cada vez mais em projetos e tecnologias de construção para mitigar impactos ambientais e estão criando, ou ampliando, ações de governança.

Um mercado promissor

De acordo com um levantamento do portal Research & Markets, o mercado global de edifícios verdes não residenciais deve crescer de US$69 bilhões em 2020 para US$79,47 bilhões em 2021, e a expectativa é que o mercado deverá atingir US$110 bilhões em 2025.

Esses números, por si só, já são estimulantes, mas ainda há mais. A previsão é de que a construção de prédios sustentáveis gere mais de 6,5 milhões de postos de trabalho no mundo até 2030, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).

Com o conhecimento e o direcionamento das certificações ambientais para embasar os projetos, as construções têm uma redução do consumo e dos custos de matérias-primas. Isso porque, o conjunto das estratégias citadas anteriormente, sugere um melhor aproveitamento dos recursos, prevenindo o desperdício e incentivando o reuso e utilização de materiais que se preocupem com a sustentabilidade desde sua extração até seu descarte.

Por terem regras bastante claras a serem seguidas, as obras também são mais ágeis, com o atendimento de todos os prazos e recursos, e há uma redução na produção de resíduos sólidos e seu descarte correto, não só na construção, mas ao longo de sua existência.

Há também a necessidade de reduzir os gastos energéticos com iluminação e climatização. Projetos apropriados permitem que os ambientes sejam mais agradáveis e atraentes, além de serem sustentáveis. Além disso, também se preocupam com a redução e facilidade da operação e manutenção do empreendimento considerando todo o seu ciclo de vida.

Para quem ainda duvida dos impactos econômicos destes empreendimentos, o estudo HEALTHfx, feito por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos EUA, aponta que os prédios verdes geraram US$ 6 bilhões em benefícios combinados para a saúde e o clima ao longo de 16 anos.

Considerando os aspectos econômicos, pesquisas realizadas pela FGV mostram a valorização deste tipo de empreendimentos em comparação com empreendimentos padrão e taxas de vacância até 7% menores.

Já para quem compra ou aluga, além de colaborar com as práticas de ESG (Environmental, Social and Corporate Governance) a redução de custos operacionais é um grande atrativo. Com fontes de energia limpa e reciclagem de água o custo com energia e água, por exemplo, caem drasticamente.

Quais são os diferenciais nos projetos sustentáveis?

Tanto em pequenas reformas, quanto em grandes construções, os princípios da arquitetura sustentável vão além do uso de materiais reciclados ou da busca por fontes alternativas de energia. O conceito também está fortemente atrelado à viabilidade financeira e à valorização dos trabalhadores.

Por isso, são consideradas sustentáveis as construções que, de alguma forma, minimizam impactos negativos no meio ambiente natural, social ou econômico. Algumas características dessa vertente da arquitetura são:

– adequação às normas de descarte de materiais e resíduos;

– uso racional de matérias-primas naturais;

– investimento financeiro consciente e equilibrado;

– adoção de novas tecnologias para a otimização do consumo energético;

– mais saúde humana e produtividade nas relações de trabalho;

Além disso, algumas outras técnicas também podem compor um projeto sustentável. Confira!

Escolha dos materiais

Antes de escolher materiais para uma reforma ou construção, é fundamental saber sobre a origem das matérias-primas. Transportar material de um país para outro, por exemplo, gera muitos impactos ambientais. Dessa forma, é importante priorizar fornecedores locais, não apenas com o intuito de reduzir a emissão de poluentes, mas também para fortalecer a economia local.

Fugir do uso de materiais convencionais e ultraprocessados também é importante para gerar impactos sociais e ambientais positivos. Considere o uso de materiais que privilegiam outras cadeias econômicas para além do convencional, com aço ou concreto e pense em materiais que tenham menos carbono e energia na sua cadeia de produção, como terra crua, bambu ou madeira, em especial as madeiras engenheiradas (CLT).

Luz natural e ventilação

Um projeto arquitetônico embasado nos princípios da sustentabilidade sempre levará em conta o melhor aproveitamento possível da luz e ventilação natural. A técnica se chama bioclimática e é utilizada ao desenhar o imóvel de maneira mais aberta a alinhada de maneira estratégica com as posições solares.

Dessa forma aproveita-se muito melhor a luz do sol, o que diminui a necessidade de iluminação artificial e gera economia nos gastos com energia elétrica.

Aproveitamento da água

A captação de água pode ser realizada através de reaproveitamento para descarga do banheiro e para o uso doméstico, como lavar calçadas e pisos e até mesmo para irrigação do jardim. Mas também pode ser realizada com um sistema de tratamento para que ela possa ser utilizada para o consumo.

Há a possibilidade ainda da abertura de poços artesianos ou cisternas. O principal objetivo deste pilar é a economia de água a longo prazo e trazendo vantagens econômicas quando falamos em grandes empreendimentos como empresas ou condomínios.

Uso de energia solar

Esse é um dos pilares mais procurados pelas residências e condomínios, pois os benefícios podem ser percebidos em um curto espaço de tempo. A utilização de painéis para captação de energia solar é uma das melhores formas para reduzir gastos, podendo atingir uma economia de até 95% na conta de luz.

Telhado verde

Como uma solução que vai além do que a obtenção de uma estética agradável, o telhado verde é ideal para melhorar o frescor do ambiente, além do conforto térmico, o telhado verde também influencia na melhoria acústica da residência. Podemos inclusive economizar com a impermeabilização das lajes, admitindo uma lâmina d´água permanente, que serve também às plantas do teto verde.

Além disso, os projetos de casas ou empreendimentos comerciais com telhado verde ajudam a melhorar a poluição do ar, assim, pelo efeito natural da fotossíntese que as plantas fazem, há a diminuição da poluição do ar em volta da residência. Ou seja, o ambiente externo se torna além de visualmente agradável, mais saudável.

Bom para a natureza e bom para o bolso

De fato, a implementação das práticas e procedimentos sustentáveis fazem a diferença para os condomínios. Afinal, tratam-se de ações desde do processo construtivo até iniciativas de manutenção ao longo da vida útil do imóvel.

Assim, os moradores de condomínios sustentáveis podem ser contemplados com uma taxa de condomínio de 20 a 30% menor que o valor cobrado em edifícios convencionais. Além disso, dispõem de melhor qualidade de vida e maior contribuição para a preservação ao meio ambiente.

Confira alguns diferenciais que possibilitam, inclusive, argumentos de venda com maior chance de sucesso na comercialização:

  1. Redução de gastos: Segundo o USGBC, as construções verdes reduzem em até 30% o consumo de energia, 50% o uso de água e 35% a emissão de gás carbônico.
  2. Ambiente mais agradável: Uma construção eficiente pode ter uma área verde, com jardins verticais, gramados e até bosques e hortas comunitárias. Nesse último caso, é possível fazer caminhadas ao ar livre, andar de bicicleta e relaxar. Soluções criativas dada a restrição de espaço são vistas como jardins no telhado do prédio.
  3. Valorização do imóvel: Maior interesse por prédios verdes, impulsionou a valorização desse tipo de empreendimento. Por isso, adquirir uma unidade com certificação ambiental pode significar lucro no curto prazo.

Como ter uma construção sustentável?

Atualmente existem diversas ferramentas para medir o desempenho ambiental de uma edificação. Dentre as principais estão o LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), GBC Casa, GBC Condomínio, GBC Zero Energy, além do selo Procel PBE Edifica e do Selo Casa Azul da Caixa.

Mas, é sempre bom lembrar que qualquer apartamento pode se tornar mais “verde” com um projeto de paisagismo interno. Entre em contato com a ARCHSCAPE e conheça as nossas soluções!   

Normalmente, quando há um lugar abandonado pela cidade o pensamento comum é apenas desviar dali, como se houvesse um apagamento da área. Até o dia em que o lugar é comprado, e o que ainda resta ali é derrubado e, em algum tempo, algo totalmente novo surge no lugar.

Até aí, nenhum problema. Mas, às vezes, perde-se uma rica oportunidade de resignificar o lugar e criar um espaço mais humano, que inspire o convívio social e dê espaço para iniciativas que tornem as cidades mais humanas.

No início deste século, um novo parque inaugurado em Nova York surpreendeu não só os especialistas em arquitetura e paisagismo no mundo todo, mas também todas as pessoas que para lá viajam e vivenciam a cidade.

Construída em 1930, a ferrovia, que antes era o destino das mercadorias trazidas ao distrito industrial de Manhattan, entrou em declínio. Com o encerramento das atividades na linha, após a década de 1980, cogitou-se a sua destruição, mas os moradores da região decidiram se unir para recuperá-la e transformá-la em algo muito mais valioso.

O High Line é peculiar: um parque linear de 2,4 km em Nova York inaugurado em 2009 sobre esta antiga estrutura ferroviária elevada, e que muito tem a nos ensinar em abordagem de projeto de arquitetura paisagística.

Cortando três bairros da cidade, toda a área ao seu redor passa por um intensivo desenvolvimento imobiliário. Durante o percurso a pé, que pode durar até duas horas, passamos por edifícios novos e antigos, alguns até mesmo com as janelas abertas para o parque.

Neste artigo, vou compartilhar com vocês as minhas percepções sobre esse projeto que trouxe tantas mudanças para a cidade.

A mobilização da sociedade civil faz a diferença na criação de espaços urbanos de qualidade

Em 1989 uma estrutura similar ao High Line, localizado a leste, junto ao rio East, havia sido demolida e havia toda uma pressão do mercado imobiliário para que o High Line fosse o próximo, já que era entendido que sua permanência desvalorizava os terrenos.

Foram nessas discussões públicas sobre a intervenção urbana no bairro de Chelsea que dois moradores, Joshua David e Robert Hammond, se encontraram e decidiram formar a associação Amigos do High Line, inicialmente com a proposta de preservação da estrutura, como preservação da história do bairro.

Contudo, o argumento da preservação por ele mesmo era muito fraco para sustentar a ideia, eles então encomendaram um estudo de viabilidade financeira junto a uma consultoria de desenvolvimento econômico e urbano para provar que o retorno com impostos gerados pela preservação poderia ser muito maior do que com a demolição.

A grande sacada para convencer a opinião pública, no entanto, foi uma campanha promovida pela associação com grandes outdoors mostrando fotos do High Line, tiradas pelo fotógrafo Joel Sternfeld e posicionados estrategicamente sobre as ruas do bairro.

Todas essas ações e a constante pressão nos órgãos públicos resultaram em investimento para, em primeiro lugar, elaborar um concurso público de ideias para a contratação do futuro projeto.

A arquitetura paisagística é uma ferramenta poderosa para a requalificação de espaços públicos

Mundo afora é nítido o entendimento que as ferramentas oferecidas pela Arquitetura Paisagística são a chave para a criação e renovação de espaços livres de qualidade, pois são objetos da profissão, o estudo e o estabelecimento de relações adequadas e pertinentes entre as pessoas e seu entorno imediato.

O projeto ganhador do concurso, de autoria do consórcio formado pelos escritórios James Corner Fields Operation e Diller Scofidio + Renfro, com suas elaboradas pranchas cheias de inspiração, despertou grande interesse no público e potencializou a arrecadação de fundos para a elaboração da obra.

Segundo James Corner, um dos autores do projeto, “com o High Line, procuramos retratar situações do cotidiano, chamando a atenção para os prédios abandonados, velhas escadas de incêndio, táxis nas ruas, grama e flores nascendo no piso – coisas do cotidiano que são facilmente esquecidas.”

Na arquitetura paisagística esse direcionamento do olhar das pessoas é algo estudado e possui metodologia para ser estabelecido, seja pela direção proposta dos caminhos, pela disposição dos arbustos, posicionamento da iluminação, etc.

O High Line proporcionou lançar luzes para todos esses elementos urbanos de uma forma única, despertando interesses e fomentando novas mobilizações da sociedade em prol da melhoria do espaço da cidade.

A renovação do uso do espaço pode tranquilamente conviver com a preservação da história

Muitos foram os desafios técnicos e de regulamentação a serem superados para a implementação do parque. Um dos exemplos citados pelos autores foi que, por estar situada a 9 m do chão e passar por cima das ruas, a estrutura era classificada pelas autoridades como ponte, e que precisaria, pela lei local, possuir guarda-corpos de 2,4 m, o que criaria um volume desproporcional e que competiria com a estrutura histórica.

Foi então proposta uma complementação do antigo gradil existente, na forma de uma barra paralela ao chão, na altura de 1m, que já garante uma proteção adequada, um singelo guarda-corpo, como se tem nas varandas dos prédios.

Hoje, observando a estrutura, a história está preservada no desenho clássico do antigo gradil e a barra superior, também pintada de preto, abriga ainda luminárias embutidas para a iluminação e segurança do espaço para uso noturno.

O lazer esportivo não é uma atividade obrigatória nos espaços de lazer bem sucedidos

Um dos argumentos contra a construção do High Line foi a duplicidade de usos que poderia ocorrer com o Parque Linear ao longo do Rio Hudson.

Seja pela largura incompatível da estrutura histórica, seja pela diferente sensação de estar a 9 m de altura do chão, o time de arquitetos desde o início chamou a atenção pelo silêncio que lá se vivencia, isso logo nas primeiras visitas ao local.

E junto a ele, uma sensação de hiper-realidade, onde os mínimos detalhes são percebidos, seja uma rachadura no chão, uma flor desabrochada, um ninho de passarinho sob um trilho solto. Assim, um dos primeiros (e mais polêmicos) conceitos que propuseram foi de preservar essas características, evitando pista de cooper, ciclovia e quaisquer usos esportivos, “keep it slow”, como diziam os autores.

Ao contrário, foram propostas espreguiçadeiras, bancos, lugares seguros para estar com crianças e inúmeros espaços para convivência relaxada e encontros, espaços hoje tidos como indispensáveis e qu são as grandes vedetes do parque.

O imprescindível papel de coordenação do arquiteto paisagista junto ao time de especialistas de projeto e construção do espaço verde

A arquiteta Elisabeth Diller conta que quando foi convidada por James Corner para trabalharem juntos no High Line, ela considerou que somente o conhecimento de arquitetura não era suficiente para abordar suficientemente bem o problema de intervenção em uma relíquia histórica para a implantação de um parque suspenso.

Foi um trabalho concebido e coordenado a várias mãos pelas duas empresas, onde o conhecimento específico de cada uma em sua área contribuía para soluções engenhosas dos problemas que surgiam. Não raro em trabalhos de mesmo porte no Brasil, o arquiteto paisagista acaba tendo uma atuação muito discreta e complementar, originando lapsos de conhecimento que resultam em desenhos aquém do potencial.

Quando há uma predominância de espaço livre em detrimento a edifícios, é imprescindível o papel coordenador do paisagismo, guiando desde soluções conceituais de layout junto aos clientes, com também em questões técnicas de terraplanagem, drenagem e demais infraestruturas que devem atender às necessidades dos espaços livres.

A forma segue a sensação (não a função)
A célebre frase proferida pelo arquiteto proto-moderno Louis Sullivan, cuja influência na arquitetura moderna foi considerável, precisa ser repensada quando falamos de espaços livres. O grande sucesso do High Line se deu, em grande parte, devido à deliberada estratégia de preservação das sensações que o espaço já oferecia.

Oferecer espaços de descanso, de contemplação do entorno e colocá-los em evidência através de um elaborado desenho, foi uma estratégia muito acertada e reforçou o “genius loci”, ou seja, o espírito do lugar, conceito central na arquitetura paisagística. Porque, então, não fazer uso mais frequente do estudo desse conceito para a criação de novos espaços urbanos?

Um parque urbano pode ver a peça central para uma política de desenvolvimento local
O High Line foi uma peça fundamental na infraestrutura urbana de Nova York no passado. A estrutura cruzava Manhattan verticalmente com transporte ferroviário, como um símbolo da industrialização. Com a desativação e abandono, seus arredores sofreram com a decadência urbana e desvalorização imobiliária.

O projeto de paisagismo utilizou a própria natureza, que involuntariamente tomou a estrutura abandonada, como inspiração, e a transformou em um instrumento de lazer pós-industrial, sem destruí-lo.

Com a conclusão do projeto urbanístico e de paisagismo da área, muitos projetos de arquitetura começaram a aparecer principalmente nos últimos cinco anos. Projetos arquitetônicos admiráveis, com altos investimentos, foram erguidos às margens do High Line.

O parque suspenso é frequentado tanto por locais quanto por turistas e seu sucesso resultou no desenvolvimento econômico desta parte de Manhattan, além de um boom imobiliário do entorno. Contradizendo o receio inicial dos moradores que não eram a favor da implantação do parque.

E você, já conhecia a história por trás do High Line? Conta pra mim o que achou disso tudo!