Nós já falamos aqui no blog sobre como a arquitetura biofílica é uma tendência que tem ganhado cada vez mais simpatizantes. Mas vale relembrar um pouco o assunto: em resumo, o significado da palavra biofilia é a tendência natural de voltarmos a atenção para as coisas vivas.
Após décadas seguindo um padrão de consumo excessivo e de cidades construídas para priorizar a produção – e não as pessoas – começou a surgir a necessidade de resgatar os estímulos positivos da natureza.
Tanto na arquitetura, quanto no design, esses aspectos são abordados através de uma forte presença do verde e de plantas, seja dentro de casa ou em um espaço urbano. Além da valorização de aspectos como luz e ventilação naturais e soluções que incentivem as pessoas a buscar alguma conexão com o natural.
Muito além do aspecto visual, a arquitetura biofílica contribui de inúmeras formas para a saúde e o bem-estar. E é esse assunto que vamos abordar neste artigo, acompanhe!

Arquitetura biofílica ao pé da letra

O termo Biofilia vem literalmente do grego bios, vida e philia, amor, que significa “amor pela vida”. O termo foi cunhado pelo etimologista e biólogo norte-americano Edward Osborne Wilson, que acredita que os seres humanos têm uma ligação emocional genética com a natureza.
De acordo com suas pesquisas, essa ligação tornou-se hereditária. Muito provavelmente pelo fato de que durante quase toda a nossa história não vivíamos em centros urbanos, mas sim, convivendo diretamente com a natureza.
Ou seja, a biofilia é a necessidade, quase que instintiva, que sentimos em estar diretamente em contato com a natureza, interagindo e nos relacionando com ela. Dessa forma, a arquitetura biofílica busca integrar a natureza aos ambientes, já que 90% do nosso tempo passamos em ambientes fechados.
É por isso que podemos dizer que a arquitetura biofílica é um novo olhar sobre a sustentabilidade, conforto e bem-estar. Uma das melhores experiências que podemos vivenciar enquanto seres humanos é a sensação do contato com a natureza. O verde e o meio-ambiente, em sua essência, têm um efeito transformador, trazendo sentimentos de paz, serenidade, conforto e leveza.
Os benefícios dessa relação do homem com o meio-ambiente vão muito além do campo subjetivo das sensações e emoções. O campo da pesquisa científica, que trata do objetivo e da matéria, tem reconhecido as vantagens de estar intimamente conectado a natureza.

Jardins curadores

Um dos primeiros a demonstrar – através de pesquisas científicas – que a natureza faz bem foi Roger Ulrich. Em 1984, o psicólogo americano publicou os resultados de uma pesquisa: ele revisou os prontuários e dados de pacientes que foram operados da vesícula em um hospital da Pensilvânia.
Analisou o quanto esses pacientes reclamavam de dor, chamavam os enfermeiros e pediam analgésicos ou outros remédios no pós-operatório.
A única diferença entre os dois grupos de pacientes era que eles ficaram alojados em alas distintas do hospital. Em uma delas, a vista da janela dava para um muro de tijolos, na outra, as janelas se abriam para um jardim.
Os resultados demonstraram que os pacientes com acesso ao verde saíram mais cedo do hospital, tomaram analgésicos mais fracos ou em menor quantidade, tinham menos comentários críticos sobre a enfermagem e menor número de pequenas complicações pós-cirúrgicas.
Depois, outros estudos testaram objetos coloridos, porém inanimados, no lugar de plantas, e verificaram que as plantas ofereciam benefícios ligeiramente maiores.
Com a pesquisa de Ulrich, citada como referência em centenas de trabalhos, muitos passaram a defender a implantação de mais áreas verdes em hospitais e até mesmo o contato com a natureza como uma forma de medicina preventiva.
Com o passar do tempo, foram realizadas pesquisas também nos escritórios, escolas e apartamentos, tanto sobre o uso da natureza no interior quanto ao ar livre.
A pesquisadora Tove Fjeld, da Universidade de Agricultura da Noruega, realizou um estudo em 2000 que mostrou que as reclamações de dores de garganta, por exemplo, reduziram 23% depois que um escritório foi decorado com plantas.
Já a pesquisadora Virginia Lohr, da Universidade do Estado de Washington, mostrou que a presença de plantas torna a dor mais suportável.

Aromas relaxantes

São muitos os resultados dos estudos elaborados cientificamente que dão embasamento aos benefícios da arquitetura biofílica.
Os pesquisadores da Universidade de Chiba, nos arredores de Tóquio, no Japão, por exemplo, já realizaram inúmeros estudos para entender de que forma a natureza poderia ser uma aliada da medicina preventiva – lembrando que o Japão é um dos lugares onde mais se estuda a relação entre a saúde a natureza.
A pesquisa, realizada em 2013 e liderada pelo professor Yoshifumi Miyazaki focou, mais especificamente, nos chamados fitocidas, que são os aromas dos óleos essenciais das plantas e das árvores das florestas.
Durante os estudos, os pesquisadores mediram a pressão arterial e as atividades cerebrais dos voluntários no momento em que respiravam o ar comum, depois, repetiam a experiência medindo a pressão arterial e a atividade cerebral enquanto respiravam o ar com o aroma da floresta e da árvore do Japão.
Após a coleta dos dados, eles compararam se houve um relaxamento e se houve alguma mudança nas funções.
A experiência tinha duração de dois minutos: o voluntário fecha os olhos e o fitocida começa a ser liberado – é um aroma leve e bem suave. O relaxamento que ocorre no momento em que o fitocida começa a ser liberado ficou muito evidente nos resultados.
Quando mergulhamos em uma floresta, de acordo com os pesquisadores, o nosso corpo se aproxima de um estado de bem estar que nos deixa mais resistentes.
A natureza traz muitos estímulos aos sentidos: a explosão de cores e formas, o canto de um pássaro, o doce de uma fruta, estar em contato tão próximo com o meio ambiente faz um bem enorme e todo mundo sabe!

A biofilia associada à arquitetura

Trazer o design biofílico para o projeto, como cores e texturas mais suaves, iluminação mais amena e difusa, materiais orgânicos e artesanais, colabora, juntamente ao paisagismo ou à composição de plantas nos espaços.
Dessa forma, alcançamos ambientes mais saudáveis, produtivos e simplesmente agradáveis.
A busca pelo bem-estar, neste momento, ocorre em todos os tipos de uso de ocupação dos espaços, sejam eles urbanos, comerciais, residenciais ou corporativos. Tomar como base a utilização do verde na estratégia de melhoria dos espaços, além do apelo estético, potencializa a percepção do positivo.
Confira agora 6 exemplos de construções biofílicas mais famosas e que são referência em projetos ao redor do mundo:

Jardins Suspensos

A associação é imediata: quando falamos em “jardins suspensos ou verticais”, lembramos imediatamente da antiga história sobre a Babilônia. Esta era a cidade central da Masopotâmia (hoje Iraque e Kuwait), o berço da atual civilização ocidental.
Seu auge ocorreu há mais de 3 mil anos a.C.. Segundo relatos passados de geração em geração, o Rei Nabucodonosor II teria mandado construir um grande monumento com jardins em estilo oriental. Porém, nunca houve qualquer registro oficial sobre os fatos, nem mesmo vestígios arqueológicos disso.
Tudo o que se sabe hoje a respeito da fama dos Jardins Suspensos da Babilônia começou após a análise de textos de autores como Beroso, de 290 a.C., que se preocupou em relatar alguns processos de arquitetura que eram desenvolvidos na época, comentando sobre uma grande construção de ordem do rei.
E o que foi relatado fez o mundo crer que os jardins, de fato, existiram. Uma ideia que se concretizou tanto no imaginário popular que vários artistas, posteriormente, interpretaram os jardins em suas obras. E, por fim, fez com que entrassem para a lista das Sete Maravilhas do Mundo Antigo.

Fazenda Urbana

Um dos princípios fundamentais do design biofílico é colocar o homem em contato com a natureza tanto quanto possível. Na Fazenda Urbana, que fica nos escritórios do Grupo Pasona, em Tóquio, é dado um passo além. Lá, é permitindo que os usuários dos espaços possam interagir ativamente com a natureza e cultivar os alimentos que vão saborear entre uma pausa e outra.
No projeto da Kono Designs, as culturas hidropônicas e terrestres tornam-se elementos espaciais, criando divisórias entre uma instalação e outra com o maracujá e o limoeiro, enquanto os tomates descem suavemente sobre as mesas.
É dessa forma que, nos espaços onde os funcionários passam a maior parte do tempo, se tornam agricultores e consumidores do próprio alimento.

Super Hospital

O hospital é um dos lugares onde as pessoas mais sentem a necessidade de “respirar vida”. Frequentemente, porém, também são locais arquitetonicamente muito básicos e tristes, o que acaba gerando influência negativa sobre os pacientes.
Não é o caso do Hospital Khoo Teck Puat, em Cingapura que, através de seus amplos corredores luminosos, permite um contato constante com a vegetação.
Uma recirculação do ar criada por aparelhos técnicos de vanguarda, traz melhores condições aos usuários, que também se reflete na recuperação dos pacientes. Um grande exemplo de como o contato com a vida e a natureza podem auxiliar também no tratamento de doenças.

Floresta Vertical

O projeto de Stefano Boeri Architetti e Barreca & La Varra, que fica em Milão, é considerado por muitos um protótipo das cidades do amanhã. Um dos mais belos arranha-céus do mundo, a Floresta Vertical é uma nova forma de pensar a verticalidade e colocá-la em contato com a natureza e o homem através de um sistema de torres que, segundo os projetistas, contém o equivalente a 10 mil metros quadrados de floresta.
Na base, um grande parque que acentua a atenção à vida e ao desejo de deixar a natureza entrar, mesmo em uma metrópole como Milão.

Jardim do Éden

Uma antiga pedreira de caulinita na Cornualha, Reino Unido, tornou-se palco do recriar através do projeto da Grimshaw, liderada pelo arquiteto Nicholas Grimshaw. O sistema consiste em duas das maiores biosferas do mundo, dois biomas, ou seja, grandes porções da biosfera, por meio dos quais é possível estudar, cruzar e tocar a fauna e a flora do ambiente tropical e do Mediterrâneo.
Duas cúpulas gigantescas de aço e plástico formam um sistema com um imenso jardim externo, que abriga quase dois mil diferentes tipos de vegetação, o Núcleo – que é o centro educacional do complexo – e o teatro, onde acontecem importantes eventos culturais.

Tecnologia e natureza

O One Central Park, do Atelier Jean Nouvel, em Sydney, parece um edifício de aço e vidro “contaminado”, em sua totalidade, por plantas e arbustos nativos que lentamente envolvem a estrutura.
Existem muitos recursos e inovações no edifício, incluindo um grande heliostato em balanço, que captura os raios do sol a qualquer hora do dia. Além de um sistema interno de reciclagem de água e uma usina de baixo carbono.
Um imponente sistema de espelhos motorizados capta a luz do sol e a reflete nos jardins internos do edifício. Ao pôr do sol, uma grande instalação de LED do artista Yann Karsalé ganha vida, dando um show emocionante para quem olha para cima.
Ficou interessado em aplicar a biofilia ao seu projeto? Converse com a equipe ARCHSCAPE! Temos as soluções mais criativas para atender as suas necessidades.

Você decidiu fazer algumas reformas na sua casa, ou começar o projeto de uma nova moradia do zero? Uma das primeiras coisas que precisa decidir é se vai contratar um arquiteto para ajudar a conquistar o seu lar ideal.

Você pode achar que a contratação de um profissional de arquitetura não é necessária, até descobrir que existem vários fatores a serem levados em consideração, como legislação e códigos do plano diretor da sua cidade, taxas, burocracias, cálculos e muito planejamento. É nesta hora que você repensa.

Se você ainda tem dúvidas em relação ao serviço e sobre quais são as responsabilidades da profissão, continue a leitura deste artigo! Conversamos com o arquiteto Gustavo Garrido, que deu algumas dicas essenciais para ajuda-lo a trabalhar com um profissional desse tipo. Confira!

O que faz o arquiteto?

Esses profissionais auxiliam na escolha das melhores soluções para as necessidades do cliente. Com formação multidisciplinar, possuem conhecimentos e habilidades técnicas para elaborar projetos de arquitetura, paisagismo, urbanismo, interiores e restauro.

Além de todas essas qualificações, o arquiteto também oferece uma gama de outros serviços. Eles vão desde a elaboração inicial de um layout, até acompanhamento e gerenciamento de obras.

O apoio do arquiteto na obra é fundamental durante toda a concepção e execução, pois nós é que temos uma visão do todo. Se você deixa para o mestre de obras ou para quem está tocando a obra tomar decisões, com certeza serão decisões que não vão levar em consideração todo o histórico que foi traçado com o cliente”, explica Garrido.

Vale ressaltar que os empreiteiros, mestres de obras e pedreiros não projetam, mas constroem sob a supervisão de arquitetos ou engenheiros.

De acordo com o conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU), as atividades e atribuições do arquiteto e urbanista consistem em:

– Supervisionar, coordenar, fazer a gestão e orientação técnica de uma obra;

– Coletar  dados, estudar alternativas, realizar o planejamento e especificações;

– Elaborar estudo de viabilidade técnica e ambiental para a intervenção no terreno;

– Prestar assistência técnica, assessoria e consultoria;

– Realizar vistoria, perícia, avaliação, monitoramento, laudo, parecer técnico, auditoria e arbitragem;

– Desempenhar o cargo e função técnica em empresas, instituições privadas e públicas;

– Conduzir treinamento, ensino, pesquisa e extensão universitária;

– Solicitar, estudar e equalizar  orçamentos;

– Proceder com a  produção e divulgação técnica especializada;

Quais são as etapas do trabalho realizado pelo arquiteto?

Apesar da complexidade de cada obra  exigir mais ou menos etapas para a elaboração de um projeto arquitetônico,  há uma linha de raciocínio lógico que orienta todos aqueles que buscam a excelência e a riqueza em detalhes, trazendo elementos que devem, essencialmente, ser considerados.

O planejamento é fundamental para orientar e gerenciar a execução do projeto. É onde serão previamente analisadas diversas questões envolvidas no empreendimento que, sem um planejamento, poderiam gerar transtornos ao chegar a execução e perceber, somente ali, que havia algum impeditivo ou barreira.

É no planejamento que são previstas questões de viabilidade legal da construção em determinado local, são feitas as visitas e medidas no espaço e diversos outros fatores, principalmente, legais e burocráticos que vão orientar e embasar todo o projeto dali para frente.

  1. Entendendo as necessidades

A primeira fase constitui em entender todas as necessidades e expectativas do cliente com o imóvel que será construído ou reformado, bem como do espaço hábil e viabilidade legal para a construção.

Tem todo um tempo de conversa com o cliente, análise do espaço e pesquisa de tendências envolvido para a elaboração do que será proposto no projeto”, explica.

Para isso, são realizadas visitas ao local voltadas à realização de estudos prévios e análises minuciosas, além de entrevistas com pessoas que vão usufruir da obra ou aquelas que estão envolvidas com o ambiente, caso seja um escritório, por exemplo, onde pessoas vão trabalhar. Este é um passo importante para executar um planejamento adequado às necessidades do cliente.

  1. Levantamento

Durante as visitas ao local da obra, questões relacionadas a medições, níveis, condições topográficas e ambientais e orientação solar devem ser analisados e registrados. Nesta etapa, os arquitetos podem prever e até se antecipar a determinados ajustes, decorrentes dessas análises de campo antes de dar prosseguimento ao projeto.

Normalmente realizamos visitas em equipes para colher essas informações e também tirar fotos e medidas do local. Todos esses dados serão utilizados para a concepção do estudo preliminar, que envolve os desenhos de criação de como será a caracterização futura daquele espaço”, detalha o arquiteto.

  1. Estudo de viabilidade

Há três documentos completos que são essenciais durante um planejamento e projeto de arquitetura, que são o Plano Diretor da cidade, sua Lei de uso e Ocupação do Solo  e o Código de Obras.

O primeiro define algumas políticas de desenvolvimento do município, estabelecendo algumas diretrizes de forma macro, tais como diretrizes de expansão urbana, áreas de proteção de rios mananciais, por exemplo. O segundo estabelece os parâmetros para  construções  e seus usos– como altura máxima de construções na região, taxa de ocupação, zoneamento, etc. – para orientar tanto o poder público, quanto à inciativa privada à forma de construção em espaços urbanos e rurais.

Já o Código de Obras é um documento que determina um conjunto de procedimentos administrativos para qualquer tipo de construção no município – como aprovar um projeto, quando se pode iniciar uma obra, como recorrer em caso de paralisação e como comunicar o término de uma obra. O objetivo é garantir o direito de se construir em harmonia com o bem-estar e segurança das pessoas.

Precisamos realizar cálculos de área construída, de ocupação e uma série de indicações com notas técnicas. Tudo isso precisa ser documentado e aprovado nos órgãos competentes, mediante a apresentação de documentos do proprietário, do profissional e do terreno, além do pagamento de taxas. É uma etapa extremamente burocrática, que exige tempo e conhecimento técnico, além, é claro, de soluções criativas”, explica Gustavo.

  1. Estudo preliminar

Com todas as definições em mente, é hora de iniciar os primeiros esboços do que vai ser o imóvel ou de como ficará a reforma. Para isso, diversos recursos podem ser utilizados, desde o desenho a mão livre, até a elaboração de maquetes físicas ou eletrônicas para passar a ideia de realismo ao cliente.

No início, a gente faz um layout, por exemplo, de como será a caracterização futura daquele espaço. Então, apresentamos algumas imagens de como a gente imagina cada ambiente, usando referências com base nos anseios do cliente”, afirma. Este croqui deve ser aprovado por todos os envolvidos para que possa dar continuidade, então à elaboração dos projetos que de fato irão para a obra.

  1. Licenciamento

Trata-se de providenciar o projeto com a representação gráfica em formato específico e com as documentações exigidas pela prefeitura para a análise. É necessário um acompanhamento junto aos órgãos municipais no sentido de responder a eventuais questionamentos (os chamados “comunique-ses”), revisando o projeto no que for apontado e acrescentando documentação adicional que for solicitada. Em determinados casos, a aprovação se estende também a órgãos de preservação histórica, órgãos de proteção ambiental, muitas vezes exigindo a contratação de consultores específicos pelo proprietário, para cada especialidade.

  1. Projeto executivo

Nesta etapa final, são definidos todos os materiais e serviços que serão necessários, indicando itens a serem demolidos, construídos, medidas, acabamentos, bem como a solicitação de orçamento com fornecedores de forma a se chegar ao custo total da obra. Após essa etapa é dada a largada à obra, em termos de documentações necessárias para sua liberação.

O arquiteto vai fornecer, como se fosse, a receita do bolo: vai especificar qual piso será usado e onde, prever o posicionamento de bancadas, determinar as medidas e alturas exatas, bem como instalações hidráulicas e elétricas”, conta Gustavo.

Caso haja divergências nas especificações do que os profissionais envolvidos na construção precisam fazer, pode haver necessidade de refazer determinadas instalações, o que acarreta em maior custo e atraso na entrega final.

É imprescindível fazermos todo esse acompanhamento, porque sempre acontecem imprevistos. Quem está na obra vê parte do processo, mas o arquiteto enxerga como um todo, então conseguimos prever situações e propor soluções. Numa reforma, por exemplo, se ao demolirmos descobrimos vigas e pilares em locais não imaginados, é preciso colocar no projeto e analisar se atrapalhará a passagem, ou dificultará um layout anteriormente aprovado e propor soluções.  Por isso precisamos estar atentos ao processo todo, do início ao fim, para que a obra tenha orientação e seja executada com sucesso ”, acrescenta.

Lidando com imprevistos

Auxiliar o cliente a ter seu projeto executado corretamente e da maneira como foi previsto é uma das principais obrigações do arquiteto à frente da obra. Esse acompanhamento é fundamental para apontar qualquer divergência do projeto original, corrigindo o problema a tempo e sem maiores prejuízos.

Gustavo explica que uma obra é realizada em diversas etapas, com equipes de trabalho e tempos diferentes. “Quem esta executando a alvenaria, por exemplo, não sabe necessariamente como vai ser a bancada. É por isso que a gente fornece as medidas já descontando os recuos necessários, de forma que as coisas se encaixem em cada etapa, dando o efeito esperado”.

Por isso o acompanhamento com o projeto e visitas técnicas são tão importantes durante a execução do projeto.

Às vezes acontecem imprevistos. Tem casos em áreas livres, por exemplo, onde você vai escavar a piscina e tinha uma árvore próxima, mas você só conseguiu ver que a raiz daquela árvore estava chegando ao espaço depois de escavar, aí tem que modificar a posição da piscina”, conta. “Ao modificar a posição da piscina, precisa modificar o projeto de arquitetura conversando com o projeto de estrutura. A gente consegue produzir desenhos e modificações que são pertinentes e respeitam toda a história que foi criada desde o começo. Evitando algo que fique totalmente descaracterizado ou sem conexão com o que foi proposto inicialmente”, conclui.

Outras contribuições do arquiteto

Além de cuidar dessas etapas, o arquiteto também realiza o planejamento da compra de produtos e de insumos para a obra. É nesse momento que ele define quais peças e materiais vão revestir as paredes, divisórias, muros, fachadas, pisos, forros e até mesmo partes do mobiliário presente na construção.

Nós gostamos de elaborar mock ups, que são pequenos exemplos de parte da construção, onde pegamos pisos diferentes e aplicamos em uma pequena área do local para o cliente ver e aprovar. Da mesma forma com as tintas que serão usadas. Por mais que a gente especifique o código da tinta, ela aplicada naquela parede, naquele espaço, com aquela luz natural ou artificial que bateu,ás vezes  traz uma sensação que não corresponde ao desejado. Dessa forma, conseguimos tomar decisões mais assertivas para manter a harmonia entre todos os elementos da obra”, destaca Gustavo.

A contribuição do profissional não se limita a escolher um produto que é apenas tendência no mercado. A principal preocupação na verdade é adequar o revestimento às exigências de ambientes externos e internos, ao orçamento disponível e, principalmente, ao gosto do cliente. Por ter conhecimento, o arquiteto é capaz de atender a todos esses objetivos sem precisar abrir mão da funcionalidade, qualidade e da estética.

O acompanhamento precisa ser feito em cada detalhe, com cada fornecedor para que tenha as soluções exatas. Nós auxiliamos a selecionar os fornecedores que têm disponível os materiais ou produtos que vão dar o efeito que a gente pretende. Por isso é importante ressaltar as especificações do arquiteto, porque elas interferem não só no visual, mas também no desempenho, segundo as exigências de uso em cada situação ou ambiente”.

O arquiteto cita como exemplo típico a escolha do piso: “tem pessoas que acham que pode aplicar o mesmo piso na casa inteira. Na área do banheiro, principalmente no box, deve-se aplicar um revestimento anti-derrapante e, se essa especificação não for seguida, há risco da pessoa cair e, até mesmo, quebrar uma perna”.

O arquiteto também pode contribuir com um projeto de iluminação, levando em consideração cada ambiente e o seu uso, com base nos critérios necessários para que as pessoas que utilizarão aquele ambiente tenham uma boa qualidade de vida. “Há uma iluminação recomendada para cada tipo de ambiente e cada tipo de iluminação ajuda a desempenhar uma tarefa no dia-a-dia com melhor qualidade”, explica Gustavo.

Existem parâmetros e normas técnicas para estabelecer os níveis saudáveis de iluminação para cada atividade. “Você não pode, por exemplo, usar no local de estudo uma luz branca centralizada no meio do ambiente. A pessoa, principalmente se estuda à noite, vai começara a desenvolver problemas de visão por conta da falta de qualidade de iluminação”, ressalta.

Contratar um arquiteto é caro?

Caro ou barato, é relativo, pois é impossível precisar um valor único. Porém, o CAU  dispõem de tabelas para consulta com preços de honorários mínimos, de acordo com o estado em que atuam.

Para Gustavo Garrido, há um grande desconhecimento sobre o que é o trabalho do arquiteto. “Acho que isso, muitas vezes, causa uma sensação na pessoa de não saber se está pagando o correto ou não por determinado trabalho”, pontua. Assim como qualquer prestação de serviço, os valores são calculados com base na hora de trabalho das pessoas envolvidas, além de demais custos fixos. “Tem todo um custo de back office, que faz o escritório funcionar: a secretária, o aluguel da sala, a energia, seguros que o arquiteto precisa ter, tudo isso, somado aos impostos e, obviamente o lucro, é o que compõem o valor cobrado”, detalha.

A pessoa que trabalha no projeto é um profissional graduado em arquitetura, ou seja, tem curso superior e preparo para desenvolver projetos. “No fim das contas, a gente pode até ter um indicador de reais por metro quadrado como um indicador de mercado, mas o verdadeiro custo é hora/homem, ou quanto tempo cada profissional ocupa para fazer determinado projeto”.

Na hora de pensar em uma obra, é comum que certos custos como o projeto arquitetônico, não esteja contemplado, mas esse é um fator importante e que deve constar no orçamento. O valor de um projeto costuma variar entre 5 e 15% do custo total de uma obra, variando conforme o tamanho. É um percentual muito baixo, já que a presença de um profissional de arquitetura garante maior segurança na sua obra, bem como redução de desperdícios e otimização de tempo.

Além disso, um projeto realizado por uma equipe de arquitetos como da ARCHSCAPE garante um resultado que vai atender exatamente às suas expectativas.

Entre em contato e conheça mais sobre nosso trabalho!

Nós já falamos aqui no blog sobre como o ambiente influencia na sua vida e principalmente na saúde, lembra? A psicologia na arquitetura vem sendo estudada há muito tempo, mas foi apenas o avanço da tecnologia nas últimas décadas que permitiu estudar a fundo os efeitos dos ambientes no cérebro humano.

A junção da neurociência, o estudo do sistema nervoso, com a arquitetura, que projeta os ambientes, deu origem à neuroarquitetura, que estuda a relação entre a concepção dos ambientes e a mente humana. Aliando conhecimentos arquitetônicos, urbanísticos, neurocientíficos e psicológicos, esse campo pode transformar a forma como percebe os ambientes.

A neuroarquitetura é um termo que vem se popularizando cada vez mais, por isso vamos explicar tudo o que você precisa saber neste artigo. Continue com a gente!

O que é neuroarquitetura?

Apesar de recentes, os estudos na área da neuroarquitetura ganham cada vez mais força, pois a relação do homem com o seu meio é fundamental para o seu desenvolvimento. A forma como os ambientes são planejados e organizados é determinante para o desenvolvimento cognitivo e para o modo de interação do ser humano com o ambiente.

O termo está relacionado à criação da Academy of Neuroscience for Architecture (ANFA), na Califórnia, em 2003, uma instituição que fomenta a pesquisa nessa área. O neurocientista Fred Gage e o neurocientista e arquiteto John Paul Eberhard são os pesquisadores por trás dos primeiros estudos na área.

Gage comprovou que diferentes ambientes causam efeitos diferentes no cérebro. Uma de suas frases diz: “As mudanças no entorno mudam o cérebro, portanto, modificam o nosso comportamento”.

A neuroarquitetura busca explicar que elementos arquitetônicos podem favorecer o bem-estar de quem frequenta uma obra, seja ela uma casa, um escritório ou um prédio público. Esse campo de estudo reúne equipes multidisciplinares para entender como o cérebro reage à arquitetura e como nos tornamos mais saudáveis com a ajuda dela.

O fato é que não é apenas em projetos urbanísticos que a Neurociência se relaciona com a arquitetura. Essa relação também é percebida em ambientes corporativos. Como a maior parte das pessoas passa cerca de 8 horas por dia no trabalho, o ambiente a seu redor afeta diretamente a produtividade.

A OMS (Organização Mundial de Saúde) identifica como “Síndrome do Edifício Doente” o conjunto de doenças causadas ou estimuladas pela poluição do ar em espaços fechados. O que ressalta a importância dos ambientes serem projetados não apenas em aspecto prático e econômicos, mas também de forma saudável.

Qual é o conceito da Neuroarquitetura?

Quem nunca sentiu um cheiro, ouviu uma música ou viu algum objeto que lembra muito um momento, um lugar ou uma pessoa especial? Embora pareça algo corriqueiro, isso pode ser explicado pela ciência como um evento de associação à memória afetiva. Isso ocorre porque nossos sentidos podem fixar no cérebro as sensações provocadas pela visão, olfato, paladar, audição e tato.

Nesse contexto, é natural relacionarmos um tipo de decoração ou cheiro, por exemplo, a um local específico com o qual temos alguma familiaridade. É por isso que, quando sentimos o cheiro de um bolo, vem à nossa mente lembranças de momentos geralmente relacionadas à cozinha da mãe.

Além dos sentidos, a neuroarquitetura pode influenciar diretamente na mente humana, tanto auxiliando no aprendizado, quanto na perspectiva emocional dos indivíduos. Ela pode ser dividida em 4 princípios simples:

  • Sensação e percepção
  • Aprendizagem e memória
  • Tomando uma decisão
  • Novas experiências

E como usá-la na prática?

Sensação e percepção

O foco neste ponto está na visão e no olfato. A iluminação não natural — em especial a luz azul — pode realmente afetar o relógio biológico do seu corpo, alterando o seu ritmo circadiano, impactando o seu ciclo de sono e até mesmo o seu humor.

Para combater isso e tornar a luz que usa em sua casa mais adequada, você pode instalar dimmers nos quartos onde passa a manhã e noite. Isso ajuda o seu corpo a se adaptar ao ciclo do dia à noite. Opte por aqueles que aumentam lentamente até a intensidade definida e desaparecem lentamente quando desligados. Inclua também diferentes fontes de iluminação, como teto, arandelas e luminárias de chão para uma iluminação em cenas conforme o necessário.

Porém, o mais importante é mover TVs e computadores que emitem luz azul para fora do quarto. Esse tipo de luz interfere de fato e leva o seu corpo a pensar que ainda há luz do dia.

Traga o verde

Pesquisas mostram que as plantas podem reduzir o estresse e melhorar a concentração, então traga plantas vivas para dentro de casa. Elas adicionam uma vibração adorável a qualquer espaço que ocupam. Os seres humanos têm uma conexão inerente com a natureza e ela também ajuda — e muito! — a purificar o ar.

Aprendizagem e memória

O foco aqui está nas formas e no movimento. Decorações arredondadas encorajam mais atividade cerebral em comparação com uma sala com mobília quadrada. Dessa forma, incorporar geometria suave em móveis é uma ótima maneira de aumentar os estímulos.

A decoração arredondada também é percebida como mais agradável, enquanto os móveis com linhas simples evocam sentimentos de negatividade.

Alguns objetos simples podem ajudar a suavizar um espaço e torna-lo mais interessante, como adicionar algumas almofadas redondas em um sofá quadrado, ou pensar em incorporar uma mesa de centro redonda, ou peças de decoração arredondadas, com tigelas e abajures de mesa redondos.

Tomada de decisões

Os objetos e onde armazená-los definem o princípio de decisão na neuroarquitetura. O cansaço das decisões é algo com que muito de nós lidamos, quer saibamos disso ou não. O cérebro está tomando micro-decisões o dia todo e você pode eliminar algumas delas em sua casa fazendo algumas mudanças simples.

Reduzir a quantidade de desordem que você está cercado é a maneira mais fácil de fazer isso. Geralmente é algo que está esperando para ser guardado ou eliminado e você desperdiçará uma valiosa capacidade cerebral toda ver que ver esse item.

Determine quais objetos estão em seu espaço e lhe trazem alegria e quais objetos devem ser removidos. Observe seus padrões ao se mover pela casa e configure seu espaço para que não permaneçam itens indesejados.

Separe um espaço oculto para o armazenamento dos itens incômodos que estão sempre no balcão. Você pode designar uma “gaveta da bagunça”, por exemplo, para colocar esses objetos fora de vista, mas saiba onde encontrá-los quando precisar.

A neuroarquitetura é sobre criar um design que funcione para o seu estilo de vida. Facilite para sua mente tomar todas as micro-decisões ao ter as coisas onde você precisa delas — por exemplo, mantenha a coleira do cachorro, sacolas reutilizáveis e guarda-chuvas na entrada da frente.

Tudo tendo seu lugar em uma localização lógica significa que você não precisa pensar enquanto sai pela porta. Coloque uma lixeira na porta da frente para que, ao chegar em casa com correspondência indesejada, você possa retirá-la de vista imediatamente.

Novas experiências

Reorganizar os elementos da sala pode ajudar a nos manter alerta, mas não se trata apenas da colocação de objetos. A pintura pode mais do que apenas transformar o espaço. A dopamina é a substância química que nos motiva a explorar, suas vias são ativadas quando o cérebro é exposto a novos ambientes e não às mesmas coisas diariamente.

Uma mudança na aparência e no layout de sua casa pode estimular essa parte do cérebro. Você pode também ousar nas tintas, criando uma experiência totalmente nova em um ambiente.

Nem sempre é fácil ver os nossos espaços com novos olhos, mas vale à pena. A ideia é “sair e voltar” a cada poucos anos. A simples troca de almofadas ou cadeiras pode realmente modificar a aparência de um espaço, assim como uma nova estante ou obra de arte.

5 ambientes para aplicar a neuroarquitetura

Separamos algumas sugestões para você transformar seus espaços:

Sala de estar

Por ser um local acolhedor, acrescente um leve toque de cores vibrantes. Se esse lugar também for usado para descansar, cuidado com os excessos. Dê prioridade às plantas para relaxar o olhar, janelas com abertura para paisagens agradáveis e que possibilitem a entrada de luz e ventilação natural. O que acha de acrescentar uma mesa de canto para os jogos de tabuleiro em família?

Ambientes com pé direito alto são mais agradáveis para a circulação do ar. Se o pé direito for baixo, pode dar uma ideia de opressão. Nesse caso, se não tiver alternativa, pinte o teto de branco e tenha móveis mais claros.

Quartos

São locais para descansar e as plantas podem estar presente. Priorize objetos que sejam agradáveis ao olhar e tragam boas energias. Afinal, é um local para trazer descanso e relaxamento.

Cozinha

Pode ter pequenos vasos com temperos. Além do aroma agradável, terá alimentos frescos para as refeições.

Home Office e local para estudos

Deve ser um espaço reservado, sem ruídos, onde quem ali trabalha ou estuda consiga se concentrar.

Jardins

São locais agradáveis para permanecer e contemplar. Os jardins podem estar, até mesmo, integrados com os ambientes internos. Investir no paisagismo, além de deixar a casa mais bonita, é uma tendência que veio para ficar.

Para montar um projeto aliando a Neurociência e a Arquitetura é necessário fazer um bate-papo com a família ou as pessoas que vão conviver naquele local para que a construção atenda às suas necessidades.

Se você ficou interessado em aplicar os conceitos da neuroarquitetura ao seu projeto, entre em contato com a equipe ARCHSCAPE e agende uma entrevista!

Os rios são as fontes de um dos recursos naturais indispensáveis aos seres vivos: a água! Além disso, têm muita importância cultural, social, econômica e histórica, pois exercem um efeito enorme sobre a ecologia da superfície da terra e, por consequência, sobre o desenvolvimento humano.

Desde o começo das civilizações, os rios tiveram um papel fundamental para a formação de comunidades, cidades e para a sobrevivência do homem. Exemplo disso é o rio Nilo, segundo rio do mundo em extensão, que foi determinante para o desenvolvimento do Egito antigo.

Localizado em uma região desértica do continente africano, foi graças ao rio Nilo que a sociedade egípcia teve acesso à água para beber, irrigar as terras para a agricultura (após as cheias do rio, as terras das margens ficavam forrada de húmus, um lodo fértil), pescar, cultivar peixes e transportar mercadorias e pessoas.

Até os dias atuais, os cursos de água doce são o sustento de milhares de famílias em todo o Brasil e no mundo. São os rios que estão mais amplamente distribuídos e fornecem o maior volume de água para consumo no mundo.

Milhares de espécies da flora e fauna, inclusive a espécie humana, consomem essa água, que precisa ter uma qualidade adequada para seus diversos usos. É por isso que a disponibilidade e uso de água potável, bem como a conservação dos recursos hídricos, é chave para o bem estar humano.

Além disso, os rios também trazem referências culturais muito importantes sobre a sociedade humana, expressando modos de vida, fazendo parte da biografia de muitas pessoas, compondo memórias e perspectivas.

Mas, ao longo da história, registraram-se alterações nas características e na qualidade das águas dos rios, do ecossistema e, em certos casos, de sua configuração e percurso. Alguns sendo, inclusive, parcialmente retificados e escondidos pela sua canalização.

O que vemos acontencendo?

As enchentes que atingem com frequência a região metropolitana de São Paulo, por exemplo, deixam evidente o quanto as nossas cidades estão despreparadas para eventos climáticos extremos. Cientistas e especialistas têm alertado que esses eventos tendem a se intensificar daqui para frente e se repetir em intervalos cada vez mais curtos.

Para demonstrar como esses alertas e o planejamento integrado das cidades, regiões metropolitanas e bacias hidrográficas não são priorizados, a manifestação mais dramática vem dos próprios rios.

As águas ressurgem violentamente após as chuvas, demonstrando que canalizar, tampar e retificar os rios, ocupando suas margens, foi um erro. Esse modelo urbanístico, que esconde os rios e impermeabiliza o solo, não se adequa às mudanças climáticas.

É por isso que as leis de uso do solo devem ser analisadas com maior critério para estimular o planejamento das cidades com ampliação de áreas verdes, de pavimentos permeáveis, calçadas e telhados verdes, sistemas de bacias de contenção e eco-piscinões associados a praças, parques e equipamentos de convívio social e lazer.

Essas medidas podem trazer melhoria no microclima e para a saúde, e contribuições para minimizar os impactos de eventos extremos como esses.

Para entender um pouco mais sobre o assunto, conversamos com o arquiteto urbanista Gustavo Garrido, que responde algumas perguntas sobre a relação dos rios com as cidades, e de que forma isso implica diretamente na qualidade de vida das pessoas.

Confira!

Antigamente as cidades eram construídas próximas aos rios. Por quê? Qual era sua importância

Os rios eram fonte de alimento, meio de transporte e elemento geográfico de defesa nos primórdios de nossas cidades. Por isso as primeiras aglomerações urbanas eram preferencialmente construídas próximo de suas margens.

Pegando a cidade de São Paulo como exemplo, quando os portugueses se aventuraram pelo interior do continente, encontraram o planalto de Piratininga, cercado pelas íngremes ribanceiras dos rios Tamanduateí e Anhangabaú, local sabidamente já habitado por povos indígenas. O que fizeram basicamente foi se apropriar daquele território, já conhecido pelo índios.

Ao longo dos anos, os rios foram esquecidos pela população e governantes?

É sempre importante colocar as coisas em seu devido contexto. Os mesmos rios que atraíram as pessoas pelos atributos já descritos, também serviam para despejo de águas servidas.

Quando o fluxo de água é grande e a população pequena isso não é necessariamente um problema, mas com o acréscimo populacional passou a ser uma grave questão sanitária, com a proliferação de mosquitos e doenças transmitidas por eles.

A medicina era muito menos desenvolvida e a proximidade com os rios que era desejável, passou a ser rejeitada em prol de melhores condições de saúde. Contudo, mudava-se quem tinha condições, quem não as tinha, que eram os pobres, escravos e imigrantes, tinham que conviver com a situação.

O poder público historicamente era conduzido pelos interesses de quem tinha posses e que inclusive ocupava os cargos públicos. Os investimentos em infraestrutura assim eram direcionados para os “bairros higiênicos”, daí veio Higienópolis.

Mas o problema era o descarte de esgoto sem tratamento, não o rio em si.

Por que os rios são tão importantes para qualidade de vida nas cidades?

Mesmo com a concentração de investimentos públicos nos bairros ricos, em momentos de bonança em São Paulo, investiu-se em Parques no Anhangabaú e Tamanduateí (parque Dom Pedro II), mas sem saneamento, não acabando com a má fama dos rios, os quais foram dando espaço para vias de circulação viária em suas margens ou até soterrando seus leitos. Viraram assim canais de esgoto a céu aberto.

Entendendo que o problema é saneamento, não os rios, com a crítica questão de agenda climática que vivemos as pessoas percebem o quão importante é a água em nossa vida, principalmente em momentos de seca e com risco de abastecimento.

Mas muito além dessa questão, os rios agregam em qualidade de vida na paisagem urbana, oferecem condições de vida e proliferação de fauna, oferecem opções de lazer e por que não meio alternativo de transporte. Só de pensar seria uma vida muito mais saudável e agradável, não?

O que podemos esperar num futuro sobre este tema?

Muitas cidades ao redor do mundo estão com compromisso sério de renaturalização de rios urbanos. Cidades no Japão, Alemanha, Coréia do Sul, Estados Unidos, estão fazendo sua lição de casa. Em Madri, o rio Manzanares vivia uma situação muito semelhante ao nosso Tietê e foi totalmente requalificado, com sua limpeza e implantação de um grande parque público.

Em Seul, o Parque Cheonggyecheon foi implementado ao longo do rio de mesmo nome, mudando totalmente a cara do bairro e trazendo revitalização dos espaços. É um caminho sem volta para todas as cidades que querem ter alguma proeminência no plano global do século XXI.

Como cuidar, preservar e recuperar os rios?

O cuidado com as águas dos rios, para conservá-las em uma condição adequada para a sustentabilidade da vida e para os diversos usos, envolve uma abordagem bem estruturada em um conjunto de ações nos ambientes públicos e privados. É necessário que cada pessoa se conscientize de sua responsabilidade e coopere no que estiver ao seu alcance, seja em sua moradia ou fora dela.

Nós listamos abaixo algumas ações que ajudam na preservação dos rios, veja:

Consumo Consciente: evitar o desperdício, e sempre que possível e com os devidos cuidados, reutilizar. Pode-se tratar a água com cloro, por exemplo, para certos usos e reutilizá-la, como no caso da água da pia para descarga no vaso sanitário, da água da máquina de lavar roupa do tanque para lavar a calçada, etc.

Preparar captação, reservatório para reuso de água de chuva também é uma boa opção!

Saneamento Básico: a falta do saneamento causa várias doenças e inúmeras internações. Cidades com índices melhores de saneamento tem incidência menor de doenças. Precisa haver um esforço concentrado de todos nós para viabilizar a cobertura de 100% dos usuários no saneamento, no curto prazo.

Dejetos Rurais: efluentes pecuários também causam poluição das águas superficiais e subterrâneas. Os dejetos devem ser destinados corretamente, preferencialmente para adubação ou geração de energia. Com sabedoria e cuidados, podemos minimizar os efeitos colaterais desta criação com a correta destinação dos dejetos.

Resíduos de agricultura: efluentes agrícolas podem conter produtos químicos como fertilizantes (ricos em nitritos e nitratos), pesticidas, que degredam a qualidade das águas superficiais, incluindo as dos rios, quando neles são despejados, além de contaminar águas subterrâneas por infiltração.

A produção agrícola, bem administrada, com a correta análise e correção do solo, viabiliza alto desempenho com baixo efeito colateral ambiental.

Resíduos sólidos: destinação e tratamento adequados de resíduos sólidos, popularmente conhecidos como lixo, são necessários no cuidado com as águas. Os resíduos sólidos, quando descartados incorretamente, causam danos graves que, às vezes, perduram por centenas de anos.

Estes materiais entopem as bocas de lobo, contaminam os córregos, rios e mares, além de, muitas vezes, afetarem animais que confundem com alimentos.

Mata Ciliar: também denominada de vegetação ribeirinha, é a formação vegetal nativa que fica nas margens de rios, riachos, lagos, córregos, represas e nascentes. A mata ciliar promove o equilíbrio dos rios, estabilizando suas margens, ajuda no controle de nutrientes e de produtos químicos no curso da água.

Contribui também para o controle da alteração da temperatura no ecossistema aquático e da formação de barreiras para o carreamento de sedimentos para os cursos d’água, evitando o seu assoreamento. Além disso, as matas ciliares são fundamentais para proporcionar alimentação para os peixes e outros organismos vivos aquáticos.

As florestas amenizam ainda os efeitos das enchentes e impedem a erosão de terrenos montanhosos, prevenindo a queda de barreiras.

Área de preservação permanente: APP é uma área protegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, além de proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Todas as matas nativas contribuem para as águas. Sempre que possível e dentro das regras vigentes, devemos manter e cuidar das matas nativas nas áreas de APPs.

O exemplo de Nova York

Grandes centros urbanos e água de qualidade em quantidades suficientes para todos, nem sempre é uma combinação possível. Especialmente num planeta em que a escassez de água pode atingir dois terços do mundo até 2050, de acordo com dados da ONU.

Mas na cidade de Nova York, a água que chega às torneiras de quase 9 milhões de pessoas tem origem em fontes superficiais, dispensa tratamento e recebe apenas cloro e flúor antes de ser distribuída. Tema fascinante para geógrafos, ambientalistas e gestores públicos, o sistema de abastecimento do estado de Nova York prova que empresas, sociedade e governos podem prosperar ao investir na natureza.

Você gostou de saber mais sobre esse tema? Tem alguma dúvida? Conte nos comentários!

É só cair a temperatura, que as buscas por aquecedores e lareiras nas residências dispara. Você pode até duvidar, mas a estação mais fria do ano também é o momento ideal para começar a pensar na piscina e na área externa, normalmente mais desfrutadas no verão.

Poder dar um mergulho refrescante a qualquer hora do dia ou da noite sem precisar sair do conforto do seu lar é uma ideia tentadora, não? Mas, antes de iniciar a empreitada é importante que você conheça melhor as diferentes opções disponíveis no mercado e escolha aquela que atenda às suas necessidades.

Mesmo em espaços menores, é possível construir uma piscina moderna e convidativa, utilizando a criatividade e um bom planejamento do espaço.

Com o avanço das tecnologias envolvidas em sua construção, as piscinas podem oferecer um amplo conjunto de opções em acabamentos, formatos, medidas e acessórios, inseridas em espaços modernos e que conversem com o paisagismo. Além, é claro, de ajudar a aliviar o calor!

Como estamos sempre atentos às tendências mundiais, trouxemos este artigo com informações que vão ajudar na hora de fazer a escolha. Acompanhe!

O que configura um espaço de piscina modernista?

Idealizado como um contraponto para os ornamentos pesados típicos do século XIX, o modernismo traz como lema a célebre frase: “a forma segue a função”. E para as decorações modernistas não seria diferente: a funcionalidade é uma característica primordial. Dessa forma, acessórios excessivos são descartados do ambiente.

Essa escola de arquitetura tem espaço para todos. Mesmo que tenha um gosto oposto ao estilo moderno – rústico, por exemplo – ainda assim existem elementos dessa decoração que podem atraí-lo. O estilo é voltado para o básico, então valoriza materiais naturais, como vidro, cimento, fibras naturais, metais e madeiras sem muito tratamento, evitando ao máximo elementos muito elaborados.

Mas, mesmo as opções mais brilhantes são aproveitadas, como alumínio, cobre espelhado e aço inoxidável. Esses componentes têm sido muito utilizados para a construção de uma área de lazer com piscina moderna.

Esses padrões estéticos aparentes e bem definidos auxiliam na construção de piscinas equilibradas e harmônicas com todo o ambiente, em que cada detalhe tem uma funcionalidade, sem chamar muita atenção ou causar confusões visuais.

Mesmo sendo um estilo “simples” e que recusa excessos, a arquitetura modernista não é “simplista” e tem muita autenticidade. Na verdade, os arquitetos paisagistas têm desenvolvido alguns dos projetos mais originais no que diz respeito à piscina e área de lazer.

Dessa maneira, uma piscina modernista é tudo, menos padrão! Basta olhar para a originalidade dos ângulos, linhas e curvas presentes em seu design: elas são exclusivas.

Personalidade para a área externa: descubra o que está em alta

Com espaços cada vez mais enxutos, os ambientes são cada vez mais pensados de forma integrada e, com as piscinas, isso não é diferente. As “prainhas” e os spas, antes reservados a lugares exclusivos, por exemplo, agora começam a aparecer conectados com o resto da piscina, ganhando novos formatos e opções.

A ilusão de ótica criada pela borda infinita também aparece, atualmente, de forma corriqueira nos projetos, além de outras tendências e materiais que chegam para deixar a área externa com personalidade. Veja algumas opções que são tendência para quem busca piscinas funcionais e exclusivas:

Piscina de concreto

É uma excelente opção para quem deseja ter uma piscina para a vida toda, sem precisar se preocupar com muitos reparos. Além de oferecer alta resistência devido a sua estrutura, que mescla concreto e aço, esse tipo de piscina também é muito moderna e versátil.

Podendo ser construída nos mais diferentes formatos e estilos, com revestimentos que vão desde a tradicional cerâmica até as modernas pastilhas coloridas.

Alvenaria

A piscina de alvenaria é uma das opções favoritas de quem procura por versatilidade, pois é adaptável aos mais diversos tamanhos, profundidades e acabamentos. A estrutura da piscina de alvenaria é composta por tijolos revestidos por uma camada de concreto, o que faz com que ela também seja uma opção resistente e durável.

Vinil

Quem deseja ter mais praticidade na hora de revestir a piscina de alvenaria ou de concreto pode optar pelo vinil como uma excelente opção de acabamento. O vinil ajuda a impermeabilizar a piscina e está disponível em uma ampla variedade de cores e estampas que permitem personalizar a piscina de acordo com o seu gosto pessoal.

Piscina elevada

Se você gosta de fugir do tradicional e deseja ter uma piscina mais moderna na sua área de lazer, então pode pensar na possibilidade de construir um modelo com a estrutura elevada, que fica parcialmente acima do solo.

Além de ser uma opção elegante, esse tipo de piscina também apresenta custos mais reduzidos para construção, já que não é necessário escavar o terreno tão profundamente como nos modelos convencionais.

Borda infinita

Muito provavelmente você já deve ter visto alguma piscina com borda infinita, já que elas estão muito em alta e vem ganhando cada vez mais admiradores. A principal característica de uma piscina com borda infinita está no fato de ela se integrar à paisagem, criando um efeito de continuidade com o cenário ao redor.

Normalmente a água transborda em uma das laterais da piscina com borda infinita e é jogada novamente para o interior dela através de bombas.

Vidro

O vidro é um material que por si só transmite um toque sofisticado quando usado da forma correta, e por isso, as piscinas de vidro podem ser a escolha certa para quem não abre mão de um efeito elegante.

Você pode optar pela construção de uma piscina inteira de vidro ou mesclar esse material com o concreto e a alvenaria, dependendo do resultado desejado. Porém, esta alternativa requer cálculos estruturais especializados e investimentos significativos.

Piscina natural

Procura por uma opção de piscina com menos produtos químicos e mais integrada à natureza? Você pode investir na piscina natural. Ela deve contar com uma região com plantas e cascalhos para atuarem como uma espécie de filtro e contribuir com a limpeza da água.

As plantas ajudam a oxigenar a água e ainda eliminam nutrientes que podem criar algas e outros micro-organismos de fácil propagação. Além disso, o ideal é que a piscina natural conte com um mecanismo de bombas para circular a água e filtrá-la.

Bordas térmicas

Os pisos cimentícios em cores claras podem ser atérmicos e, por isso, ideais para áreas de piscina. O conforto para o usuário é o ponto-chave, podendo entrar e suar da piscina sem se preocupar com o chão quente. Além disso, a beleza do piso cimentício, combinando com suas bordas e gelhas, traz um visual sofisticado e clássico.

Ganhando mais amplitude nos espaços

Apesar de o padrão estético ser “clean”, não há dúvidas de que há comodidade nesse tipo de arquitetura. Além disso, a maioria das plantas modernistas contam com menos paredes, de modo a criar espaços amplos e acolhedores. Por isso, integrar área interna e externa é uma excelente opção para ganhar amplitude.

Projetos que fazem uso desses artifícios contam com ambientes mais iluminados, muitas vezes melhor ventilados e permitem que a paisagem externa se torne elemento da decoração interior, seja por painéis de vidro, postas de correr ou aberturas nas paredes.

O interessante é que o conceito se aplica tanto para os espaços amplos quanto à área enxuta. Nesse caso, especificamente, a vantagem é otimizar o espaço interno e ampliar visualmente a construção. Por isso mesmo é preciso uma atenção especial na hora de integrar os espaços, porque todos os cômodos, tanto do interior, quanto da área externa, precisam estar em perfeita harmonia.

Certamente, menos é mais quando o assunto é decorar uma área de lazer com ares modernistas. Afinal de contas, porque iria querer ocultar todos os belíssimos detalhes do projeto, colocando ornamentos desnecessários?

O design foi feito para falar por si, com sua funcionalidade, simplicidade e estrutura em destaque. Tudo é básico, de forma que a planta do espaço e os materiais aplicados na composição arquitetônica sejam o centro das atenções.

Porém, uma área de lazer moderna também pode aproveitar de cores e adicionar personalidade ao paisagismo. Para isso, basta escolher os toques que acrescentem na construção da arquitetura moderna, com cuidado para não prejudicar.

Muitos projetos de área de lazer modernos apresentam componentes que são convidativos e aconchegantes, como pedras, madeira e fibras naturais. Lareiras, grandes aberturas que permitem uma maior quantidade de luz natural e postes com vigas são alguns elementos que adicionam calor e personalidade para o lugar.

A iluminação da área é essencial para um bom visual à noite, além de despertar sensações. E, com boa criatividade, pode-se trazer a iluminação para dentro da piscina também.

Lembre-se de que os objetos decorativos não devem ser somente bonitos, eles também precisam ter uma funcionalidade que atendam às suas necessidades.

Nesse sentido, o minimalismo oferece elementos que todos os moradores podem desfrutar, onde cada peça  – mobiliária, armário, prateleira, escultura, obra de arte ou até mesmo as plantas – tem funções distintas e necessárias na decoração.

Conte com ajuda especializada!

Por fim, independentemente de você optar por aplicar os conceitos modernistas ao seu projeto, contar com bons profissionais é algo imprescindível para ter sucesso nesse desafio. Elaborar um bom projeto não requer apenas dedicação, mas também experiência, expertise e criatividade nas ações que podem ser propostas.

A ARCHSCAPE conta com especialistas gabaritados em projetos que ofereçam uma melhor qualidade de vida e funcionalidade, sem perder a estética. Entre em contato e fale com nossos profissionais!

Influenciada pelas mudanças tecnológicas e da sociedade propostas pela Revolução Industrial, a arquitetura moderna assimilou esses conceitos e definiu um novo estilo de criação.

Nesse contexto, a palavra de ordem era utilizar novas e criativas propostas para criar, planejar e arquitetar obras por meio de ideias originais e de vanguarda e, também, por rejeitar o caráter tradicional dos movimentos anteriores.

Com certeza, alguns dos projetos que você mais gosta fazem parte da arquitetura moderna, afinal, ela trouxe características fundamentais que são utilizadas em grande parte das obras que vemos hoje.

Neste artigo, vamos explicar quais são as principais vertentes da Arquitetura Moderna e as suas principais características. Acompanhe!

Mas, afinal, o que é Arquitetura Moderna?

A Arquitetura Moderna é um marco na própria história da humanidade, já que ela rompe com todos os padrões estabelecidos até o momento e propõe um conceito inovador de relacionar o homem com o meio em que ele vive.

Esse mesmo modernismo que estava gerando burburinho entre artistas e designers, rapidamente se espalhou pelo mundo da arquitetura, atingindo em cheio arquitetos já saturados por estilos anteriores e sedentos por novas ideias.

O surgimento da indústria e as novas tecnologias proporcionaram aos arquitetos a utilização de novos materiais, especialmente o aço, o ferro, o vidro e o concreto armado. Diante de uma nova realidade social e com materiais totalmente novos, os arquitetos tiveram pela primeira vez a oportunidade de criar obras com liberdade de formas, estruturalmente mais leves, altas e fortes.

A arquitetura passa agora a ser funcional, fluida, orgânica e, acima de tudo, humana. Ficou curioso para conhecer um pouco mais sobre as vertentes do modernismo? Veja abaixo!

Arquitetura Expressionista

Esse estilo arquitetônico se desenvolveu em paralelo às artes visuais do expressionismo, durante o período pré, durante e pós Primeira Guerra Mundial. Neste contexto político, a comunidade artística estava disposta a fornecer respostas para uma sociedade em transformação, buscando assim novas soluções, especialmente na arquitetura.

As tendências desse período marcam uma busca maior por experimentação, quebras de paradigmas, distorção de elementos, cores e formas e uso de novos materiais como o vidro. Tudo com o intuito de oferecer novas possibilidades arquitetônicas e artísticas para uma sociedade em profunda transformação.

Entre as características da arquitetura expressionista estão a experimentação, a inovação formal e os volumes extremamente incomuns.

Apesar de tentar evitar os dogmas estéticos, é possível estabelecer alguns critérios em comum nas construções da arquitetura expressionista, entre eles estão:

  • distorção de elementos, formas e cores para um efeito emocional;
  • esforço para alcançar algo novo, original e visionário;
  • tendência para o gótico;
  • apropriações da arte e arquitetura mourisca, islâmica, egípcia, indiana, romana e grega;
  • concepção da arquitetura como obra de arte;
  • visão emocional e subjetiva do mundo;
  • dissolução de normas clássicas de composição;
  • exploração da plasticidade do concreto;
  • monumentalidade;
  • uso de tijolo, aço e vidro.

Templo de Lótus, em Nova Déli

Construtivismo

O construtivismo na arte foi o último e mais importante movimento de arte moderna russa do século XX. Ele iniciou em 1915, mas ganhou força, de fato, dois anos depois, com a Revolução Russa.

Apesar de influenciada por outras vanguardas europeias, como o cubismo e o futurismo, a arte construtivista teve ideias e narrativas totalmente inovadoras.

Foi um movimento que buscou romper com a preocupação artística tradicional em compor obras orientadas pela estética, substituindo essa ideia pela construção, combinando imagens industriais e composições geométricas. O construtivismo negava o papel decorativo da arte e enaltecia a modernidade e o uso de técnicas avançadas.

Muito mais focada no espaço do que na matéria, a arte construtivista era mais técnica do que criativa. Esse aspecto era tão valorizado que os pintores do movimento eram conhecidos como engenheiros. Já seus pincéis funcionam não só como instrumentos artísticos, mas como ferramentas sociais.

A estética da corrente apresentava uma linguagem abstrata e composições geométricas, trazendo cores e linhas que pareciam vibrar e dançar entre si, o movimento exaltava a narrativa analítica e valorizava o caráter funcional das obras.

Principais características do construtivismo:

  • predomínio dos elementos geométricos;
  • valorização da tridimensionalidade;
  • forte presença de cores primárias;
  • aversão à arte tradicional;
  • enaltecimento do uso de materiais modernos e tecnológicos;
  • prevalência dos temas sociais;
  • valorização da funcionalidade;
  • a criação de pinturas e esculturas conectadas com a arquitetura;
  • propagação do novo e do dinamismo da vida moderna.

Movimento De STIJL

Liderado pelo pintor modernista Piet Mondrian e pelo arquiteto e também pintor Theo van Doesburg, o De Stijl foi um movimento que teve origem na Holanda, em 1917.

Essa corrente de vanguarda foi influenciada pela estética da arte cubista e se estendeu para a arquitetura, o design, o mobiliário, a moda, a literatura e a fotografia. Teve como base de seus ideais a valorização da pureza das formas, o uso de cores primárias e a inserção de figuras geométricas.

Sendo assim, buscou desenvolver uma linguagem totalmente abstrata e que se opunha à representação da arte figurativa, devido ao seu caráter tradicional.

No entanto, muito se engana quem pensa que as formas e linhas eram colocadas ao acaso. Isso porque o De Stijl de Mondrian funcionava com base em regras e na exploração de diversas possibilidades. Entre as principais características do De Stijl, podemos destacar:

  • o purismo, a clareza e as formas simples;
  • o domínio das cores primárias azul, vermelho e amarelo;
  • o forte idealismo e o viés místico;
  • a presença de figuras geométricas e traços;
  • a prevalência do ângulo reto (que se tornou símbolo da corrente);
  • a redução das formas para chegar aos seus elementos essenciais, como cubos e linhas;
  • a saturação das cores;
  • o racionalismo por trás da elaboração das obras;
  • a valorização do equilíbrio.

Pavillon Le Corbusier, Suíça

O funcionalismo arquitetônico

A primeira metade do século XX conheceu uma das maiores revoluções na arquitetura e no urbanismo – o nascimento do Funcionalismo.

A Revolução Industrial abriu caminho à inovação, introduzindo nos edifícios fabris o ferro, o aço, o concreto e o vidro em larga escala e chamando a atenção para a necessidade de construir habitações operárias de qualidade.

A criação da escola Bauhaus fez com que se estudasse exaustivamente a relação entre a forma e a função na produção de diversos objetos e nos edifícios arquitetônicos. Da reflexão sobre a forma e a função nasceu a arquitetura moderna, sob o paradigma funcionalista.

O arquiteto francês Le Corbusier defendeu o Funcionalismo (ou Racionalismo) com base nos seguintes princípios:

  • sentido prático dos espaços;
  • volume simples da casa;
  • eliminação dos elementos puramente decorativos;
  • janelas rasgadas de grandes dimensões, graças ao uso de concreto armado;
  • coberturas em terraço;
  • colunas que parecem sustentarem o edifício;
  • flexibilidade no uso dos espaços interiores.

Capela Notre Dame du Haut, França

Escola Bauhaus

Foi uma escola de artes fundada em 1919 pelo arquiteto Walter Gropius, em Weimer, Alemanha. Ela revolucionou o design moderno ao buscar formas e linhas simplificadas, definidas pela função do objeto.

Bauhaus é a junção de “bauen” (para construir, em alemão) e “haus” (casa). Lá, os alunos encontravam uma visão interdisciplinar pioneira, já que todas as artes eram apresentadas de maneira interligada.

A Bauhaus unificou disciplinas como arquitetura, escultura, pintura e desenho industrial. E não desprezava nem as artes consideradas “menores” na época, por sua ligação direta com trabalhos mais manuais, como cerâmica, tecelagem e marcenaria.

A escola introduziu ainda o uso de novos materiais pré-fabricados, a simplificação dos volumes, geometrização das formas e predomínio de linhas retas, em tudo que era produzido.

Especificamente na arquitetura, a Bauhaus ficou conhecida pelas paredes lisas e, geralmente, brancas, abolindo a decoração. Outra marca da escola foi a abolição das paredes internas (como nos lofts), somadas a amplas janelas e fachadas de vidro.

Nem os telhados resistiram às inovações da Bauhaus, que popularizou as coberturas planas, transformadas em terraços.

Entre as principais características da escola Bauhaus, destacam-se:

  • a utilização de materiais como aço, vidro e madeira;
  • a junção do artesanato e da arte;
  • a arquitetura integrada ao urbanismo;
  • a funcionalidade dos produtos;
  • a influência do construtivismo.

Escola Bauhaus, na Alemanha

Arquitetura Minimalista

O minimalismo é um movimento que não abrange só a arquitetura, mas também a arte e o design, assim como não deixa de ser também um estilo de vida.

Valorizando o vazio dos espaços, a simplicidade e a limpeza estética, a arquitetura minimalista foi inspirada nos movimentos do cubismo de De Stijl e Bauhaus da década de 1920.

Foi em 1947 que a filosofia do estilo minimalista foi cunhada na célebre frase do arquiteto Ludwig Mies Van der Rohe: “menos é mais”. Essa expressão faz referência à aplicação de formas geométricas simples e à sofisticação de obras compostas de aço e vidro.

Além de ser influenciada por Bauhaus e De Stijl, a arquitetura minimalista também apresenta forte conexão com a arquitetura tradicional japonesa. Afinal, o conceito do design tradicional japonês se concentra na remoção do que é supérfluo, valorizando a essencialidade dos elementos.

No decorrer dos anos, o minimalismo tornou-se bastante popular tanto como estilo de vida como conceito de design. Com o objetivo de representar um design de alto padrão, a arquitetura minimalista se baseia na simplicidade dos elementos, valorizando esse conceito tanto na forma como no espaço e nas cores.

Entre as principais características do minimalismo na arquitetura, destacam-se:

  • iluminação natural;
  • simplicidade dos espaços;
  • estruturas limpas;
  • pouca ornamentação;
  • formas geométricas simples;
  • uso de materiais para dar personalidade e gerar interesse visual;
  • o conceito de “menos é mais”.

Pavilhão Alemão, Alemanha

Arquitetura Brutalista

A Arquitetura Brutalista nasceu nos anos 1950, inspirada na Arquitetura Moderna e Minimalista, e esteve presente com força em alguns países até o fim dos anos 1970.

Ela nasceu após a 2ª Guerra Mundial, época em que os países Europeus precisavam se reerguer depois de tanta devastação. Nesse contexto, havia a necessidade de usar materiais mais baratos na construção de grandes obras, focando em sua funcionalidade ao invés da estética rebuscada.

O termo brutalismo vem do termo francês “béton brut”, que significa “concreto bruto”. Quem batizou e consolidou os ideais do estilo foi Le Corbusier, que o aplicou pela primeira vez na Unité d’Habitation da França, inaugurada em 1946.

As principais características do estilo são:

  • a aparência inacabada das construções;
  • o uso de materiais pesados, como o concreto, e de elementos como o tijolo, o aço e o vidro;
  • o caráter funcional;
  • a prevalência de linhas retas de formas geométricas e inusitadas, como pequenas janelas;
  • o contraste estético com outros estilos considerados mais “bonitos”, como o neoclássico;
  • a praticidade e a aversão aos detalhes e aos excessos;
  • o uso de recursos resistentes e baratos;
  • a presença de estruturas suspensas;
  • a grandiosidade das construções.

Complexo Habitat 67, no Canadá

Movimento Metabolista

O metabolismo é um movimento de arquitetura moderna originado no Japão, na década de 1960. A grosso modo, o movimento defendia uma cidade toda estruturada por arranha-céus, conectados entre si por passarelas. Tudo estaria de alguma forma ligado em uma espécie de imensa e única obra.

Formalizado na década de 60, com a publicação do manifesto intitulado “Metabolismo 1960: As propostas para um novo urbanismo”, o metabolismo sintetiza um dos lemas da arquitetura japonesa até hoje.

O pensamento dominante entre os jovens arquitetos japoneses que impulsionaram o movimento era, de certa forma, reproduzir o processo metabólico aplicado aos edifícios, como se fossem seres vivos.

O objetivo era desafiar as velhas ideias europeias sobre o urbanismo estático, daí o nome Metabolismo, o que faz muito sentido para a população oriental.

Na rota de constantes desastres naturais e o histórico com guerras, os japoneses aprenderam a crescer sob constante espírito de reconstrução. Mas, como todo movimento visionário demais, muitas das ideias de seus fundadores, entre eles o arquiteto Kenzo Tange e Arata Isozaki, o designer gráfico Kiyoshi Awazu e o critico Noboru Kawazoe, não foram para frente.

Porém, a escola metabolista continua a exercer uma influência bastante significativa na arquitetura atual. A explicação para essa popularidade vem da forma como os japoneses sempre conseguiram aliar o eterno apreço pela novidade com as regras da tradição.

Além disso, enquanto o movimento deixou de existir como tal, muitos outros arquitetos adotaram alguns de seus princípios para desenvolver projetos, incluindo a vontade de criar edifícios mais sustentáveis.

Pavilhão Takara Beautilion, Osaka

A arquitetura moderna está em todos os lugares do mundo, refletindo a evolução das ideias em construções que buscam solucionar os problemas de habitação e crescimento urbano, além de trazer o olhar humano para a saúde, bem-estar e sustentabilidade.

Quer saber como esses conceitos da arquitetura moderna podem estar presentes no seu projeto? Entre em contato com a nossa equipe e conheça as soluções criativas da ARCHSCAPE!

A internet ajuda muito paisagismo em interiores, nunca foi tão fácil descobrir quais as melhores opções e cuidados com plantas.

Casas repletas e coloridas de verde, com plantas de vários tipos e tamanhos, exemplares colocados estrategicamente em vários lugares. Ter o verde por perto não é um privilégio apenas de quem mora em cidades pequenas ou em casas com amplos espaços.

É possível, sim, desfrutar de uma bela paisagem mesmo se você vive em um apartamento com ou sem varanda ou em uma casa com pouco ou nenhum quintal. Espaço não é um problema para quem é apaixonado por plantas.

Há muitas espécies que se adaptam bem à vida dentro de casas e apartamentos, inclusive as que precisam de sol constante. Além disso, os arquitetos paisagistas têm desenvolvido várias possibilidades criativas e técnicas que permitem ter, até mesmo, uma mini floresta dentro de casa.

Neste artigo, vamos apresentar as possibilidades de ter o paisagismo dentro de casa, trazendo o verde para o interior de forma funcional e aconchegante, além de dicas, inspirações e cuidados. Veja!

O verde dentro de casa: as possibilidades do paisagismo de interiores

Plantas dentro de casa não servem somente para deixar o ambiente mais bonito, estes organismos vivos interagem com o nosso corpo, mente e casa de forma a melhorar a nossa qualidade de vida.

Nós somos instintivamente atraídos pela natureza das plantas, mas às vezes, é preciso de uma ajudinha para entender melhor como coloca-las nos ambientes.

O plantscaping, ou paisagismo em interiores, é um tipo de estratégia que os arquitetos paisagistas usam para acrescentar o verde em suas propostas. Trata-se de uma combinação de arte, design psicologia ambiental e técnicas de cultivo para personalizar espaços internos.

É um jeito criativo de imitar o ambiente natural e transmitir as sensações mais agradáveis, mesmo em locais “estéreis” como os escritórios.

Um projeto de paisagismo em interiores bem elaborado reduz a umidade, controla o excesso de calor, melhora a qualidade do ar e a acústica dos ambientes. Além disso, a presença do verde proporciona calma, produtividade e estimula o aprendizado e a criatividade.

A técnica de plantscaping não possui uma receita exata, podendo ser distribuído pelo ambiente em pequenos e diversos nichos, ou concentrando somente em uma região.

Para ajudar a entender melhor, separamos algumas das possibilidades de plantscaping que são tendência e podem ser aplicadas na sua casa:

JARDIM DE INVERNO

Uma das possibilidades do paisagismo em interiores, é um tipo de jardim que fica dentro de casa, e teve sua origem nos países mais frios, onde as pessoas queriam cultivar o verde mesmo em meio à neve.

Como grande parte das plantas não sobrevive em baixas temperaturas, a solução foi criar um ambiente acoplado a casa, que pode ser uma varanda fechada ou algum anexo, com abertura externa ou muita entrada de luz.

Conceitualmente, o jardim de inverno é utilizado para recreação ou lazer no período mais frio do ano, geralmente outono e inverno. Porém, na prática ele é usado também para o cultivo de plantas, flores e outros itens de jardinagem.

Quando usado desta forma, geralmente tem o objetivo de integrar o jardim com o restante da casa, já que o espaço necessita de luz natural, e por isso, deve contar com janelas grandes ou claraboias.

JARDIM VERTICAL

Uma tendência do paisagismo em interiores que vem com a premissa de quebrar a sobriedade dos grandes centros urbanos, promovendo um ambiente mais agradável, aconchegante e próximo à natureza.

Também conhecido como “parede verde”, o jardim vertical é uma técnica que também traz a natureza para dentro de casa. Dessa forma, é possível ter uma decoração inovadora, em uma mistura de plantas, flores e cores.

Aliás, qualquer superfície pode receber uma estrutura para jardim vertical, incluindo os altíssimos edifícios ou pequenas paredes internas em apartamentos. Quando muito grandes, os jardins verticais recebem o nome de “parques verticais”.

URBAN JUNGLE

Outra técnica que está muito em alta é a urban jungle, que se tornou uma tendência a partir da falta que os moradores de grandes centros urbanos, especialmente na Europa e Estados Unidos, sentiam de conviver com a natureza.

A premissa básica do estilo peculiar de decoração de ambientes é resgatar a natureza para dentro do cotidiano, sem comedimento. Optar por esse caminho é permitir-se estar conectado ao verde em todo tempo, sem restrições.

O conceito do estilo é literalmente levar a floresta para dentro de casa, tenha ela o tamanho que tiver. Essa tendência faz sucesso também no Brasil porque vivemos em um país tropical, com uma das maiores variedades de vegetação do mundo, o que torna a transformação da decoração de casa com plantas mais acessível para todos.

Além do verde como protagonista, também há a tendência de criar um ambiente com materiais naturais, como madeira, palha e outros elementos que remetem ao ambiente externo.

Muito mais do que um estilo com regras definidas, é um movimento de conexão, versatilidade e com um nível elevado de adaptação. Qualquer pessoa que queira ter um contato mais próximo com as plantas pode explorar essa possibilidade.

Onde e como aplicar?

Qualquer ambiente fica muito mais aconchegante com plantas e, dependendo da espécie, pode ser muito fácil de cuidar. A chave para a sua decoração é combinar o tipo de planta com o seu estilo de vida e o espaço que você tem. Confira algumas dicas de como inserir o verde na sua decoração:

Suportes:

Nenhuma casa é pequena ou grande demais para plantas. Elas sempre cabem em algum cantinho, ainda mais com a ajuda dos suportes. Há modelos de todos os estilos, alturas e tamanhos.

Escadas:

Se a sua casa possui escada, você pode aproveitar muito bem esse espaço colocando as suas plantas. Os vasos podem ser posicionados nas laterais, ou ainda preencher as paredes com vasos suspensos. Se houver vão embaixo da escada, você ganha espaço até mesmo para um minijardim.

Banheiro:

Algumas plantas gostam de ambientes mais fechados e úmidos. É o caso das samambaias e babosas, por exemplo. Elas ajudam a melhorar a circulação do ar e, claro, deixam o lugar mais elegante.

Quarto:

Seja para embelezar, purificar o ar, perfumar ou trazer boas energias, ter plantas no quarto não só é possível como indicado. Se você ainda tem receio de cultivar espécies neste ambiente, saiba que não há problema algum. Lavanda, filodendro, espada-de-são-jorge, gardênia e hera são algumas das mais indicadas.

Cozinha:

Nem todas as plantas são indicadas para decorar a cozinha, já que algumas espécies necessitam de alta luminosidade e são sensíveis ao calor. Por isso, as características do espaço, com iluminação, temperatura e ventilação, vão ditar as plantas ideias para o seu canto.

Algumas variedades como cactos, suculentas, ervas, temperos e folhagens se adaptam muito bem ao local.

Quais são os cuidados necessários?

Ter plantas dentro de casa exige certa dedicação, mas, certamente é algo que pode ser acrescentado com facilidade à nossa rotina. A primeira coisa é se informar sobre a necessidade de luz solar de cada espécie e posiciona-la em um espaço que possa receber a luz do sol na frequência adequada.

Para saber, você deve identificar se é uma planta de sombra, meia-sombra ou sol. Esses são os três conceitos utilizados para definir a quantidade de luz que uma espécie precisa para sobreviver, elaborados com base na forma como as plantas eram encontradas em seu habitat natural. Confira:

Plantas de sombra: sobrevivem apenas com iluminação indireta, já que na natureza ficavam “escondidas” atrás e debaixo de plantas maiores. Por isso, podem apresentar queimaduras se ficarem expostas à luz solar direta.

Plantas de meia-sombra: são aquelas que se adaptam recebendo luz solar direta durante um período do sai (cerca de quatro horas). Normalmente são plantas com folhas largas, para aumentar a área de absorção de luz e costumam ser mais indicadas para apartamentos.

Plantas de sol: são aquelas que precisam de todo sol possível e só sobrevivem com longas horas de luz direta – como os cactos e as suculentas, nativos de regiões áridas.

Também é necessário separar um período na manhã para as regas. A água é fundamental para que as plantas absorvam os nutrientes do solo e realizem a fotossíntese. O melhor horário é sempre pela manhã, mas não entre em pânico se tiver algum compromisso cedo e não der tempo, a rega após as 15h também funciona nesses casos.

A dica de ouro é evitar molhar as plantas em horários muito quentes, pois a água evapora muito rápido. Regar à noite também não é indicado, pois a absorção da água é menor e isso faz com que as folhas demorem para secar.

Outro cuidado a ser tomado é se você possui um bichinho de estimação. Certos tipos de plantas devem ser mantidos longe de cães e gatos por serem potencialmente tóxicas e, ao serem ingeridas, podem causar problemas de saúde que vão desde náuseas até problemas mais graves.

A importância de contar com profissionais qualificados no seu projeto

A presença de um arquiteto paisagista desde o começo do seu projeto ajuda a atenuar, consideravelmente, diversas dores de cabeça lá na frente. Há muitas coisas que um profissional da área pode fazer para melhorar sua qualidade de vida, além de trazer mais estilo e beleza para casa.

O arquiteto paisagista é capaz de escolher exatamente as plantas adequadas para a sua casa, não somente com base no estilo da residência, mas também levando em consideração as características de clima, iluminação, necessidade de água, as particularidades de cada espécie vegetal.

Com a ajuda de um profissional especializado para criar um projeto de paisagismo em interiores, você terá a garantia de que toda a parte paisagística estará em perfeita sintonia com o estilo de construção e decoração da sua casa.

Você poderá perceber a diferença da harmonia de um projeto quando ele é feito por um paisagista profissional, pois tem a habilidade criativa de transformar um lugar para que as pessoas tenham mais vontade de permanecer. Seja uma pequena varanda, um cantinho da sala ou uma parede em branco, tudo pode ser aproveitado de uma maneira mais orgânica.

A equipe do escritório de arquitetura ARCHSCAPE está preparada para auxiliar no seu projeto, deixando sua casa mais aconchegante com um projeto que se adequa às suas características. Entre em contato conosco e tire suas dúvidas!

Assim como a parte interna da casa, o espaço externo também merece nossa atenção. A iluminação do jardim proporciona que os espaços externos sejam funcionais também durante a noite.

Muito mais do que a estética, as luzes proporcionam mais segurança, além de transformar o projeto paisagístico com a produção de um visual completamente diferente da paisagem que é vista durante o dia.

Com uma boa iluminação, é possível desfrutar do seu jardim à noite com festas, jantares e atividades de lazer, assim como realçar árvores, arbustos e caminhos.

Para isto, confira como transformar o seu jardim com vida quando anoitece com o que está em alta, as sensações que as luzes causam e como usá-las estrategicamente para valorizar o jardim. Vem com a gente!

Função da iluminação de jardim

As técnicas de iluminação no paisagismo consistem em valorizar o espaço sem necessariamente iluminá-lo por completo. Um bom projeto de iluminação adapta a luz às diferentes necessidades de um ambiente, permite valorizar os detalhes certos, esconder imperfeições, bem como agregar mais personalidade à arquitetura da iluminação de jardim.

Assim como qualquer outra especialidade, a iluminação no paisagismo requer o uso de técnicas e conhecimento, quanto mais domínio sobre iluminação o paisagista tiver, mais encantamento a obra irá causar.

Para criar um balanço ideal entre luz e arquitetura, alguns aspectos são fundamentais:

Estética

A estética é onde os arquitetos paisagistas se concentram no impacto emocional que o equilíbrio entre iluminação e arquitetura terá nos ocupantes. Determinando como querem que as pessoas se sintam quando andam por um espaço.

Esse aspecto é especialmente importante para determinar a função de um local: desde a iluminação externa, que deve atrair o consumidor para dentro, a iluminação interna de um restaurante, que pode ser mais intimista e delicada, um ambiente médico, que precisa de iluminação eficiente e que estimule atenção aos procedimentos, ou até mesmo aquela luminária discreta que ligamos à noite em nossas casas, que nos conforta e prepara o corpo e a mente ao descanso.

Função

O segundo aspecto, função, não pode ser esquecido. Queremos que a iluminação crie cenários, mas também precisamos garantir que ela sirva ao seu objetivo mais importante – nos ajudar a ver.

As áreas devem ser iluminadas para que os ocupantes se sintam seguros ao exercer suas funções, seja caminhar por uma sala ou por um edifício inteiro.

Deve criar uma sensação de segurança no ocupante, permitindo que exerça sua função básica de identificação, locomoção e ambiência adequada, garantindo que o conforto visual seja atendido em todos os locais.

Eficiência

O aspecto final, eficiência, é muito importante na era atual dos movimentos de construção verde e sustentabilidade. Uma coisa é criar layout de iluminação de tirar o fôlego, mas outra é criar um layout de tirar o fôlego que também é incrivelmente eficiente em termos de energia.

Isso pode ser feito garantindo que a maioria da luz alcance seu objetivo de forma direcionada e que haja menos luz desperdiçada.

Tendências de iluminação

Quando falamos em iluminação, as tendências são muitas e sempre combinadas com designs e tecnologias em constante atualização. Confira quais são as tendências de iluminação para jardim:

Boa iluminação é sinônimo de segurança

Quando o assunto é um jardim à noite, pensar na segurança é fundamental. Principalmente nos espaços maiores, com espelhos d’água, meios-fios, degraus, escadas e pontes, é preciso que esses elementos estejam bem sinalizados.

Uma boa iluminação, no entanto, não significa alta intensidade, mas sim bem pontuada. Ela deve ver clara o suficiente para iluminar o caminho, mas sem ofuscar quem está passando. Lâmpadas suaves e acolhedoras embutidas em rodapés, minipostes margeando lagos ou fontes e degraus.

Lembre-se que os jardins também podem ser frequentados por crianças e idosos, por isso precisam ser seguros para que a confraternização seja perfeita.

Crie diferentes ambientes com a iluminação certa

Uma das grandes tendências do paisagismo moderno é criar ambientes diferenciados no jardim. Assim, você pode ter uma área dedicada ao lazer com pergolado com churrasqueira e piscina com deck de madeira; área para relaxamento com bancos, painéis de madeira e fonte; para trabalho com pergolado home office; e meramente decorativas com plantas ornamentais.

A dica, então, é caprichar em uma iluminação diferenciada para cada espaço. A área de cocção deve ser bem iluminada. Já nas áreas de lazer e descanso, o ideal são luzes suaves e indiretas, amareladas (branco quente).

Para a região decorativa, use a iluminação para valorizar as folhagens, as copas das árvores e palmeiras. Já no pergolado home office, por exemplo, luzes direcionais ajudam a manter o foco no trabalho.

Jardim de sombras com luzes entre as árvores

Brincar com as sombras é um exercício muito gostoso de iluminação no jardim. Há várias formas de conseguir efeitos fantásticos.

Postes e luminárias em meio à vegetação, criam sombras mais elevadas. Spots direcionados para a parede e de baixo para cima em arbustos aumentam o volume. O interessante é produzir sombras de tamanhos variados, dando movimento ao jardim.

Varal de luz: tendência em iluminação de jardins

Dependendo da região ele muda de nome: varal de luz, festão, cordão de luz. Seja onde for, a peça é hoje uma grande tendência na decoração de jardins, tanto para eventos quanto para o dia a dia.

Há vários tipos e tamanhos, desde os que funcionam à base de energia solar, quanto os tradicionais. Aqui, a dica é escolher um cantinho do jardim, como uma quina, onde ele empresta um charme todo especial.

Para uma iluminação requintada

As arandelas são luminárias perfeitas para trazer maior vigor e requinte também ao seu jardim, uma vez que sua luz é indireta, o que torna o ambiente mais agradável e intimista, sem perda de estilo.

As arandelas podem ser encontradas em diferentes tipos, desde em designs mais clássicos até designs industriais, o que torna fácil encontrar uma luminária que esteja alinhada aos propósitos estéticos de seu jardim.

Quando fixadas nas paredes as arandelas promovem a iluminação dos muros, possibilitando maior percepção do ambiente, bem como dos contornos e dos cumes das plantas que são próximas, proporcionando mais brilho.

Maior focalização luminosa

Os refletores são ótimos para enfatizar aspectos particulares das plantas como silhueta e textura. Como no geral ficam no chão, a luz incide de baixo para cima focando mais as bases da vegetação observada, o que pode ser ideal para o destaque das árvores.

Como possuem um sistema óptico, os refletores focalizam o objeto iluminado, portanto, se o seu jardim possui arbusto ou até mesmo algumas estátuas decorativas, a dispersão de alguns refletores com a luz direcionada nestes objetos pode destaca-los.

Pitadas de criatividade e sustentabilidade

Tendência dentro do universo do paisagismo, os vasos iluminados podem ser uma opção criativa e bonita para deixar o seu jardim ainda mais incrível. Muito embora aparentem nada funcionais, os vasos iluminados são sustentáveis, posto que são produzidos em material reciclável, além de consumirem baixa energia ao usarem lâmpadas fluorescente.

O interessante dos vasos iluminados é que eles se mostram iluminações modernas e sofisticadas, mantendo o foco da atenção visual à vegetação que comportam e enaltecem.

Os efeitos das cores na iluminação de jardim

Um fator que influencia muito na sensação de bem estar que o ambiente deseja transmitir, é a temperatura da cor. Ela funciona do seguinte modo: quanto mais quente for, menor a temperatura da cor. Quanto mais fria, maior a temperatura da cor.

Branco (ou luz fria)

Tom neutro, muito utilizado para dar a sensação de amplitude, atenção e limpeza aos ambientes. É uma temperatura de cor que desperta e nos ajuda a manter o foco nas atividades.

Amarelo (ou luz quente)

A luz na temperatura de cor quente, aquela amarelinha, é uma luz que acolhe e relaxa. Muito utilizada para iluminar áreas de descanso, traz um ar aconchegante ao espaço, tendo efeito contrário a luz branca, que desperta e anima.

Laranja

Cor dinâmica e viva. Segundo psicólogos, tons alaranjados produzem um efeito cromático que estimula a área do cérebro responsável pela comunicação. Logo, é indicada para espaços de convivência, como sala de jantar e vistas. Matizes suaves, como pêssego, deixam o ambiente aconchegante, enquanto tonalidades mais intensas sugerem estabilidade.

Como usar a iluminação para valorizar o jardim?

O primeiro ponto a levar em consideração é que a luz colorida distorce a cor natural das superfícies e objetos. A sugestão é usar luz quente neutra (semelhante à luz do sol), dessa forma, ela vai realçar as cores e deixar tido mais aconchegante e elegante também.

Utilizar a mesma tonalidade de lâmpada e estilos de spots, ajudam a unificar o conceito do ambiente externo e interno da casa. Isso vale para piscinas também!

Antes de escolher a luminária, tipo de luz ou temperatura de cor usar, entenda quais vegetações serão utilizadas, alturas, cores, como o espaço será usado, piscina e revestimento. Entender o espaço e o projeto ajuda a definir o conceito de iluminação e quais efeitos utilizar.

A concepção que será utilizada na área externa está ligada diretamente aos efeitos de luz que serão colocados em todo projeto.

Existem diversos tipos de luminárias no mercado que ajudarão a criar cenários e misturar os efeitos de luz. Há soluções como os espetos, por exemplo, onde é possível direcionar a fonte de luz para destacar as plantas, vasos ou arbustos.

Os balizadores são boas opções para iluminar caminhos, escadas e rampas. É uma luz direcionável e por isso não ofusca os olhos, ainda cria um efeito bonito no chão, resultando em uma iluminação aconchegante e funcional.

Se a ideia é sair do óbvio, a indicação é usar arandelas para trazer luz indireta ao espaço. Elas são responsáveis por iluminar o ambiente e ainda destacar os revestimentos das superfícies.

Uma diferença enorme no projeto de iluminação é saber posicionar as luminárias e os fachos corretamente. A luz deve iluminar alguma superfície: parede, copas de árvores, caules e passeios. Dessa maneira, ela valoriza a vegetação e ilumina o ambiente por reflexão.

Outro ponto importante a ser considerado é que por ficarem expostas aos fatores climáticos, as peças escolhidas para compor o espaço devem ser resistentes, com baixo fluxo e tensão.

O LED é sempre a melhor opção quando o assunto é lâmpada. Além de um baixo custo de energia, o acessório tem uma vida útil boa e um custo-benefício melhor ainda.

Acredite, o resultado final tem diferenças gigantescas com um projeto bem elaborado, por isso, se você quer fazer o seu jardim brilhar, faça uma consulta com os profissionais da ARCHSCAPE. Conte com as soluções criativas da nossa equipe!

Arquiteto, urbanista e professor. Paulo Mendes da Rocha, que nos deixou no dia 23 de maio, fez uma carreira exemplar, tanto acadêmica quanto em projetos espalhados pelo Brasil. Sua obra fala por si, eloquente, ampla, acolhedora, iluminada.

Representante da Escola Paulista e ganhador do Prêmio Pritzker, o chamado “Nobel da arquitetura”, é o autor de projetos como o Museu Brasileiro da Escultura (MuBE) e o plano de reforma da Pinacoteca do Estado de São Paulo.

Neste texto, vamos contar um pouco da sua trajetória, sua visão integradora e suas maiores obras. Confira!

Quem foi Paulo Mendes da Rocha?

Paulo Mendes da Rocha nasceu em 25 de outubro de 1928, em Vitória e formou-se em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 1954.

A escolha da profissão pode ter sido por influência do seu pai, que era engenheiro e professor de Naval e Recursos Hídricos na POLI, em São Paulo. Isso o inspirou e deu uma visão mais abrangente sobre o papel da arquitetura e a sua relação com a geografia.

Em 1958, quatro anos depois de formado, Mendes da Rocha foi autor do projeto vencedor do Ginásio do Clube Atlético Paulistano, que, logo mais tarde, lhe conferiu um prêmio na VI Bienal Internacional de São Paulo.

Sua carreira acadêmica na FAU, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, começou em 1960. Neste período, além de diversas escolas da rede pública, Paulo Mendes da Rocha projetou, em 1962, a sede social do Jockey Club de Goiânia.

Em parceria com Vilanova Artigas e Fábio Penteado, o arquiteto projetou um conjunto habitacional para 50 mil pessoas, em Guarulhos, conhecido com “Zezinho Guimarães Prado”.

Mesmo com sua carreira brilhante, Paulo Mendes da Rocha foi afastado da Universidade de São Paulo durante o período da Ditadura Militar, no ano de 1960, e teve a sua licença profissional caçada. Ainda assim, o arquiteto venceu, no ano seguinte, o concurso para o projeto do Pavilhão do Brasil na Expo 70, em Osaka, no Japão.

Em 1976, Mendes da Rocha também projetou o Centro Cultural de Convenções de Campos do Jordão, cidade serrana turística do Estado de São Paulo.

Com a anistia, em 1980, o professor Paulo Mendes da Rocha pode retornar à FAU, onde permaneceu lecionando até 1999.

Durante a sua vida, Mendes da Rocha projetou obras memoráveis, sempre caracterizadas pelo uso da técnica para transformar a topografia e as estruturas já existentes em prol de uma obra que vai integrar seu uso ao entorno, graças à engenhosidade humana.

Pinacoteca

Pinacoteca de São Paulo

Reconhecimento Internacional, produção nacional

Além dos incansáveis elogios ao seu traçado, Paulo Mendes da Rocha também é respeitado por suas reflexões sobre centros urbanos, transporte público e educação.

Em 2006 o arquiteto recebeu a condecoração máxima entre os profissionais do mundo, o Prêmio Pritzker, considerado o Nobel da arquitetura. Além de Paulo Mendes, o único arquiteto brasileiro a receber o prêmio foi Oscar Niemeyer, condecorado em 1988.

Quando Jane Duncan, presidente do Royal Institute Of British Architects (Riba), anunciou Paulo Mendes da Rocha como vencedor da Royal Gold Medal 2017, os adjetivos utilizados para descrevê-lo foram “arquiteto de classe mundial e verdadeira lenda viva”.

O prêmio é concedido anualmente em reconhecimento ao conjunto da obra de um profissional ou grupo de pessoas, considerando sua influência no avanço da arquitetura. A premiação tem aprovação pessoal da Rainha da Inglaterra, Elizabeth II.

Esta foi a terceira honraria de grande relevância que o brasileiro recebeu apenas em 2016. Antes, no mesmo ano, o arquiteto já havia sido condecorado com o Leão de Ouro na Bienal de Veneza (Itália) e contemplado com o Prêmio Imperial de Artes 2016, do Japão.

Com o prêmio Riba Gold, o arquiteto passou a integrar um seleto grupo de arquitetos que inclui além de Oscar Niemeyer, Zaha Hadid, Frank Gehry, Norman Foster, Kenzo Tange, Le Corbusier e Frank Lloyd Wright, entre outros nomes de expressão internacional.

Paulo Mendes da Rocha é um dos expoentes da chamada “Escola Paulista”, que é o termo utilizado para definir uma parte da produção de arquitetura moderna no Brasil.

Esse movimento tinha suas raízes em São Paulo, e era formado por um grupo de profissionais que tinham como líder o arquiteto João Batista Vilanova Artigas.

Podemos dizer, de maneira simplista, que a Escola Paulista é uma releitura, aplicada a realidade e contexto brasileiro, do Brutalismo Europeu – uma vertente do modernismo que colocava vigas, pilares e outros elementos estruturais em exposição, tendo o concreto armado aparente como principal protagonista.

O reconhecimento internacional de Mendes da Rocha, sua produção diversa e singular, além do valor simbólico que suas obras têm entre os que vivenciam a cidade, são os fatores que determinam a importância do arquiteto para o Brasil e explicam sua posição nas discussões e eventos em que participou sobre arquitetura e urbanismo.

Apesar deste reconhecimento internacional, são poucos os projetos que desenvolveu fora do Brasil. Um deles, entregue em 2015 e realizado em co-autoria com o português Ricardo Bak Gordon, foi o Museu dos Coches, em Lisboa (Portugal).

O uso de materiais em seu estado bruto, o impacto social da arquitetura e sua relação com o meio ambiente são fatores fundamentais na sua abordagem, bem como a busca pela verdade estrutural das edificações, buscando evidenciar os seus elementos estruturais.

Por isso, muitas vezes Paulo Mendes da Rocha era descrito como um arquiteto brutalista. Há outros críticos que definem o trabalho de Mendes da Rocha como “essencialista”, por conta da sua insistência na abstração e redução da arquitetura em direção a um espaço mais poético e refinado.

As 7 principais obras de Paula Mendes da Rocha 

O fato é que a maior parte da obra do arquiteto está no Brasil e desperta admiração mundial. São projetos que qualificam nossas cidades, transformando o “brutalismo” do concreto em soluções espaciais requintadas e fraternas, fruto de um apuro tecnológico impecável e de seu olhar social sempre presente.

A seguir, vamos apresentar algumas das mais importantes obras da carreira de Paulo Mendes da Rocha. Confira!

  1. Sesc 24 de Maio

A reforma do edifício do Sesc 24 de Maio também faz parte do legado de Mendes da Rocha. Localizado no coração da cidade de São Paulo, conta com cerca de 28 mil metros quadrados. Um dos destaques na construção é a piscina, com área aproximada de 625m², no topo do edifício principal, com vista panorâmica para a cidade.

Para o arquiteto um dos pontos mais importantes do projeto foi trazer o lazer e o elemento água de volta ao centro da cidade.

Sesc 24 de maio

  1. Pinacoteca de São Paulo

Apesar de ter sido projetada no século XIX pelo arquiteto Ramos de Azevedo, o prédio passou por uma ampla reforma nos anos 90 feita por Mendes da Rocha. A pinacoteca, da forma como conhecemos hoje, tem uma influência grandiosa do estilo do arquiteto.

Uma das manobras adotadas para o projeto foi a rotação do eixo principal de visitação por meio de um cruzamento sutil das pontes com os espaços vazios – como os pátios internos – o que contribui para uma relação mais profunda da edificação com a cidade.

Essa reforma garantiu ao arquiteto o Prêmio Mies van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana, em 2000.

  1. Museu do Coche

Com projeto assinado por Paulo Mendes da Rocha, em parceria com os escritórios MMBB Arquitetos e Bak Gordon Arquitectos, o Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, foi idealizado como equipamento cultural e lugar público: sem porta, ele se relaciona para todos os lados.

Definido pelos próprios administradores como uma infraestrutura urbana que oferece espaço público à cidade, o museu é o mais visitado de Portugal. Constitui-se por um pavilhão principal e um anexo, com uma ligação elevada que permite circular entre os dois edifícios, criando uma espécie de pórtico com acesso a uma praça interna.

  1. Praça do Patriarca

O projeto da Praça do Patriarca está localizado próximo ao Viaduto do Chá, em São Paulo, e dá a sensação de uma intervenção urbana. O estilo futurista da construção contrasta com os prédios antigos do centro de São Paulo. A passagem de pessoas se dá de forma fluida e livre.

  1. Casa Gerassi

Também em São Paulo, a casa Gerassi está localizada na região do Alto de Pinheiros. Foi construída a partir de 1989 com elementos de concreto pré-moldado. Na época, o uso de concreto era considerado inovador, já que poucos arquitetos utilizavam aquele material.

Com isso, ele passou a ser uma tendência daquela época, sendo o principal material de muitos outros nomes.

A obra possui um vão livre no térreo, que compreende mais de quinze metros de comprimento. Isso mantém a casa inteira suspensa, o que chamou bastante atenção quando foi finalizada.

Casa Gerassi

  1. Capela de Nossa Senhora da Conceição

O projeto foi assinado em parceria com Eduardo Colonelli, que construíram a capela para o Brennand, no Recife. Ela foi feita a partir de ruínas de um casarão datado do século 19, tendo como desafios o clima quente e úmido, visto que o local abrigava uma fazenda de cerâmica que estava há muitos anos em posse da família.

O local vinha sendo recuperado por Francisco Brennand desde 1971. A obra promoveu uma intervenção mínima ao restabelecimento de um abrigo, que era o que as ruinas propunham. Rocha e Colonelli finalizaram a capela em 2004.

  1. Museu da Língua Portuguesa

Mais uma obra feita em São Paulo e dessa vez em seu coração. Junto a estação da Luz, o Museu da Língua Portuguesa foi finalizado em 2000 e é um dos principais pontos turísticos da cidade.

A obra foi baseada na tipologia da estação, visto que muito daquele espaço era parte dela no início de seu funcionamento. Por dentro, o Museu preserva boa parte do ponto histórico, dando ainda mais vivacidade para esse marco tão importante da cidade de São Paulo, mas na parte interna possui instalações tecnológicas e espaços interativos.

O Museu está fechado atualmente, depois que um incêndio limitou parte do telhado histórico da estação e também atingiu alguns acervos que eram parte do espaço. Mesmo assim, ainda é um ponto muito aclamado pelo público e que está passando por uma reforma para ser novamente aberto.

  1. Edifício Guaimbê

Projetado em 1962, o maior destaque do edifício é a paisagem urbana. Como tendência, ele é feito inteiramente em concreto. O ponto mais marcante é a fachada, que traz uma representação incrível do trabalho de Paulo, fazendo uma proteção solar ao restante do prédio. Ele foi feito com o uso de brises cursos e floreiras.

  1. Museu Brasileiro de Escultura

O MuBE foi projetado em 1995, localizado no bairro Jardim Europa, também em São Paulo. Novamente a tendência do concreto, já que este possui uma impressionante viga do material protendido com mais de 60 centímetros de comprimento. Isso causou a ilusão que a construção flutua sobre um jardim de esculturas que o cercam.

  1. Casa do Arquiteto

Esse projeto fica localizado na região do Butantã, em São Paulo, construído para a residência do próprio Paulo. Ele começou a ser construído em 1964 e apresentava um estudo de espaço bastante racional, envolvendo poucos pilares, onde as vigas mestras sustentavam toda a construção.

Casa do arquiteto

Paulo Mendes da Rocha foi responsável por estabelecer novos padrões, o que ajudou a inspirar outros profissionais, tanto de sua época como para as novas gerações, devido ao seu reconhecimento profissional.

Esses padrões foram marcantes tanto por aqui como também no mundo, mas principalmente na América Latina, e é por isso que a sua obra deve permanecer em destaque!

Arte e arquitetura andam juntas – uma sempre influenciando a outra – e com a arquitetura moderna não foi diferente. Ela nasceu do movimento modernista e traz elementos simples que se transformam em criações surpreendentes.

O movimento modernista foi o reflexo da efervescência cultural da época. Surgiu como uma tendência artística no século XX, apresentando um olhar mais crítico em um período de transformações tecnológicas, onde as desigualdades sociais se evidenciavam.

O modernismo na arquitetura privilegia o simples e a função social das obras. As construções modernistas rejeitam as arquiteturas com elementos decorativos e ornamentais e empregam formas geométricas e linhas simples. Na arquitetura modernista “menos é mais” e a “forma segue a função”.

No artigo de hoje vamos falar um pouco sobre o modernismo na arquitetura, sua história e quais são suas principais características. Vamos mostrar também como o conceito pode ser aplicado perfeitamente no projeto da sua casa de campo. Vamos lá?

O que é a arquitetura moderna? 

A Arquitetura Moderna surgiu a partir do movimento Modernista, que ditou as principais transformações da arte e cultura na Europa no século XX, simplificando o desenho da arquitetura na sua forma, estrutura e função e explorando as capacidades plásticas das novas tecnologias de construção, em especial o concreto armado.

Desde o seu surgimento, os preceitos da Arquitetura Moderna tem predominado até hoje. Os impactos que ela teve sobre as edificações e no desenvolvimento urbano como um todo foi tão significativo, que a palavra “moderna” ainda é utilizada para definir tudo o que é atual, relevante e contemporâneo.

As suas características se destacam pela mistura dos ideais da Idade Moderna aliados a um novo meio de produção vindo da Revolução Industrial. Dessa forma, o evidenciam novas maneiras de idealizar, planejar, criar e desenvolver os mais diversos tipos de edificações.

Um dos que melhor resumiu o conceito foi o arquiteto alemão Mies van der Rohe, que cunhou a célebre frase: “menos é mais”. A Arquitetura Moderna privilegia o que é simples, básico e funcional sem ser simplória. Sendo assim, o Modernismo surgiu claramente como um contraponto ao peso e aos excessos da arquitetura tradicional.

No contexto histórico, as inovações apresentadas na Arquitetura Modernista foram permitidas pela Revolução Industrial, que viabilizou um aumento significativo na qualidade dos materiais de construção. Transformando, também, as maneiras com que os ambientes eram utilizados, trazendo funcionalidade e integração como cerne do estilo.

A arquitetura modernista no Brasil 

Por aqui, a Arquitetura Moderna surgiu nos anos 30, influenciada pela Semana de Arte Moderna de 22 que trouxe mostras de Le Corbusier, “o purista”.

Le Corbusier é um arquiteto que inspirou em todo mundo a Arquitetura Moderna. Seus cinco pilares, até hoje, são levados em consideração por muitos profissionais. Quer saber quais são? Confira:

  • Fachadas sem divisórias e abertas a público, deixando o espaço mais democrático;
  • Ambientes integrados que interagem entre si;
  • Terraço-jardim;
  • Iluminação ampla com janelas que cobrem toda ou parcialmente a fachada;
  • Pilotis que substituem paredes estruturais, deixando o espaço mais amplo para circulação.

No Brasil, os padrões e tendências europeus foram adaptados à realidade do país, tanto na maneira de compor os ambientes, quanto no uso dos materiais disponíveis. A construção de Brasília foi, sem dúvida alguma, a concretização inicial que colocou a arquitetura brasileira no mapa do Modernismo mundial, evidenciando os nomes de Lucio Costa e Oscar Niemeyer. A sua expansão como linguagem contudo, se deu com a conclusão de um de seus exemlpares mais icônicos: o MASP.

Com assinatura da arquiteta Lina Bo Bardi, o Museu de Arte de São Paulo imprime perfeitamente como a arquitetura moderna conquistou uma característica bem brasileira. O vão livre imenso, em um dos principais endereços da Capital, é até hoje um cartão postal.

As obras inovadoras dos arquitetos modernistas brasileiros serviram (e ainda servem!) de inspiração para o mundo. Conheça alguns dos principais nomes da arquitetura moderna brasileira a seguir!

Lúcio Costa

Considerado o pioneiro na Arquitetura Moderna Brasileira, Lúcio Costa nasceu na França. Filho de um almirante brasileiro da Marinha do Brasil que viajava muito, mudou-se para o Brasil em 19717. O arquiteto era diretor da Escola Nacional de Belas Artes quando conheceu o aluno Oscar Niemeyer para ensinar-lhe sobre o movimento modernista (que na época não era muito bem aceito pela comunidade acadêmica).

Além de escrever diversos livros, Lúcio Costa tem um legado de projetos, entre eles, o plano Piloto de Brasília e o Plano de Urbanização do Parque Guinle, no Rio de Janeiro.

Vilanova Artigas

João Vilanova Artigas também é um dos pioneiros da Arquitetura Moderna no Brasil e deixou grandes contribuições com sua atuação como arquiteto, político, intelectual, professor… ele participou de um movimento conhecido como Escola Paulista, com projetos de edificações memoráveis que entraram para a história.

Em seus 50 anos de profissão, executou cerca de 700 obras, algumas delas como a Sede da FAU – USP e o Estádio do Morumbi.

Oscar Niemeyer

O arquiteto Oscar Niemeyer não é somente um dos maiores nomes da Arquitetura Moderna Brasileira, é também, uma das principais referências mundiais do conceito. Ele acreditava que a arquitetura é movida ao novo, e que projetos que simplesmente copiassem ideias já executadas se tornavam irrelevantes.

A construção de Brasília, na década de 50, é o que mais reflete a relevância de suas ideias. A primeira cidade totalmente planejada com base na arquitetura modernista conta com o trabalho de Niemeyer, que assina os edifícios, em parceria com Lucio Costa, autor do desenho da cidade e tornou-se não apenas referência nacional, mas também um marco arquitetônico de toda a história modernista mundial.

Niemeyer deixou um legado com mais de 600 obras modernas. Uma de suas marcas registradas eram prédios feitos em concreto com janelas amplas (um dos pilares modernistas de Le Corbusier). Além do trabalho feito em Brasília, construções como o Copan e o sambódromo do Anhembi são algumas de suas obras icônicas.

Lina Bo Bardi

Nascida em Roma, Lina Bo Bardi veio para o Brasil refugiada, após o seu estúdio ser bombardeado em Milão, durante a Segunda Guerra Mundial. Com estilo simples, destacou-se como grande pensadora e por unir o moderno ao popular.

Lina Bo Bardi foi uma mulher bem à frente do seu tempo. Uma das arquitetas mais icônicas do século XX, ficou conhecia por projetar o MASP e a famosa Casa de Vidro. Seu legado extrapola o campo da arquitetura, pois ela também contribuiu para a cenografia, artes plásticas, desenho de mobiliário e design gráfico.

Apaixonada pelo Brasil, preocupava-se com o cenário político e com a influência da arquitetura no convívio e cotidiano das pessoas. Assim, suas obras retratam a crença da artista de que projetos não eram apenas construções, mas também poesia e serviço coletivo.

Paulo Mendes da Rocha

Arquiteto modernista que ostenta diversas premiações durante a sua carreira, como o Leão de Ouro na Bienal de Veneza, Prêmio Imperial de Artes do Japão, Medalha de Ouro do RIBA e o Pritzker em 2006.

Paulo Mendes da Rocha criou obras que são verdadeiras intervenções modernistas, com projetos famosos especialmente em São Paulo, como o Sesc 24 de Maioio e o MUBE – Museu Brasileiro da Escultura. Destacando sempre em seus projetos espaços democráticos, que geram impacto visual assim que vistos, o arquiteto é referência para profissionais em todo o mundo.

Tendências da arquitetura moderna aplicadas no seu projeto 

Casa Farnsworth, Mies van der Rohe

Casa Farnsworth, Mies van der Rohe

A Arquitetura Moderna veio para quebrar o conceito de ambientes carregados de objetos de decoração, com excesso de cor ou textura. Ela traz uma proposta de projetos com formas geométricas simplificadas, sem muitos ornamentos, inserindo o uso do concreto nos espaços.

Os projetos com os conceitos da arquitetura moderna apresentam casas mais iluminadas, ventiladas e com maior interatividade com o ambiente externo. Os adornos excessivos são abandonados e dão lugar para traços e estruturas funcionais, práticas e necessárias. Em resumo: se não for agregar ao projeto, não precisa estar ali.

Listamos para você alguns destaques do que é tendência para o projeto da sua casa de campo, seguindo os preceitos da arquitetura moderna, bem como alguns belos exemplares para você se inspirar. Confira!

Conforto no ambiente

É o conceito de ter acesso a algo que ofereça comodidade e conforto, mas sem prejudicar o meio ambiente, se tornando sustentável. Nesta proposta, a ideia é utilizar a tecnologia para administrar os elementos de forma integrada, como condições térmicas, de iluminação e gasto de energia.

Para se inspirar: Casa da Cascata, Frank Lloyd Wright

Clássico das casas mais famosas e icônicas do mundo, a Casa da Cascata é perfeita em todos os detalhes. Uma obra do mais alto grau de qualidade arquitetônica, Frank Lloyd Wright encontrou os meios certos de sincronizar seu trabalho como ambiente natural de Mill Run, na Pensilvânia.

A base da casa são as rochas do lugar, o núcleo central da casa é a chaminé da lareira, considerado um lugar especial para a reunião das pessoas. A partir desse ponto, seguem todos os grandes planos, alguns em balanço, como verdadeiras esculturas.

Wright quis integrar o incrível curso d’água existente na propriedade – a cascata – à obra. Sua ideia era fazer com que os futuros moradores pudessem sempre sentir a força do elemento, não visualmente, mas através do som.

Cores

Atualmente, algumas cores têm sido preferidas para aplicação na fachada das casas e detalhes da decoração. O verde, vermelho, assim como tons terrosos, estão em alta e podem ser notados nos projetos mais recentes.

Para se inspirar: Casa Gilardi, Luis Barragán

De todas as casas mais famosas e icônicas do mundo, a casa Gilardi é, talvez, a que fornece a maior experiência cromática aos observadores. Trata-se da última residência projetada pelo arquiteto Luis Barragá, construída no ano de 1975, na Cidade do México.

Quando propuseram o projeto da Casa Gilardi ao arquiteto ele recusou. Mas, ao visitar o local da obra, viu uma bela árvore de jacarandá e reconsiderou.

Gilardi pediu para que não cortassem a árvore, pois ela seria a base para toda a sua criação. E, dessa forma, nasceu uma de suas obras mais impressionantes: uma casa repleta de espaços fluídos, coloridos e modernos.

Uso de concreto

Uma característica muito marcante é o uso de concreto aparente em paredes e pisos. A ideia é deixar o ambiente com referência ao estilo urbano. A construção a seco também pode ser uma excelente opção para conseguir este resultado.

Utilizado sem revestimento, o concreto aparente se integra na natureza, com seu aspecto e cor de rocha. Em conjunto com um paisagismo bem pensado e com uma decoração adequada, essa combinação cria ambientes harmoniosos, amplos e agradáveis.

Para se inspirar: Casa Butantã, Paulo Mendes da Rocha

Muito do que Paulo Mendes da Rocha aplica em seus projetos está na Casa Butantã, construída entre 1964 e 1967, em São Paulo. Nela, o arquiteto incorporou (quase) todos os princípios que fundamentavam o ideário moderno e transformou-a em um verdadeiro laboratório, onde a franqueza no emprego do concreto armado, deixado sem revestimento, expressa seus atributos.

Na Butantã o arquiteto foi além: utilizou o concreto não apenas como estrutura, mas na totalidade da construção das vedações externas ao mobiliário e seu “brutalismo” se manteve intacto.

Uso de aço

Entre as motivações para o uso desse material nas obras está o tempo reduzido para execução do projeto, a liberdade arquitetônica e flexibilidade. Cada vez mais profissionais têm aderido à versatilidade do material, que permite maior leveza e agilidade em projetos residenciais, seguindo uma tendência já consolidada em outros países.

Para se inspirar: Casa Kaufmann, Richard Neutra

Localizada no deserto de Palm Springs, Estados Unidos, e completamente revestida de vidro. A Casa Kaufmann foi o pedido de um cliente para uma casa de inverno e acabou se tornando um dos melhores trabalhos de Richard Neutra, se não o mais reconhecido.

Adaptada ao terreno rochoso, quase como se levitasse harmoniosamente no lugar, a casa de vidro recebe todo o sol dessa época do ano. A paisagem agreste e forte contrasta com a simplicidade do design, onde as coberturas (elementos horizontais) foram todo o “peso” visível desde longe.

Iluminação natural

A iluminação deve ser um dos principais pontos a ser considerado no projeto. A escolha de janelas amplas, que valorizam a entrada de luz natural durante o dia, destacam os elementos da edificação, além de contribuir na redução de gastos com energia e também na integração dos ambientes.

Para se inspirar: Casa Farnsworth, Mies van der Rohe

Projetada por Mies van der Rohe em 1945 e construída em 1951, a casa Farnsworth é uma parte vital da iconografia norte americana, uma obra prima da representação do modernismo e do desejo de em mesclar o suave e direto estilo da arquitetura moderna com as formas orgânicas do entorno em que o projeto está inserido.

Mies construiu essa residência em forma de caixa de vidro como um retiro de férias para o Dr. Edith Farnsworth, no condado de Plano, Illinois. Foi uma residência privada por cerca de 50 anos, até sua aquisição em 2003 pelo fundo de conservação de patrimônio histórico, que a transformou em um museu aberto à visitação.

E então, gostou de conhecer um pouco mais sobre Arquitetura Moderna? Se tiver alguma dúvida ou interesse em planejar uma casa de campo aplicando os preceitos do modernismo, a equipe ARCHSCAPE conta com profissionais alinhados ao que há de mais moderno. Conte com a gente!